O lançamento anual de produtos da Apple na segunda-feira não conseguiu captar imediatamente os corações dos investidores, já que as ações do gigante tecnológico caíram durante o evento. mas será que isso significará que o modelo dececionou ou será um fracasso de vendas? Não. Então, qual o motivo para esta reação do mercado?
O evento de apresentação, apelidado de “Glowtime” pela Apple, marcou a estreia oficial da gama iPhone 16 da empresa, a qual foi projetada para suportar a integração de IA generativa diretamente no sistema operacional do smartphone, e o CEO da Apple, Tim Cook declarou que a empresa está “entusiasmada em apresentar os primeiros iPhones projetados desde o início” para IA.
A empresa fez questão de enfatizar a proteção da privacidade na sua iniciativa Apple Intelligence, um ponto de discussão sempre importante relativamente à IA generativa.
O iPhone 16 “marca o início de uma nova era”, disse Cook.
Apesar desta evolução significativa no novo iPhone, os recursos do Apple Intelligence chegarão aos EUA em outubro como parte de uma atualização de software gratuita em inglês, mas não estarão prontos para outros idiomas de imediato. Línguas como português, chinês e espanhol só terão este recurso no próximo ano, uma informação talvez que esmoreça um pouco aqueles que, noutros mercados fora dos EUA, anseiam sempre por um iPhone novo a cada setembro.
Coincidência ou não, cerca de uma hora após o início do evento, as ações da Apple caíram 1% quando os responsáveis da empresa viraram a sua atenção para o iPhone 16 e começaram a dar as suas explicações. Mais da metade das receitas da Apple vêm de iPhones e a empresa acabou de obter a sua receita trimestral mais fraca para as vendas do iPhone desde 2021. Se as funcionalidades totais do iPhone 16 não estarão disponíveis de imediato em todo o globo, é de admitir que possa haver uma menor corrida ao novo smartphone da empresa de Tim Cook, no arranque das vendas.
De resto, pode dizer-se que as expectativas estavam muito elevadas para a apresentação do iPhone 16, na medida em que as ações da Apple subiram 14% desde a Conferência Mundial de developers da empresa em junho (Worldwide Developers Conference), superando o ganho de 2% do S&P 500 durante esse período, graças em grande parte ao otimismo dos investidores para um grande ciclo de atualização do iPhone vinculado aos recursos de IA.
Esta diminuição de 1% que ocorreu é, por isso, sobretudo um ajuste de expectativas.
A Apple é a maior empresa do mundo em capitalização de mercado, valendo cerca de US $ 3.3 triliões na segunda-feira.
Mas, na realidade, historicamente, o comportamento das ações da Apple quando revela os seus iPhones não costuma ser brilhante. As ações da Apple historicamente têm um desempenho inferior ao do mercado mais amplo no dia dos lançamentos anuais do iPhone em setembro – as ações tiveram um desempenho inferior ao S&P 500 numa média de 0,6 pontos percentuais nos lançamentos de 2013 a 2023, de acordo com o analista do Morgan Stanley Erik Woodring, e as ações caíram em 12 dos 17 lançamentos anteriores do iPhone, de acordo com a Bloomberg.
Ou seja, esta flutuação que o preço das ações da Apple conheceu, que começa a ser tradicional, é uma ténue sombra que não ofusca a pujança da empresa, o seu valor ou mesmo belisca a possível carreira comercial dos novos produtos agora apresentados.
iPhone 16
Os iPhone 16 terão duas medidas disponíveis: 6,3 polegadas e 6,9 polegadas. O iPhone 16 tem um processador A18 com GPU 5‑core, uma teleobjetiva a 2x e uma câmara ultra grande angular de 12 MP. O iPhone 16 Pro tem um processador A18 Pro com GPU 6‑core, uma teleobjetiva a 5x e uma câmara ultra grande angular de 48 MP.
Tanto o iPhone 16 como o iPhone 16 Pro estarão disponíveis para pré-encomenda a partir de sexta-feira e nas lojas a partir de 20 de setembro. Em Portugal, o iPhone 16 custa desde 989€. O iPhone 16 Pro (256 GB) tem um preço de 1249€.
As versões maiores são mais caras, como é normal: o iPhone 16 Plus (de 128 GB) custa 1139€ e o iPhone 16 Pro Max (1 terabyte de armazenamento) custa 1499€.
A empresa também apresentou várias outras mudanças para o seu sistema operativo iOS 18, previsto para o final deste ano, incluindo iMessages programadas, reações de mensagens Emoji.
Para isso, a Apple integrará o chatbot ChatGPT diretamente nos iPhones, permitindo que o chatbot escreva iMessages e responda a outras solicitações generativas gratuitamente no próximo sistema operacional (os termos financeiros do acordo da Apple com a OpenAI apoiada pela Microsoft não foram divulgados).
Entre os recursos de IA generativa que chegarão aos iPhones estão a geração de imagens, resumos de notificação e mensagens automatizadas, de acordo com Cook.
Os recursos da atualização “Apple Intelligence” incluem prompts de escrita generativa, ícones emoji personalizados, um assistente de voz Siri aprimorado. e mensagens SMS via satélite concebidas para textos quando os utilizadores não têm serviço de torre de telemóvel.
O CEO Tim Cook disse que “é inteligência pessoal e é o próximo grande passo para a Apple”.
O novo iPhone 16 foi desenhado para incorporar uma bateria maior que, ao trabalhar em conjunto com o processador A18, resulta num impulso na autonomia, mesmo com todas as funcionalidades novas a funcionar, segundo a empresa que anuncia até 22 e até 27 horas de vídeo no iPhone 16 e iPhone 16 Plus, respetivamente.
Nos novos recursos não IA do iPhone 16 estão uma nova ferramenta de controle de câmara personalizável (botão Camera Control deslizante).
Para evidenciar a qualidade do seu produto, a empresa afirmou que os videoclips do novo álbum do artista musical The Weeknd foram feitos com a versão Pro do novo iPhone.
Apple Watch Series 10 e AirPods 4
A Apple também lançou o seu Apple Watch Series 10 (459€) que tem a interface mais fina de todos os tempos para a gama de smartwatch e um detetor de apneia do sono, e novos modelos AirPods (149€ ou 199€ na versão com cancelamento ativo de ruído) equipados com cabos de carregamento USB-C e projetados para se integrar às iniciativas de IA da Apple, incluindo um sistema no qual os utilizadores podem acenar ou balançar a cabeça para atender ou rejeitar chamadas telefônicas.
(com Forbes Internacional)