O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres defendeu, numa mensagem gravada em vídeo para o Fórum de Investimento Verde UE-África, que o continente africano tem de acelerar a transição verde.
António Guterres diz notar que a agenda está a convergir em torno do financiamento da transição verde e de uma maior resiliência, pois, sustentou, vários países africanos estão a aumentar rapidamente as energias renováveis, especialmente a energia solar e eólica.
O secretário-geral da ONU considera que esse impulso precisa ser acelerado através de investimentos em áreas específicas, por exemplo, associando a criação de empregos a tecnologias verdes.
“As energias renováveis fornecem um número crescente de empregos e esse número aumentará. O desenvolvimento das capacidades técnicas de africanos, mulheres e jovens para estes novos empregos vai simultaneamente combater o desemprego e a crise climática”, aponta.
Para António Guterres, deve haver ainda uma aposta na criação de incentivos para a transição da indústria para soluções de energia verde serve, investindo na resiliência da adaptação. “Pedi aos doadores bilaterais e multilaterais que garantam que 50% de todo o financiamento climático público seja dedicado à transição verde e ao fácil acesso ao financiamento. É algo que está muito atrasado.”, frisa.
O secretário-geral da ONU defendeu também o investimento em startups e o fornecimento de garantias de risco para investimentos privados. “A Ação Climática é uma oportunidade de investimento de três triliões de dólares americanos em África até 2030. E vejo a União Europeia como um parceiro fundamental para o continente”, diz.
O Fórum de Investimento Verde UE-África, que decorre sob o lema “O futuro verde de África, novas vias de investimento para um desenvolvimento inclusivo sustentável”, conta com as participações da presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von der Leyen, da comissária europeia para as Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, do presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, do presidente do Banco Europeu de Investimento, Werner Hoyer, do primeiro-ministro português, António Costa, do empresário e filantropo sudanês Mohamed Ibrahim e do economista guineense Carlos Lopes.
Participam ainda nos vários painéis, os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do Ambiente, Matos Fernandes, e das Finanças, João Leão, além de vários deputados europeus e representantes de instituições financeiras europeias e africanas. Estão igualmente previstas intervenções de representantes de organismos públicos, empresas e organizações do Quénia, Senegal, Angola, Benim, Etiópia, Serra Leoa, Portugal, Luxemburgo, entre outros.
O fórum representa o culminar de um mês de diálogo entre representantes europeus e africanos sobre desenvolvimento sustentável e investimento verde promovido pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, com a realização de 23 conferências virtuais, designadas “Green Talks”, que arrancaram em março, na capital senegalesa, Dacar.