Bancos devem usar lucros para criar ‘almofadas’ para o futuro, avisa Mário Centeno

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse hoje que é o momento de os bancos usarem os lucros para criarem 'almofadas' financeiras que permitam precaver períodos menos positivos no futuro. Na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico, em Lisboa, questionado sobre o setor bancário, Mário Centeno disse que a banca teve…
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Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse hoje que é o momento de os bancos usarem os lucros para criarem 'almofadas' financeiras que permitam precaver períodos menos positivos no futuro.
Economia

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse hoje que é o momento de os bancos usarem os lucros para criarem ‘almofadas’ financeiras que permitam precaver períodos menos positivos no futuro.

Na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico, em Lisboa, questionado sobre o setor bancário, Mário Centeno disse que a banca teve no ano passado “resultados que fogem um pouco ao que foi o passado recente da banca” e foi o ano de 2023 que permitiu reequilibrar anos passados de prejuízos.

Agora, defendeu, a banca deve usar essa margem para prevenir o futuro que não se prevê tão rentável.

“É momento de criar almofadas ou margens para se preparar para o ciclo que vem a seguir, que não é de repetição destes resultados”, disse.

Centeno afirmou ainda que, como governador do Banco de Portugal, fica “muitíssimo mais preocupado quando a banca tem resultados negativos do que quando tem resultados positivos” pois significa que as empresas estão mais sólidas.

A banca está a apresentar lucros históricos referentes a 2023. As contas dos bancos portugueses têm mesmo surpreendido agências de ‘rating’.

Os cinco maiores bancos que operam em Portugal registaram lucros agregados de 4.444 milhões de euros em 2023, mais 72,5% face a 2022, beneficiados pelo aumento das taxas de juro.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD, banco público) foi o que conseguiu os maiores lucros, com 1.291 milhões de euros. O Santander Totta teve lucros de 1.030 milhões de euros, o BCP 856 milhões de euros, o Novo Banco 743,1 milhões de euros e o BPI 524 milhões de euros.

Lusa

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