Em todos os setores, as organizações estão a enfrentar uma transformação rápida, a par de enormes mudanças e desafios globais, como as alterações climáticas e a pandemia.
O colaborador da Forbes e especialista em temas de tecnologia empresarial, Bernard Marr, destaca oito tendências principais que fornecem uma fotografia de como as operações de negócios estão a evoluir para se adequar ao nosso mundo em rápida mudança.
Tendência 1: Operações sustentáveis e resilientes
Cada organização deve procurar eliminar ou reduzir os custos ambientais de fazer negócios. A descarbonização da cadeia de fornecimentos é uma forma de começar, porém, o especialista Bernard Marr salienta que “as empresas com visão de futuro estão a olhar além da cadeia de fornecimentos para melhorar a sustentabilidade em todas as operações de negócios”. Para este colaborador da Forbes, a sustentabilidade está ligada à resiliência, uma vez que a resiliência significa ser capaz de se adaptar e sobreviver por um longo prazo. “É improvável que qualquer empresa que ignore a sustentabilidade tenha um bom desempenho nesta era de consumo consciente”, indica Bernard Marr.
Tendência 2: O equilíbrio entre trabalhadores humanos e robots inteligentes
Agora temos robots cada vez mais capazes e sistemas de Inteligência Artificial (IA) que podem realizar tarefas que antes eram feitas por humanos. “Isso deixa os empregadores com algumas questões-chave: como encontrar o equilíbrio entre as máquinas inteligentes e a inteligência humana? Que funções devem ser atribuídas às máquinas? Quais as funções que são mais adequadas para os humanos?”, questiona Bernard Marr para o qual “não há dúvida de que a automação afetará todos os setores, pelo que os líderes de negócios devem preparar as suas organizações – e o seu pessoal – para a natureza do trabalho em mutação”.
Tendência 3: A mudança na base de talentos e a mudança na experiência dos funcionários
A forma como trabalhamos está a evoluir, com mais pessoas mais jovens a entrarem no mercado de trabalho, mais trabalhadores independentes e mais trabalhadores remotos. No seu livro “The Human Cloud”, Matthew Mottola e Matthew Coatney argumentam que o emprego de tempo integral tradicional será uma coisa do passado, à medida que as organizações passam a contratar pessoas com base em contratos – com os contratantes a trabalhar remotamente.
Tendência 4: Organizações mais planas e ágeis
Tradicionalmente, as organizações são muito hierárquicas e rígidas nas suas estruturas. Mas isso está a mudar, à medida que os líderes reconhecem a necessidade de estruturas mais planas e ágeis que permitam à empresa reorganizar as equipas rapidamente e responder às mudanças, constata o colaborador da Forbes, Bernard Marr que vê neste facto, em parte, “uma resposta à natureza do trabalho que está em transformação, particularmente a proliferação de trabalhadores independentes e remotos”.
“Esta é a era das estruturas organizacionais mais planas, que se parecem mais com comunidades flexíveis do que com uma estrutura de pirâmide de cima para baixo”, refere Marr.
Tendência 5: Autenticidade
Os atuais consumidores estão à procura de uma ligação mais forte com as marcas. “Essa necessidade de conexão deu origem à autenticidade como uma tendência de negócios por direito próprio”, afirma Bernard Marr. Este especialista afirma que a autenticidade ajuda a promover conexões humanas – “porque, como humanos, gostamos de ver marcas (e líderes de negócios) a exibir qualidades humanas importantes como honestidade, confiabilidade, empatia, compaixão, humildade e talvez até um pouco de vulnerabilidade e medo. Queremos que as marcas (e os líderes) se preocupem com os problemas e representem mais do que apenas gerar lucro”, aponta Marr.
Tendência 6: Negócios com objetivos
Vinculada à autenticidade, sobressai o objetivo de garantir que as organizações existem para servir um propósito significativo “e não apenas para gerar lucros para os acionistas”. O propósito – afirma Bernard Marr – define por que razão a organização existe. “Não é o que a organização é, o que ela faz ou para quem faz; o propósito é diferente da missão e da visão”. Para este colaborador da Forbes, “é importante ressaltar que um propósito forte tem a promessa de transformação ou a busca por algo melhor – seja um mundo melhor, uma maneira melhor de fazer algo ou o que for importante para a sua organização”, explica Marr.
Tendência 7: “Co-opetição” e integração
“O mundo empresarial global nunca foi tão integrado. E é um bom trabalho, porque a necessidade de trabalhar juntos para resolver os principais desafios de negócios (sem mencionar os maiores desafios da humanidade) é grande”, lembra Bernard Marr. Nesse sentido, enfatiza este especialista, no futuro, será cada vez mais difícil ter sucesso sem realmente fechar parcerias com outras organizações. Na prática, isso significa uma maior integração da cadeia de fornecedores, mais integração e compartilhamento de dados entre organizações e até mesmo cooperação entre concorrentes. A palavra competição poderia dar antes lugar a “co-opetição”, uma mistura entre cooperação e competição, sugere Bernard Marr.
Tendência 8: Novas formas de financiamento
As formas pelas quais as empresas podem gerar financiamento também estão a mudar. Novas plataformas e mecanismos surgiram para conectar empresas com investidores e mecenas – pensemos em crowdfunding, ofertas iniciais de moedas (ICOs), tokenização e empresas de aquisição para fins especiais (SPACs), por exemplo. “Muitos desses novos métodos são impulsionados pelo movimento financeiro descentralizado, no qual serviços financeiros como empréstimos e transações ocorrem numa rede ponto a ponto, através de uma rede pública descentralizada de blockchain”, refere Bernard Marr.
Para além dessas oito tendências, Bernard Marr salienta que também haverá tendências de tecnologia transformadora em 2022, incluindo impulsionadas por Inteligência Artificial e aumento de digitalização, para a qual todas as empresas devem estar preparadas.