A notícia da morte do militante número um do PSD, Francisco Pinto Balsemão, aos 88 anos, foi transmitida pelo presidente social-democrata e primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante uma reunião do conselho nacional do partido, em Lisboa, esta terça-feira à noite.
O Conselho de Ministros aprovou já esta quarta-feira o decreto de luto nacional de dois dias pela morte de Francisco Pinto Balsemão, a cumprir hoje e quinta-feira, disse à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro. Segundo a mesma fonte, o decreto já seguiu para promulgação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Reações ao falecimento de Balsemão:
Filhos destacam legado do pai que consideram eterno
Os filhos de Francisco Pinto Balsemão destacaram hoje, numa carta aos trabalhadores da Impresa, que o legado do pai é eterno e que dele fazem parte todos os que colaboram com o grupo.
“É um dia muito difícil para todos nós. Achámos que não chegaria porque começámos a acreditar que Francisco Pinto Balsemão – pai, marido, avô, jornalista, empreendedor – era eterno. Como todos se recordarão, as frases sobre o futuro eram iniciadas pelo fundador da Impresa com a expressão ‘Se eu um dia morrer…’. Mas o seu legado é eterno. E o seu legado somos todos nós”, disseram os filhos na carta a que a Lusa teve acesso.
Mónica Balsemão, Henrique Balsemão, Francisco Maria Balsemão, Joana Balsemão e Francisco Pedro Balsemão referem o sentimento de perda que está hoje a unir todos os que trabalham no grupo de comunicação social, pois todos fizeram “parte da sua família: mulher, filhos e netos, mas também os muitos profissionais que colaboraram ou colaboram com a Impresa”.
Para os filhos, a morte de Balsemão é também uma perda para todo o setor da comunicação social – onde foi uma “figura ímpar e visionária” -, e para o país, que destacam como “um dos pais fundadores” da democracia.
Os filhos agradecem aos trabalhadores por terem construído com Balsemão “uma história que deu ao país ventos de liberdade, com o Expresso, ventos de modernidade, com a SIC, ventos de mudança, com o pioneirismo que sempre o caracterizou”.
Em ambos os projetos, reforçam, Balsemão atuou com “liberdade, independência, rigor”.
Os filhos citam, na carta, frases do pai em que destaca o seu princípio cimeiro da luta pela liberdade, designadamente pela liberdade de expressão, e o objetivo de deixar o mundo melhor do que o encontrou.
“Francisco Pinto Balsemão deixou o mundo melhor. Cumpre-nos seguir o seu legado”, afirmam os filhos no final da carta.
Chairman’ da dona do Daily Mail recorda homem extraordinário e amigo leal
O ‘chairman’ do grupo de media britânico Daily Mail and General Trust (DMGT) afirmou hoje à Lusa que Francisco Pinto Balsemão “foi um homem extraordinário” e um amigo leal, “cujos conselhos eram sempre sinceros, inteligentes e sábios”.
Contactado pela Lusa, o visconde Rothermere, presidente do Conselho de Administração da dona do Daily Mail destacou que “Francisco foi um homem extraordinário que, de muitas maneiras, representou a jornada que seu país percorreu ao longo do último século”.
Nas suas palavras, classificou o fundador do grupo Impresa de “extremamente inteligente e independente, além de sábio e gentil”.
Francisco Pinto Balsemão “nunca deixou que a adversidade o atrapalhasse, mas encarava os desafios como uma forma de crescer e ter sucesso como pessoa e nos negócios”, prosseguiu o gestor.
“Ele era um amigo muito leal, cujos conselhos eram sempre sinceros, inteligentes e sábios” e “amava a vida, vivia-a ao máximo e apreciava a companhia de outras pessoas que compartilhavam a mesma visão”, sublinhou.
Francisco Pinto Balsemão “tocou muitas pessoas de uma forma muito positiva e fará muita falta a elas”, concluiu o ‘chairman’.
Pinto Balsemão foi membro não-executivo do Conselho de Administração do Daily Mail, entre 2002 e 2017.
