O Papa Leão criticou o tratamento dado aos migrantes detidos nos Estados Unidos, expressando especificamente a sua preocupação com os “direitos espirituais” destes, após relatos de que lhes teria sido negado o acesso à comunhão, o mais recente ponto de tensão entre o Vaticano e a Casa Branca de Trump nos últimos meses.
O primeiro americano a ser escolhido para liderar a Igreja Católica, apelou na passada terça-feira a que os líderes religiosos tivessem acesso às instalações onde estão detidos os migrantes, após relatos de que aqueles que se encontram detidos no centro de imigração de Broadview, em Illinois, foram impedidos de receber a comunhão no Dia de Todos os Santos e no Día de los Muertos, no fim de semana passado.
O Papa citou as escrituras, reiterou que “as necessidades espirituais dos migrantes devem ser atendidas” e pediu “uma reflexão profunda sobre o que está a acontecer” nos Estados Unidos.
Os comentários foram os mais recentes a contribuir para o aumento da tensão entre o Vaticano e a administração de Trump, especificamente sobre a aplicação severa das políticas de imigração pelo presidente.
Em setembro, o Papa Leão sugeriu que as pessoas que apoiam o “tratamento desumano dos imigrantes nos Estados Unidos” podem não ser “pró-vida”, ao que a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, respondeu que a administração de Trump estava “a tentar aplicar as leis do país da forma mais humana possível”.
Uma semana depois, o Papa reuniu-se com um grupo de católicos de El Paso, Texas, que afirmaram ter medo de ir à missa por receio de serem detidos por agentes do ICE, dizendo-lhes que está do lado deles e que é importante que a Igreja Católica se pronuncie “com veemência e unidade” sobre a questão da aplicação da lei de imigração.
Christopher Hale, um ativista católico democrata que administra uma popular newsletter no Substack chamada Letters from Leo, disse que entrou em contacto com um porta-voz da Casa Branca para comentar as recentes críticas e foi informado de que “o papa não sabe do que está a falar”. JD Vance perguntou a Hale no X qual porta-voz da Casa Branca lhe deu o comentário, mas Hale não respondeu. A assessoria de imprensa da Casa Branca tem respondido cada vez mais com provocações às perguntas da imprensa. No mês passado, respondeu a uma pergunta da Forbes norte-americana com um meme do filme “Top Gun”. No mesmo mês, Leavitt respondeu a uma pergunta sobre quem escolheu Budapeste como local para uma reunião entre Trump e Vladimir Putin com “a tua mãe”. Nas redes sociais, as contas oficiais da Casa Branca publicaram caricaturas sobre deportação e imagens manipuladas de manchetes.
(Com Forbes Internacional/Mary Whitfill Roeloffs)





