A revista Forbes Portugal distinguiu, durante o seu evento anual, António Guterres como Personalidade Forbes Annual Summit 2023. O evento decorreu na passada terça-feira, dia 12 de dezembro no Hotel Pestana Palace Lisboa e foi dedicado ao tema Empower the Future. Nele participaram inúmeras individualidades que debateram temas como a transformação digital, a transição energética, a economia do mar e a importância do governance nas empresas.
Na impossibilidade de estar presente, António Guterres fez-se representar pelo Embaixador José Freitas Ferraz, diretor do Instituto Diplomático, responsável por coordenar a equipa que apoiou António Guterres na corrida à liderança das Nações Unidas.
O prémio, que representa o planeta Terra, feito em vidro reciclado, foi desenhado pela Vista Alegre, e oferecido pelo grupo Visabeira.
O galardão foi entregue ao representante de António Guterres pelas mãos do CEO do Grupo Visabeira, Nuno Marques e pelo CEO do Grupo Media Nove, José Carlos Lourenço.
José Freitas Ferraz agradeceu em nome de António Guterres, que estando em viagem não poderia estar presente, e relembrou que “esta função que ocupa é o cargo mais ingrato do mundo”. Recordou que quando o primeiro secretário-geral das Nações Unidas, o norueguês Trygve Halvdan Lie, passou a pasta ao seu sucessor, lhe disse que este era o trabalho “mais impossível do mundo”, pois ele próprio estava de saída por ter assinado o artigo 99 da Carta das Nações Unidas, artigo que deu à organização a sua densidade política.
António Guterres, o percurso de uma vida
É um dos políticos portugueses com maior reconhecimento internacional. António Guterres está atualmente como Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas e dedica a sua vida profissional a colocar no topo da agenda mundial temas como o combate às alterações climáticas, as desigualdades sociais e a irradicação da pobreza. “A ONU nasceu da guerra. Hoje devemos estar aqui pela paz”, diz.
Assumiu esta função a 1 de janeiro de 2017, tornando-se assim o nono Secretário-Geral da organização mundial. Tendo assistido e acompanhado o sofrimento humano nas zonas de guerra e nos campos de refugiados, este alto responsável centra o seu trabalho na dignidade humana, pondo-se ao serviço da medição da paz, como construtor de pontes e promotor da reforma e da inovação.
António Guterres assumiu funções políticas durante vários anos, tendo sido primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002. Está como secretário-geral da ONU desde 2017.
António Manuel de Oliveira Guterres nasceu em Lisboa em 1949 e licenciou-se em Engenharia no Instituto Superior Técnico. O seu percurso político conta já com várias décadas de atividade. Foi eleito para o Parlamento português logo após o 25 de abril e foi líder do grupo parlamentar do Partido Socialista. Foi, aliás, durante vários anos, presença ativa no Internacional Socialista, chegando a vice-presidente deste grupo. Participou na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e presidiu à Comissão de Demografia, Migração e Refugiados. Fundou também o Conselho Português dos Refugiados. E foi precisamente nesta área que teve maior impacto social: foi Alto-Comissário das Nações Unidas para os refugiados, mandatos marcados pelos conflitos e crises sociais na Síria, no Iraque, no Iémen e na República Centro Africana. Estes conflitos geraram a maior vaga de refugiados desde a II Guerra Mundial, com um total superior a 60 milhões de deslocados.
Desempenhou funções de primeiro-ministro de Portugal, entre 1995 e 2002, período no qual esteve envolvido no esforço internacional para resolver a crise de Timor. Como presidente do Conselho Europeu António Guterres liderou a adoção da Agenda de Lisboa para o crescimento e para o emprego e co-presidiu a primeira Cimeira União Europeia-África.
Casado com Catarina Vaz Pinto, tem dois filhos, um enteado e três netos. António Guterres, que disse um dia que “a família global é disfuncional”, vai buscar forças à sua, pois é esta que lhe dá alegria, orgulho e felicidade.