Câmara de Lisboa manifesta profundo pesar e decreta dois dias de luto municipal
A Câmara de Lisboa manifestou hoje o mais profundo pesar pela morte do antigo líder do PSD Francisco Pinto Balsemão, lembrando-o como “figura maior da vida pública portuguesa”, e decretou dois dias de luto municipal em sua homenagem.
“Francisco Pinto Balsemão constitui uma figura singular e ímpar na defesa de três liberdades: de pensamento, de expressão e de informação, deixando uma marca indelével na cidade de Lisboa e no país e inspirando gerações”, destacou a Câmara Municipal, em comunicado.
Antigo líder do PSD, ex-primeiro-ministro e fundador do Expresso e da SIC, Francisco Pinto Balsemão morreu na terça-feira aos 88 anos.
O luto municipal decretado pela Câmara de Lisboa em homenagem a Francisco Pinto Balsemão é para cumprir hoje e quinta-feira, “com a consequente colocação da bandeira do município a meia haste em todos os edifícios e equipamentos municipais”.
Assim, o luto municipal junta-se ao luto nacional, também de dois dias e a cumprir hoje e quinta-feira.
“Empresário visionário, jornalista e político, Pinto Balsemão dedicou a sua vida ao serviço do país, deixando uma marca indelével na comunicação social, na democracia e na liberdade em Portugal”, enalteceu a autarquia, referindo que o antigo líder do PSD foi fundador do semanário Expresso e “um dos protagonistas da consolidação democrática após o 25 de Abril”, que exerceu ainda as funções de primeiro-ministro, “desempenhando sempre o seu papel com sentido de Estado, ética e compromisso cívico”.
Citado em comunicado, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que a capital “perde um dos seus grandes cidadãos”, considerando que Pinto Balsemão foi “um exemplo de inteligência, de coragem e de dedicação à causa pública”.
“Partiu uma das minhas referências pessoais e políticas. Francisco Pinto Balsemão teve uma vida feita de superlativos: foi fundador da democracia portuguesa, foi primeiro-ministro, foi o grande pioneiro da transformação da comunicação social. Mas foi, acima de tudo, também um cidadão sempre comprometido com o país”, expôs Carlos Moedas.
Recordando a entrega, em 2023, da Medalha de Honra da Cidade a Pinto Balsemão, o presidente da Câmara de Lisboa apresentou, em nome da cidade, as mais sentidas condolências à família, aos amigos e a todos aqueles que com ele tiveram o privilégio de trabalhar e aprender.
“O seu legado permanecerá como inspiração para todos nós”, afirmou Carlos Moedas.
Durão Barroso lembra legado de liberdade de um “fundador da democracia”
O antigo primeiro-ministro e presidente do PSD Durão Barroso lembrou hoje Francisco Pinto Balsemão como um “fundador da democracia”, destacando o legado de liberdade daquele que considera ter sido o “político português mais cosmopolita da sua geração”.
“Ele foi não apenas fundador de um dos maiores partidos portugueses, o PPD/PSD, foi também, nessa qualidade, um fundador da nossa democracia. Mas já antes do 25 de Abril de 1974, tinha sido fundador do jornal Expresso, um dos títulos mais influentes da comunicação social portuguesa, que foi essencial também na altura para a afirmação da liberdade, num regime que ainda não reconhecia essa liberdade”, frisou Durão Barroso em declarações à agência Lusa.
Durão Barroso sublinhou também a sua relação de amizade e companheirismo de “muitas lutas políticas” com Pinto Balsemão e recordou o militante número um do PSD como “o político português mais cosmopolita da sua geração”.
Pinto Balsemão, lembrou o antigo presidente da Comissão Europeia, era “aquele que tinha mais relações internacionais, não só na política, mas na economia, nas empresas, na comunicação social, a nível europeu e a nível global”.
“Era um homem com uma rede importantíssima e diversificada de contactos, alguém que combinava esse cosmopolitismo com, obviamente, o amor ao seu próprio país, a Portugal. Era alguém que tinha uma paixão grande pela liberdade e, sobretudo, uma paixão pela vida, que tinha uma grande curiosidade intelectual, curiosidade intelectual que ia para além da política”, sublinhou.
