A igualdade entre homens e mulheres no local de trabalho está longe de ser uma realidade na maioria das áreas, e o setor da tecnologia parece ser um dos grandes exemplos disso.
De acordo com o estudo “Women in tech”, publicado pela McKinsey & Company, a presença de mulheres em empresas tecnológicas ou empresas ligadas ao setor tecnológico é de 37%. A maioria trabalha em áreas como as redes sociais (50%) e o comércio eletrónico (46%).
Com apenas 22% das mulheres europeias a ocuparem cargos tecnológicos em empresas, o desenvolvimento e gestão de produto (46%) e a engenharia, ciência e análise de dados (30%) são as áreas com maior representação feminina. No lado oposto, os cargos com maior procura, que estão relacionados com DevOps e Cloud, são os que têm o menor número de trabalhadoras (8%).
Estes dados vão contra outra das conclusões deste estudo. É que se a percentagem de mulheres em empregos tecnológicos duplicasse até 2027, o PIB da União Europeia (UE) poderia aumentar em até 600 mil milhões de euros.
Para que assim seja, a análise da McKinsey considera que a representação feminina na Europa deve aumentar em mais de 1,6 milhões. O estudo assinala quatro pilares para que este objetivo seja cumprido: redistribuição, remodelação, retenção de talentos e redimensionamento.
“Se as empresas tiverem presentes estes pilares, poderemos ter uma presença feminina de 33% a 45% em cargos tecnológicos nos próximos anos. A atual falta de diversidade na tecnologia europeia resulta em desvantagens significativas para a Europa em toda a força de trabalho, na sociedade e mesmo ao nível da inovação. Neste sentido, é de particular importância aumentar a presença de mulheres nos cargos de topo: por exemplo, empresas em que a presença de mulheres nos conselhos de administração ultrapassa os 30% têm em média um investimento em I&D quatro vezes superior ao resto da economia”, afirmou André Osório, diretor de client capabilities da McKinsey em Portugal e em Espanha.