A Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) apela ao Governo para manter a relevância da redução de impostos das pessoas singulares, em especial dos jovens, assim como a redução seletiva do IRC. A associação liderada por Alexandre Meireles salienta que “os atuais níveis de impostos são excessivos e têm impactado negativamente o poder de compra das famílias portuguesas”. Para a ANJE, “estas medidas seriam um sinal muito positivo para os portugueses e para a economia”.
O presidente da ANJE realça que “os portugueses não podem continuar sobrecarregados com impostos. Os preços dos bens e serviços essenciais têm aumentado significativamente nos últimos meses, e esta situação está a dificultar a vida dos portugueses”. Alexandre Meireles lembra que “em Portugal, os ordenados são baixos e os impostos sobre o trabalho estão em níveis altíssimos. Temos três questões que são importantes: reduzir a carga fiscal para que as pessoas possam receber mais e as empresas sejam mais eficientes e competitivas; reduzir os custos de contexto; e também ter empresários socialmente mais responsáveis, com maior visão social”. E defende ainda que “não podemos continuar a castigar quem trabalha”.
A ANJE considera que também é “urgente olhar para um efetivo aumento dos salários líquidos, eventualmente com um regime mais favorável à tributação em IRS, através de uma diferenciação positiva ou através de mecanismos de atribuição de prémios ou similares (otimizados fiscalmente)”.
Em vésperas de se conhecer o Orçamento de Estado para 2024, o organismo defende também a urgência de se avaliar “a possibilidade de incluir relevância de atratividade do interior, também por via da questão fiscal em IRS. Atualmente, com as startups tecnológicas, as atividades operacionais já são mais fáceis de levar para o interior, por isso, a parte fiscal pode ser a cereja no topo do bolo”.
A ANJE defende ainda incentivos fiscais em sede de IRC para empresas que valorizem os salários ou acelerem a transição energética. “Fazer uma diferenciação positiva, nas áreas tecnologias e de empreendedorismo, ajudará a reter negócios em Portugal e também a atrair negócios internacionais”, sublinha Alexandre Meireles.
Além disso, a ANJE alerta que deve ser feita “uma forte aposta em medidas de internacionalização das empresas, com ações no terreno e apoio de mentoria, nas diversas vertentes, quer realizando missões internacionais (com colaboração de agentes no terreno), quer através de missões inversas, ou seja, trazer empresas internacionais a Portugal para investirem e potenciar economia e conhecimento”.
Alexandre Meireles realça que “Portugal tem tido alguns problemas na questão da marca. Tínhamos uma mão-de-obra relativamente barata e competíamos com o preço. Sempre fizemos as coisas bem feitas, com qualidade, mas a baixo preço. Nunca procurámos defender-nos. Acho que há este caminho para nos diferenciarmos. Se tivermos uma marca que nos diferencie – seja na indústria têxtil, no calçado, na restauração, qualquer coisa –, os nossos clientes vão sempre procurar-nos porque mais ninguém pode dar-lhes o que a nossa marca tem”.