Durão Barroso considera que Balsemão deixa um legado de “paixão pela liberdade”, mesmo nas “funções, por vezes, contraditórias e difíceis” que tinha na política e na comunicação social.
“Ele mostrou que sabia respeitar a necessária independência e o espírito de tolerância. Portanto, foi uma grande perda, penso eu, para o país, aquela que agora cedeu e, obviamente, que queria aproveitar para exprimir à sua família as minhas mais sinceras condolências”, concluiu o antigo chefe de Governo.
Costa recorda figura central para “democracia civilista e pluralista” de hoje
O ex-primeiro-ministro português António Costa recordou hoje o papel de Francisco Pinto Balsemão para a “democracia civilista e pluralista” atual e o combate à “asfixia da liberdade de expressão” durante o Cavaquismo.
Francisco Pinto Balsemão, antigo primeiro-ministro, “institucionalizou a democracia civilista e pluralista” de hoje e “deu os primeiros passos para uma economia mais aberta”, afirmou António Costa, em Bruxelas.
O presidente do Conselho Europeu reagiu à morte do antigo primeiro-ministro social-democrata no final de uma conferência de imprensa sobre habitação, e recordou o papel de Francisco Pinto Balsemão na maneira “como dialogou com o PS para a revisão constitucional de 1982”.
António Costa lembrou que, ainda durante a ditadura, Francisco Pinto Balsemão “procurou a liberalização do regime através da criação do Expresso” e, mais tarde, criou a SIC, o “primeiro canal de televisão privado”, salientando a sua importância durante o “período do cavaquismo” em que houve, considerou, “asfixia da liberdade de expressão”.
“A SIC marcou um momento de ar puro”, sublinhou.
António Costa endereçou condolências à família de “uma grande figura do país”.
Cotrim Figueiredo diz que legado de “cultor da liberdade” perdurará
O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo qualificou hoje Francisco Pinto Balsemão, falecido na terça-feira, como “um cultor da liberdade” cuja visão e ousadia constituíram um legado “que o decurso do tempo não vencerá”.
“Mais do que fundador do PPD/PSD, primeiro-ministro ou precursor no setor dos media, Francisco Pinto Balsemão foi, ao longo de toda a vida, um cultor da liberdade”, escreveu Cotrim Figueiredo na rede social X.
Para o antigo presidente da Iniciativa Liberal, Balsemão foi uma “figura maior” da democracia portuguesa.
“A sua visão, a sua ousadia, a sua capacidade de correr riscos e de imaginar e construir um país mais livre e mais próspero inspiram-nos e constituem um legado que o decurso do tempo não vencerá”, declarou, apresentando condolências ao PSD, ao grupo de media Impressa, aos amigos e família de Pinto Balsemão.
“Foi um baluarte da democracia portuguesa” – António Horta Osório
Lisboa, 22 out 2025 (Lusa) – O gestor e ex-banqueiro António Horta Osório afirmou hoje que Francisco Pinto Balsemão, falecido na terça-feira, foi um baluarte da democracia portuguesa e um defensor intransigente da liberdade de imprensa, considerando que Portugal fica mais pobre.
“Francisco Pinto Balsemão foi um baluarte da democracia portuguesa e um defensor intransigente da liberdade de imprensa”, disse António Horta Osório, numa reação à sua morte, enviada à agência Lusa.
“Portugal fica hoje mais pobre”, concluiu o gestor, que há cerca de um ano renunciou ao cargo de administrador da Impresa para se dedicar à sua atividade internacional.
Mesmo que só tivesse feito o Expresso já teria lugar na história – António e Hanna Damásio
Os neurocientistas António e Hanna Damásio afirmaram hoje, em declarações à Lusa, que se nada mais tivesse feito do que inventar o Expresso, Francisco Pinto Balsemão, falecido na terça-feira, teria assegurado o seu lugar na história.
