Dos três mais ricos em cada um de 40 países europeus, num universo de 120 pessoas, apenas seis são mulheres, revela um estudo hoje divulgado, mostrando uma disparidade de género assinalável nas maiores fortunas.
Um grupo de 70 jornalistas do grupo Correspondente Europeu – uma organização de ‘media digital’ financiada por comunidades – estudou o perfil de cerca de 130 milionários e bilionários em 40 países europeus, procurando traçar a personalidade dos proprietários das maiores riquezas neste continente.
Os jornalistas queixaram-se de dificuldades no acesso aos dados dos detentores de grandes fortunas, dizendo que “a falta de transparência impede uma visão completa da influência” destas personalidades na política nacional e internacional.
A investigação foi feita entre abril e setembro deste ano e os números da riqueza são apenas estimativas, perante a falta de dados mais precisos.
Para além de detetar uma disparidade de género – com apenas seis mulheres a aparecer no ‘ranking’ quando se analisa o perfil dos três mais ricos de cada um dos 40 países – o relatório também detetou uma acentuada disparidade de riqueza entre a Europa Ocidental (onde grande parte da riqueza está concentrada) e regiões como a dos países bálticos ou os Balcãs.
No caso de Portugal, os jornalistas analisaram quatro das figuras mais ricas, que inclui uma das seis mulheres na lista dos três mais ricos: Maria Fernanda Amorim, considerada a pessoas mais rica do país, com uma riqueza estimada em 4,5 mil milhões de euros, herdeira da fortuna do empresário Américo Amorim.
O estudo sobre os mais ricos de Portugal inclui ainda Pedro Soares dos Santos, com uma fortuna estimada em 3,4 mil milhões de euros, e que é o CEO da empresa de distribuição alimentar Jerónimo Martins; Vítor Manuel da Silva Ribeiro, com uma fortuna estimada em 1,4 mil milhões de euros, empresário cuja fortuna teve origem na banca; e o falecido Rui Nabeiro, com uma fortuna estimada em 454 milhões de euros, do grupo Nabeiro/Delta Cafés.
O estudo procura fazer um perfil destes milionários e bilionários, bem como perceber a origem do seu dinheiro, o que fazem com esse dinheiro, mas também que ligações políticas possuem e como são vistos no seu próprio país.
Os jornalistas do grupo Correspondente Europeu usaram fontes e dados disponíveis publicamente, tal como registos públicos e as bases de dados de organizações como a revista Forbes e a Bloomberg.
Lusa