O Banco Millennium Atlântico avançou com a reorganização do conselho de administração (CA) no seguimento da saída do administrador com o pelouro financeiro, Éder Sousa.
A recomposição do conselho de administração ficou decidida na assembleia geral de acionistas que decorreu esta manhã em Luanda. De acordo com o comunicado do Banco Atlântico a que a FORBES África Lusófona teve acesso, Éder Sousa foi convidado a exercer funções nos órgãos sociais de uma sociedade regulada no exterior e de presidente do conselho de administração da Fortaleza Seguros. Na mesma nota pode ler-se que, face “à exigência que estas novas funções acarretam, o Dr. Éder Sousa solicitou a renúncia às suas funções no conselho de administração do ATLANTICO”. O cargo de CFO do banco de capitais angolanos passará a ser exercido por Mauro Neves, atual administrador executivo do banco.
A instituição bancária presidida por António Assis de Almeida realça ainda que “fruto da sua experiência, do contributo durante os últimos anos para o alcançar dos objetivos estratégicos e conhecimento transversal do Banco”, os acionistas tinham nomeado Éder Sousa para membro do Conselho de Estratégia e Sustentabilidade do ATLANTICO. Com esta cessação de funções ficou decidido que Patrícia Gabriel passa de administradora executiva para exercer as funções não-executivas. Além de que “foram nomeados para integrar o CA do Banco o Dr. Mário Kipipa, com funções executivas nas áreas de Meios de Pagamento, Corporate e Private Banking, e o Dr. Marcelo Costa, para substituição da Dra. Patrícia Gabriel, com funções executivas nas áreas de Tecnologias, Cibersegurança, Continuidade de Negócio, Operações e Património e Serviços”.
Gerir os riscos da cibersegurança
A nomeação de Patrícia Gabriel resulta da recomendação feita ao CA para a constituição de uma Comissão de Segurança Cibernética e Patrimonial (CSCP), que terá a responsabilidade de monitorizar a implementação do Plano de Cibersegurança e do Plano de Continuidade de Negócio do ATLANTICO, área consideras “de extrema relevância para o sector financeiro a nível mundial”.
O banco explica que, numa altura em que “os temas de segurança cibernética e continuidade de negócio têm uma dimensão de extrema relevância para o setor financeiro, podendo comprometer a sua integridade, estabilidade e a confiança de clientes e investidores, os acionistas do ATLANTICO entendem que deverá existir um foco crescente na gestão destes riscos, sobretudo num cenário de contínua transformação digital da atividade bancária e de recurso a novas tecnologias, como por exemplo a inteligência artificial”.
Apesar de já contar com equipas dedicadas à gestão destes riscos na esfera executiva, ficou decidida a constituição deste órgão “que assegure o acompanhamento próximo e a gestão destes riscos também ao nível do Conselho de Administração, nomeadamente por Administradores não-executivos e independentes.
Nesta assembleia geral, foi ainda criado o Conselho de Estratégia e Sustentabilidade e foi eleito o empresário N’Gunu Tiny para presidir à mesma.