Contactados pela Lusa, António e Hanna Damásio manifestaram a sua tristeza pela sua morte, de quem eram amigos.
“Se nada mais tivesse feito do que inventar o Expresso, Francisco Pinto Balsemão teria assegurado o seu lugar na história da vida portuguesa”, afirmam os neurocientistas.
“Mas uma tal garantia em nada reduz a profunda tristeza com que a morte do nosso amigo Francisco nos abala”, afirmam.
Associação de Imprensa destaca legado na política e comunicação social
A Associação Portuguesa de Imprensa (API) destacou hoje o legado de Francisco Pinto Balsemão, que morreu na terça-feira aos 88 anos, no jornalismo, na comunicação social, no empreendedorismo e na política.
Numa nota publicada na sua página na Internet, a Associação Portuguesa de Imprensa manifestou “o seu profundo pesar” pelo falecimento de Francisco Pinto Balsemão.
“Advogado de formação, jornalista por vocação e empresário de referência, foi fundador do Expresso e do Grupo Impressa”, realçou a Associação.
A Associação lembrou que enquanto profissional e dirigente político, Pinto Balsemão foi um defensor da liberdade de imprensa e da autonomia dos jornalistas, valores que sempre considerou pilares fundamentais da democracia.
“Em 2023, por ocasião das comemorações do Dia Nacional da Imprensa, a Associação Portuguesa de Imprensa teve a honra de distinguir Francisco Pinto Balsemão com o Prémio Carreira de Excelência, reconhecendo o seu contributo excecional e a influência determinante que exerceu sobre várias gerações de profissionais da comunicação social”, é referido na nota.
Rangel recorda “homem livre” e “um dos grandes vultos da política” dos últimos 60 anos
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros recordou hoje Francisco Pinto Balsemão como “um homem livre” e “um dos grandes vultos da política” portuguesa dos últimos 60 anos.
Paulo Rangel falava aos jornalistas a meio do Conselho Nacional do PSD, que decorreu na noite de terça-feira e onde recebeu a notícia da morte do fundador e militante número um do PSD, Francisco Pinto Balsemão, começando por transmitir condolências à sua família.
“Estamos a falar, sem dúvida, de um dos grandes vultos da política e da sociedade portuguesa dos últimos 60 anos”, destacou, recordando quer o seu papel na oposição ao regime de Salazar como jornalista e deputado da Ala Liberal, ao lado de Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota ou Miller Guerra, quer depois como primeiro-ministro.
O número dois do Governo salientou ainda o “papel decisivo” de Balsemão na revisão constitucional e na lei de imprensa.
“Ele era um homem livre. Eu acho que foi, de facto, alguém que mudou Portugal, mudou como político, com certeza, mas talvez aquele legado que vai ficar como mais forte, julgo que é justo dizer, vai ser a liberdade da imprensa”, destacou.
Rangel sublinhou que Francisco Pinto Balsemão “nunca moveu um único dedo, nem disse uma única palavra para alterar a versão de um jornalista ou para o influenciar na edição de qualquer notícia”.
“Eu acho que esse legado da liberdade de imprensa, da liberdade de comunicação social, da modernização da comunicação social, da abertura à inovação, vai ser, talvez, o seu maior legado”, disse.
Rangel salientou também a frontalidade de Francisco Pinto Balsemão, que “tinha o condão de dizer a toda a gente aquilo que pensava, o que não significava que muitas vezes ficasse zangado com as pessoas”
“Mas essa frontalidade, que é uma característica não muito portuguesa, era uma característica dele. E outra era o amor pela inovação”, disse, recordando os seus últimos projetos ligados ao papel da inteligência artificial.
“Se tivesse que escolher uma palavra, era liberdade. Estar com Francisco Pinto Balsemão era respirar liberdade em todos os minutos e em todos os momentos em que ele não renunciava a acender o seu cigarro. Também nisso era um homem livre e um homem independente”, frisou.
