Quais os argumentos que justificam trazer a Preloved para Portugal?
Trata-se de um conceito pioneiro e inovador no segmento de travel retail, que trazemos para Portugal para dar resposta às necessidades de consumidores cada vez mais exigentes e conscientes do ponto de vista ambiental. Com a Preloved temos, por um lado, o conceito de segunda mão, a circularidade em ação dando aos produtos uma nova vida, que torna o preço bastante atrativo para o nosso consumidor. Por outro lado, a possibilidade de poderem ter acesso a marcas de luxo, numa oferta de produtos únicos, vintage, peças icónicas e clássicas.
A marca aposta no luxo em segunda mão para o consumidor do travel retail. Quais as expetativas com a abertura deste espaço da Preloved em Lisboa?
As nossas expectativas para a abertura da Preloved são elevadas. Embora a inauguração oficial tenha decorrido em janeiro, a abertura ao público aconteceu no final de dezembro e os excelentes resultados do primeiro mês vieram validar a certeza desta nossa aposta, enquadrada na estratégia de ESG da Portugal Duty Free. A Preloved é a simbiose do mercado de luxo, da circularidade e do crescimento do travel retail.
Como garantem que os produtos da loja vão de encontro com as exigências das práticas de ESG (Environmental, social, and corporate governance)?
A abertura da loja Preloved faz parte de um programa de ESG da Portugal Duty Free que tem definido projetos em três grandes pilares: People, Product and Planet. Cada vez mais, queremos que os passageiros sintam o nosso compromisso na sua experiência de compra. Proporcionamos o acesso a peças vintage de marcas de luxo como Prada, Chanel, Bottega Veneta, Dior, Yves Saint Laurent ou Louis Vuitton que permitem prolongar o seu tempo de vida útil, evitando-se o desperdício. Também o nosso packaging é 100% reciclado, quer nos sacos de tecido, quer nos sacos de papel. Acreditamos que a economia circular, com a redução de consumo, a reutilização e reciclagem de produtos são pilares fundamentais para a concretização deste objetivo que é de todos.
Como se consegue atrair estas marcas de luxo para um conceito de loja de segunda mão?
Recorremos a equipas especializadas que autenticam os modelos em segunda mão: certificam-nos e identificam os defeitos, estabelecendo assim um preço para revenda. Uma vez que estamos a falar de marcas de luxo, temos standards qualitativos muito elevados, garantindo que o produto que chega aos nossos passageiros tem a qualidade que lhe é exigida. Cada produto adquirido pela Preloved é submetido a um controlo minucioso, com a garantia de que é 100% autêntico.
Depois de Lisboa, há planos de expansão da oferta de lojas não só da Preloved como de outras marcas para 2024?
No nosso portfólio contamos com mais de 30 lojas multimarca e fashion nos sete aeroportos nacionais onde operamos. As lojas da Vista Alegre, Calvin Klein e Preloved foram as mais recentes aberturas. Este projeto de expansão, do qual nos orgulhamos muito, está a decorrer a bom ritmo e posso avançar que em breve abriremos mais novas lojas, como a Ralph Lauren e Longchamp, apenas para mencionar algumas delas. Vamos continuar a trabalhar na melhoria da experiência do passageiro, reforçando simultaneamente o sense of place, a portugalidade, fomentando o melhor de cada região onde estamos inseridos. Pessoalmente, não sendo eu português, sinto-me cada vez mais surpreendido pela qualidade e diversidade de produtos locais que Portugal oferece.
Em termos de espaço comercial, o que distingue esta oferta das restantes?
O número de passageiros nos aeroportos nacionais tem vindo a aumentar para valores acima dos registados em 2019, uma recuperação exemplar e acima da média europeia em 2021 e 2022. Em 2023 mais de 66 milhões de pessoas passaram pelos aeroportos nacionais, a grande maioria teve a oportunidade de viver os valores da nossa marca. Proporcionar uma experiência de compra positiva e impactante, que crie boas memórias, é um dos nossos maiores desafios.
Como tem evoluído o desempenho financeiro da Portugal Duty Free?
Tivemos um excelente ano de 2023 com resultados muito positivos em linha com o crescimento do número de passageiros. Estamos com novas aberturas de lojas e marcas que vêm reforçar esta nossa expansão e estamos muito otimistas para 2024.
Com base na experiência da Portugal Duty Free, quais são as principais tendências no setor de travel retail em Portugal?
Algumas das tendências que observamos em Portugal refletem o que vemos acontecer globalmente. Destaco o crescimento do mercado de luxo, um caminho que a Portugal Duty Free tem vindo a seguir e a sustentabilidade. O consumidor está cada vez mais ambientalmente consciente nas escolhas que faz e, também a Portugal Duty Free está mais atenta ao portfólio que define para as suas lojas.
Como este segmento de travel retail em Portugal se diferencia do retalho convencional? As marcas estão a apostar em estratégias diferenciadoras para atrair os viajantes?
Temos de ter em conta que a disponibilidade do consumidor no retalho convencional é completamente diferente: tem mais tempo, maior possibilidade de comparar e de programar a compra. No segmento de travel retail o consumidor tem outra predisposição: encontra-se de passagem, geralmente com pressa, preocupado com horários e procedimentos, num estado de espírito totalmente diferente de um consumidor de retalho num centro comercial, por exemplo. É um consumidor focado na sua viagem. É muito importante que a sua experiência seja positiva, simples e eficiente. Nas nossas lojas, mais do que em qualquer outra loja, concentramo-nos no serviço ao cliente, o tempo do passageiro é precioso e queremos que se sinta confortável nas suas escolhas num curto espaço de tempo. Temos um profundo conhecimento das marcas e produtos para que a experiência seja eficiente.