Associações empresariais do Alto Minho e de Tui, na Galiza, criaram um Agrupamento Europeu de Interesse Económico para dinamizar a economia da eurorregião e apresentá-la como “mercado único”, disse à Lusa a Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL).
“Não temos uma linha divisória entre fronteiras. Estes são mercados que se somam, que se devem agrupar e complementar. Interessa-nos, num posicionamento estratégico, apresentarmo-nos com o nosso pacote todo: levar empresas de um lado e de outro e apresentarmo-nos como um único mercado, para termos dimensão, diversidade e complementaridade”, observou o presidente da CEVAL, Luís Ceia.
O Mercatus – Agrupamento Europeu de Interesse Económico Transfronteiriço Galiza | Norte de Portugal, composto pela CEVAL e pela Câmara de Comércio de Tui, foi apresentado na sexta-feira em Valença e deverá começar a atividade por uma “caracterização do tecido empresarial” de ambos os lados da fronteira, indicou o responsável.
Missão é dinamizar atividade empresarial
“A nossa missão é dinamizar a atividade empresarial de um e outro lado da fronteira. Pretendemos fazer uma caracterização do tecido empresarial, trabalhar na captação de investimento e na criação de redes de ‘networking’, para por as pessoas a falarem e a desenvolver redes – negócios entre elas ou concorrerem em conjunto a determinados investimentos”, afirmou.
Numa nota de imprensa, a CEVAL destaca que “a ímpar relação entre a Galiza e o Norte de Portugal não tem paralelo em qualquer outra fronteira europeia”, embora “a complexidade da gestão territorial e do desenvolvimento económico seja ampliada em contexto transfronteiriço por assimetria entre os diferentes lados da fronteira”.
“Conscientes da necessidade de estimular uma articulação eficiente do desenvolvimento económico e empresarial a um nível transfronteiriço, a Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) e a Câmara de Comércio, Indústria e Navegação de Tui decidiram unir-se e criar este Agrupamento Europeu de Interesse Económico”, justifica.
“A ímpar relação entre a Galiza e o Norte de Portugal não tem paralelo em qualquer outra fronteira europeia”, diz a CEVAL.
Com o Mercatus, os seus membros fundadores “propõem-se a realizar um conjunto de atividades por forma a garantir a prossecução das linhas orientadoras que sustentaram a criação” do agrupamento, designadamente estimular o desenvolvimento económico da eurorregião, desenvolvimento e promoção do potencial transfronteiriço das empresas ou potencialização de oportunidades económicas.
De acordo com o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza – Norte de Portugal, esta eurorregião concentra uma população de 6,4 milhões de habitantes (2,8 milhões na Galiza e 3,6 milhões na região Norte de Portugal), e tem mais de metade dos 1,3 milhões de trabalhadores transfronteiriços da Europa.
Lusa