Rui Moreira lamenta morte de um “verdadeiro senador da democracia portuguesa”
O presidente cessante da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, lamentou hoje a morte do empresário e político Francisco Pinto Balsemão, que considerou ser “o verdadeiro senador da democracia portuguesa” e declarou luto municipal para hoje.
“Hoje despedimo-nos de um verdadeiro senador da democracia portuguesa”, afirmou Rui Moreira, numa declaração nas redes sociais.
“Foi com profundo respeito, grande admiração e sentida gratidão que, em setembro de 2023, entreguei as Chaves da Cidade a Francisco Pinto Balsemão”, recordou o responsável da Câmara do Porto.
Acrescentando: “Por esse motivo declaro dia de luto municipal”, para esta quarta-feira.
Rui Moreira apresenta ainda “sentidas condolências” à família, amigos e ao grupo Impresa, a empresa de Pinto Balsemão.
Seguro lembra “papel destacado” de “homem de convicções democráticas firmes”
O candidato presidencial António José Seguro elogiou hoje o “papel destacado” de Francisco Pinto Balsemão na política portuguesa, um “homem de convicções democráticas firmes” que se dedicou à causa democrática e deixa um legado no pluralismo político e mediático.
“Foi com profunda tristeza que recebi a notícia do falecimento de Francisco Pinto Balsemão. Homem de convicções democráticas firmes, Balsemão teve um papel destacado na história política portuguesa, em particular no período conturbado da consolidação da nossa democracia”, refere Seguro numa publicação nas redes sociais.
O ex-líder do PS destaca uma “vida foi marcada por um forte sentido de compromisso com a liberdade e com a democracia” como primeiro-ministro, fundador e dirigente do PSD, jornalista e empresário de comunicação social.
“A sua dedicação à causa democrática e o contributo que deu para o pluralismo político e mediático em Portugal são legados que ficarão na memória coletiva do nosso país”, elogia.
Seguro deixa as suas sentidas condolências à família, amigos, colaboradores e ao PSD.
PR cabo-verdiano lamenta morte de “um grande amigo”
O presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, disse hoje ter perdido “um grande amigo”, um “homem plural” e “visionário”, numa mensagem de pesar publicada nas redes sociais, na terça-feira, sobre a morte de Francisco Pinto Balsemão.
“Acabo de perder um grande amigo, um homem plural que lutou pela liberdade, pela democracia e pelo crescimento material e espiritual de Portugal”, escreveu o chefe de Estado.
“Conversávamos muito, desde a literatura ao jornalismo, passando pela política e pelo futuro da humanidade”, referiu José Maria Neves, recordando o percurso político de Balsemão como antigo fundador e líder do PSD, primeiro-ministro, mas também como “visionário, ousado e inovador”, fundador do Expresso e da SIC, “dando uma outra dimensão à comunicação social portuguesa”.
José Maria Neves recordou o livro que ambos escreveram, “Um Futuro a Construir”, lançado em 2018, acrescentando que “vários projetos comuns ficaram por concluir”.
“Uma perda impreenchível para mim”, concluiu o Presidente cabo-verdiano.
“Uma das maiores referências da política” – Gouveia e Melo
O candidato à presidência da República Henrique Gouveia e Melo destacou hoje que Francisco Pinto Balsemão foi uma das “maiores referências nacionais da política, do jornalismo e da sociedade”.
“Deixa-nos uma das maiores referências nacionais da política, do jornalismo e da sociedade, mas o seu legado ficará para sempre na memória dos portugueses”, afirmou Gouveia e Melo numa reação à morte de Balsemão, que morreu na terça-feira, enviada à agência Lusa.
O almirante na reserva lembrou que conheceu o antigo primeiro-ministro e fundador do PPD/PSD no fim da pandemia de covid-19 e recordou “as conversas muito interessantes” que mantiveram desde então.
“Os meus sinceros sentimentos à família, em particular aos filhos, netos e mulher, e a todos os amigos. Deixo ainda os meus pêsames ao PSD, partido do qual foi fundador e militante”, acrescentou.
