“Portugal é sem sombra de dúvida um País onde as pessoas têm o hábito de se atirar para a frente, e o nosso passado, a nossa história, é prova disso”. Quem o afirma é Pedro Sebastião, presidente do Centro de Inovação e Empreendedorismo Audax-ISCTE, à margem do evento “Gerir on stage”, que decorreu na passada sexta-feira no Auditório José Mariano Gago, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.
Num dos painéis do evento, organizado pela Protótipo, empresa de software de contabilidade e gestão, foi debatida a “Informação de Gestão para as Startups”, destacando-se, contudo, a necessidade de serem criadas condições que promovam mais o crescimento de uma start-up em Portugal, ainda que tenha sido ressalvado que, em comparação com outros países, esse enquadramento até seja favorável. Porém, é preciso mais.
O presidente do Audax-ISCTE entende, nesse sentido, “que a carga fiscal das start-ups devia ser mais suave, uma vez que [essas empresas] sem o investimento necessário para crescer, vão acabar estranguladas”.
Frederico Nunes, presidente do Conselho de Administração da DNA Cascais, referiu que “é necessário apoiar os empresários, principalmente os mais pequenos”.
“Não podemos deixar fugir este valor de Portugal”
Alargando o seu foco ao investimento internacional, Frederico Nunes acrescentou na sua intervenção que “não podemos deixar fugir este valor de Portugal, uma vez que os empresários vão gerar mais riqueza, mais postos de trabalho, mas quando chegam, não sabem como começar”, pelo que é necessário apoiar as empresas e dar-lhes formação na área financeira e de gestão e capacitá-las.
Já Rui Ferreira, CEO da Portugal Ventures, destaca que “embora os empreendedores apontem o foco no negócio é importante que, para além de estarem em conformidade com as regras, há que encontrar o equilíbrio numa gestão participada, muitas vezes proveniente de um sistema de informação prévia de alerta, que permita, com alguma antecedência, procurar fontes de investimento, principalmente ao contabilista”.
Noutro painel, dedicado ao “Futuro da Contabilidade”, ficou claro que a tecnologia vem libertar os contabilistas de tarefas menores, rotineiras e deixá-los mais libertos para uma função de controlo e de aconselhamento, tão essenciais a uma empresa.