O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-Ministro, António Costa, cumpriram a promessa de maio de 2020 e voltaram juntos à VW Autoeuropa, em Palmela. O mote para este regresso é a comemoração dos 30 anos da colocação da primeira pedra da fábrica, em 3 de dezembro de 1991.
Desta comemoração saíram vários sinais que deixam antever a continuação, no mercado português, da unidade fabril do universo Volkswagen. O administrador da fabricante automóvel alemã, Alexander Seitz, veio a Palmela anunciar que: “Nos próximos cinco anos pretendemos investir mais de 500 milhões de euros em produto, equipamento e infraestruturas”, na maior fábrica automóvel de Portugal.
Alexander Seitz destacou ainda que a fábrica e a sua equipa “estão preparadas para acompanhar a transformação da indústria automóvel com sucesso”. O administrador da Volkswagen deixou a garantia que a fabricante alemã vai reorientar a sua produção com o objetivo de liderar a mobilidade sustentável a nível mundial, através do ‘Volkswagen Accelerate’.
Perante este anúncio, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aplaudiu o novo investimento na fábrica de automóveis de Palmela e realçou o clima de entendimento e colaboração que sempre se verificou em relação à Autoeuropa, entre os responsáveis da Volkswagen e os sucessivos governos portugueses.
Por seu turno, o ainda diretor-geral da unidade fabril, Miguel Sanches, assumiu que: “Até ao final do ano vamos garantir uma produção de 210 mil unidades”, o que significa mais 9,4% face à produção de 2020. Com este desempenho, 2021 irá garantir o estatuto de terceiro melhor ano de produção de sempre da VW Autoeuropa, mas ainda não supera 2019, quando se atingiu as 254 600 unidades. Apesar de o corrente exercício estar a ser marcado pela crise dos semicondutores – cuja falta obrigou a sucessivas interrupções da produção – Miguel Sanches acredita que este ano não haverá mais paragens na laboração.
Este foi o último ato oficial do gestor português na liderança da unidade de Palmela, sendo que a partir de 1 de dezembro será substituído no cargo por Thomas Hegel Günther.
Durante a comemoração desta manhã foi ainda apresentada a renovação do modelo utilitário desportivo T-Roc. Miguel Saches revelou que este SUV “vai ser o único modelo da Autoeuropa a partir do final do próximo ano”, sendo que ainda partilha a linha de montagem com o monovolume Volkswagen Sharan.
O Primeiro-ministro, António Costa, destacou o potencial transformador que a Autoeuropa tem representado para o País e lembrou que a fábrica conta com um peso de 6% das exportações em Produto Interno Bruto (PIB).
Além do contributo direto na economia, António Costa realçou que a unidade de Palmela impulsionou a criação de “um verdadeiro cluster automóvel”, que já representa 7% do PIB em Portugal.
Perante a crise dos semicondutores que se viveu este ano, o governante alertou para a necessidade na Europa se encetar “uma reindustrialização passando a produzir o que se deslocalizou para outras geografias”. António Costa deixou ainda o desafio no que diz respeito à produção feita em Portugal: “Queremos ser um país created in, mas não queremos deixar de ser um país made in”.
No final da intervenção, o Primeiro-ministro anunciou que, em fevereiro de 2022, Portugal irá solicitar junto da União Europeia que a Península de Setúbal deixe de ser considerada NUT III e passe a ser uma NUT II. Desta forma, segundo António Costa, o território não irá sofrer penalizações no futuro, por exemplo, no acesso a fundos comunitários.