“Foi uma personalidade incontornável dos séculos XX e XXI -Nuno Melo
O Presidente do CDS-PP, Nuno Melo, disse esta noite que o antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, que morreu hoje, “foi uma personalidade incontornável dos séculos XX e XXI”, em declarações ao canal NOW.
“Pinto Balsemão foi uma personalidade incontornável do século XX e do século XXI português”, disse Nuno Melo, que é o atual ministro da Defesa,destacando o papel do antigo primeiro-ministro na política e na imprensa livre.
O antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, fundador e militante do número um do PSD, morreu hoje, aos 88 anos.
O líder do CDS-PP disse ainda que Pinto Balsemão teve uma longa e preenchida vida em muitas áreas, sublinhando que foi uma referência em Portugal e no estrangeiro.
Nuno Melo deixou ainda os sentimentos à família do antigo primeiro-ministro e ao Partido Social Democrata, destacando que Pinto Balsemão foi o fundador do PSD.
Cavaco Silva lembra contributo para a Liberdade e Democracia
O antigo presidente Cavaco Silva lamentou hoje a morte de Francisco Pinto Balsemão, recordando que a condecoração da Grã-Cruz da Ordem da Liberdade que lhe concedeu foi a “expressão máxima de gratidão” pelo seu contributo ao país.
Num comunicado enviado à Lusa, o ex-presidente sublinha o contributo do fundador do Partido Social Democrata e antigo primeiro-ministro para a Liberdade e a Democracia em Portugal, razão pela qual entendeu agraciá-lo com a condecoração.
Lembrando a sua ousadia e pioneirismo na comunicação social livre, Cavaco Silva sublinha que Pinto Balsemão foi “também um empresário fundamental para a liberdade de imprensa no País, enquanto fundador do Expresso e da SIC”.
“Pioneiro na comunicação social livre, mesmo antes da Liberdade vingar, Pinto Balsemão mostrou ousadia perante o antigo regime”, escreve o antigo presidente, destacando que “a fundação do então Partido Popular Democrático, a 6 de maio de 1974, ao lado de Sá Carneiro e de Magalhães Mota, permanecerá como um legado para a história da nossa Democracia”.
Na atividade de Pinto Balsemão como primeiro-ministro e líder do PSD, Cavaco Silva destaca “o seu empenho na revisão constitucional de 1982 e nas negociações para a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia”.
“Nesta hora de tristeza, envio à sua família, em meu nome e no da minha mulher, as mais sinceras condolências e curvo-me perante a sua memória”, finaliza o antigo presidente.
Democracia, parlamento e país prestam-lhe tributo – Aguiar-Branco
O presidente da Assembleia da República afirmou hoje que a democracia portuguesa, o parlamento e o país prestam tributo a Francisco Pinto Balsemão, considerando que impressionou Portugal com a sua energia, sagacidade e espírito de inovação.
“Até ao fim dos seus dias, Francisco Pinto Balsemão impressionou o país com a sua energia, sagacidade e espírito de inovação. A democracia, o parlamento e o país prestam-lhe tributo e agradecem a sua vida de serviço público”, refere-se na nota de pesar de José Pedro Aguiar-Branco, publicada no site oficial da Assembleia da República.
Francisco Pinto Balsemão, fundador e militante do número um do PSD, antigo primeiro-ministro, morreu hoje, aos 88 anos.
O presidente da Assembleia da República expressa profunda consternação pela morte de Francisco Pinto Balsemão, lembrando que foi membro da Ala Liberal antes do 25 de Abril de 1974, fundador do PPD, deputado constituinte e à Assembleia da República, primeiro-ministro e criador do grupo Impressa.
“Balsemão viveu uma vida longa e frutuosa, que se confunde com a própria História da democracia portuguesa. Ao lado dos outros integrantes da Ala Liberal, bateu-se pela liberdade de expressão, pela liberdade de imprensa e pela livre-iniciativa económica, em face de um regime autoritário, que tardava em modernizar-se”, aponta-se no texto assinado por José Pedro Aguiar-Branco. Depois, em democracia, destaca-se o seu papel como fundador do PPD, deputado, ministro e primeiro-ministro do VII e VIII governos constitucionais.
“Já neste século, integrou o Conselho de Estado. Advogado de formação, criou o grupo Impresa e fundou o semanário Expresso, um meio de comunicação determinante para a afirmação da imprensa livre no nosso país. Fundou ainda a SIC – Sociedade Independente de Comunicação, a primeira estação de televisão privada em Portugal”, acrescenta-se.
PS enaltece “personalidade incontornável” que deixa legado de independência
O PS manifestou hoje profundo pesar pela morte de Francisco Pinto Balsemão, “personalidade incontornável da democracia portuguesa” que honrou “o valor do debate democrático e da convivência entre diferenças” e deixa um legado “de independência”.
Numa nota de pesar enviada à agência Lusa, o PS enfatiza que “Balsemão deixa um legado de independência, sentido de serviço público e defesa intransigente da liberdade de imprensa”.
“O Partido Socialista manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de Francisco Pinto Balsemão, personalidade incontornável da democracia portuguesa, cuja vida foi marcada pelo compromisso com a liberdade, o pluralismo e o Estado de Direito”, enaltece.
Para o partido liderado por José Luís Carneiro, o antigo primeiro-ministro “soube sempre honrar o valor do debate democrático e da convivência entre diferenças, princípios fundamentais da vida democrática que partilhou com o Partido Socialista nas grandes etapas da construção de Portugal livre e europeu”.
“O Partido Socialista presta homenagem a uma vida dedicada à causa pública e à democracia”, elogia.
Os socialistas recordam o “jornalista, fundador do Expresso e do Grupo Impresa, deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República, primeiro-ministro em tempos exigentes da consolidação democrática e fundador do PPD/PSD”.
“A toda a sua família, amigos e colaboradores, o Partido Socialista expressa as mais sentidas condolências”, refere.
Moedas diz que Balsemão “faz muita falta num mundo polarizado” porque “fazia pontes” entre uns e outros
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, lamentou hoje a morte do “amigo” Francisco Pinto Balsemão e disse que o empresário e político vai fazer “muita falta” num mundo polarizado, porque “fazia pontes” entre uns e outros.
Em declarações à Sic Notícias, Carlos Moedas enalteceu a coragem de Pinto Balsemão e a sua “energia muito única”, além da “capacidade de comunicação absolutamente extraordinária” e o facto de ser um homem “moderno”.
Além disso, “é um homem que nos vai fazer muita falta, sobretudo num mundo muito polarizado de uns contra os outros”. Porque “Ele era um homem de uns e os outros, que fazia as pontes, que ligava”, realçou.
Por todas as suas virtudes, “foi das primeiras pessoas com quem falei em 2021 quando decidi candidatar-me à Câmara Municipal de Lisboa”, afirmou Carlos Moedas, lembrando que também por isso decidiu atribuir-lhe a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa.
Montenegro recorda “símbolo da fundação” do PSD que “espicaçava” partido
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, recordou hoje Francisco Pinto Balsemão como “símbolo da fundação” do PSD e lembrou as muitas vezes que espicaçava o partido para “aprofundar a social-democracia”.
O presidente do PSD falava aos jornalistas a meio do Conselho Nacional do partido, durante o qual recebeu a notícia da morte do fundador e militante número um dos sociais-democratas, hoje aos 88 anos.
“Em primeiro lugar, queria transmitir daqui uma palavra de muita solidariedade a toda a família do dr. Francisco Pinto Balsemão e dizer que foi com muita consternação que eu próprio recebi em primeira mão a notícia e a transmiti ao Conselho Nacional do PSD. Naturalmente, prestámos já uma muito justa, merecida, calorosa, profunda homenagem àquele que é o símbolo da nossa fundação, dos nossos valores, do nosso percurso enquanto organização cívica, política e instrumento de intervenção no nosso país”, afirmou.
Foram audíveis aplausos no Conselho Nacional depois de Lis Montenegro ter transmitido a notícia da morte de Pinto Balsemão.
O primeiro-ministro lamentou a “notícia muito triste” da morte de alguém que “foi sempre muito próximo, que foi sempre muito presente, até ao fim” na vida do PSD.
“Sempre com uma palavra amiga, com uma palavra de estímulo, com uma palavra de apreciação, de análise, que em todas as campanhas eleitorais, em todos os momentos de reflexão, nunca escondeu os seus pontos de vista e muitas vezes nos espicaçava para podermos aprofundar a social-democracia à luz daquela que é a situação hoje do país, da Europa, do mundo”, afirmou.
Montenegro recordou que Francisco Pinto Balsemão, com Magalhães Mota e Francisco Sá Carneiro, “patrocinaram e fomentaram o ato de constituição do PPD, na altura, hoje PSD”.
“Estruturando a sua matriz ideológica e afirmando os seus princípios programáticos e os seus valores que ainda hoje nos inspiram, que ainda hoje nos alimentam, que ainda hoje, de resto, estiveram bem presentes naqueles que foram os nossos protagonistas de candidaturas autárquicas, a própria formalização e promoção da autonomia do poder local em 1976”, destacou.
Montenegro recordou Balsemão como alguém, que como primeiro-ministro e líder do PSD, conseguiu “transformar a vida do país e consumar em decisões políticas os princípios de valorização da iniciativa privada, os princípios de respeito pelos valores e direitos fundamentais dos cidadãos, o acesso à saúde, o acesso à educação, o acesso à mobilidade, o acesso à habitação, como instrumentos de dignidade da pessoa e de promoção de uma verdadeira igualdade de oportunidades”.
“Esses princípios são ainda da matriz identitária do PSD e, portanto, é com profundo pesar e muita, muita tristeza que nós recebemos esta notícia”, disse.
O líder do PSD destacou ainda o papel de Pinto Balsemão na formação de uma “comunicação social livre” em Portugal.
“A fundação, nomeadamente do Expresso e depois mais tarde do grupo Impresa, são boas demonstrações da vontade que a personalidade de Francisco Pinto Balsemão sempre teve, para além da intervenção política direta através da instituição que fundou, o PSD, através dos cargos públicos que desempenhou, também na sua vida profissional acabou por dinamizar e aprofundar a nossa democracia”, afirmo.
Questionado se se recordava da última vez que trocou impressões com o militante número um do PSD, Montenegro disse ter falado com ele “antes e depois das eleições legislativas”, “por alturas do verão”.
Percurso de Balsemão
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Francisco Pinto Balsemão nasceu em 01 de setembro de 1937, em Lisboa. Jornalista, empresário e político, foi um dos fundadores do PPD, hoje PSD, primeiro-ministro entre janeiro de 1981 e junho de 1983, e presidente do partido entre 1980 e 1983.
Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata PSD. Chefiou dois governos depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi, até agora, membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.
Fundador do semanário Expresso, ainda durante a ditadura (1973), e da SIC, a primeira televisão privada em Portugal, morreu na terça-feira aos 88 anos, de causas naturais.
Deputado da chamada ala liberal no anterior regime, altura em que foi coautor de projetos de revisão constitucional, de lei de imprensa, lei de reunião e associação e de liberdade religiosa. Após o 25 de Abril de 1974, desempenhou as funções de vice-presidente da Assembleia Constituinte, tendo sido parlamentar e governante.
Francisco Pinto Balsemão fundou o jornal Expresso antes do 25 de Abril, elaborou a primeira lei de imprensa democrática e criou o grupo de comunicação social Impresa.
Em 06 de outubro de 1992 lançou a SIC, projeto de canal generalista, mas que atualmente conta com cinco canais temáticos – SIC Notícias, SIC Radical, SIC, Mulher, SIC Kids e SIC Caras -, mais a SIC Internacional, e o ‘streaming’ Opto, lançado em novembro de 2020.
Fundador e militante número um do PSD, Balsemão chefiou o VII e o VIII governos constitucionais, entre 1981 e 1983. Fundou o jornal Expresso, antes do 25 de Abril, e mais tarde a SIC.
com Lusa