Na semana em que o Portugal Fashion regressou à Alfândega do Porto, a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) juntou um painel de líderes com o objetivo de debater as novas oportunidades de investimento em África. Durante a iniciativa Portugal – Africa Investment Roundtable – “Closing the Investment Gap: Building Resilient Africa – EuropeTextile Value Chains Post Covid”, esteve em cima da mesa o estado dos negócios, investimentos, exportações e parcerias entre Portugal e o continente africano no setor têxtil e de vestuário.
Na abertura do evento, o presidente da ANJE, Alexandre Meireles, realçou a “necessidade de se estabelecerem novas pontes entre Portugal e África e de se explorarem as oportunidades que existem para designers africanos em Portugal e portugueses em África”. Isto com o objetivo de se potenciar “a criatividade e o know-how existente nas duas geografias e facilitando o match entre criativos/marcas e investidores”, detalhou Alexandre Meireles.
No mesmo painel, o presidente do Board de Executivos do Afreximabak, Benedict Oramah, referiu-se às mudanças que estão a ocorrer no continente africano, destacando que hoje há um caminho de maior integração e que potencia as crescentes oportunidades de negócio com Portugal. Benedict Oramah lembrou que no terreno está “a parceria estabelecida com a ANJE, que garante o acesso a um fundo de 500 milhões de euros para as empresas interessadas em investir em África”.
O secretário de Estado para a Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, também marcou presença como orador e sublinhou a existência de boas oportunidades de negócio, mas alertou para a importância de Portugal e África se conhecerem melhor. “É preciso encontrar os melhores parceiros, com expertise e know-how e que estejam dispostos a partilhar riscos e resultados”, defendeu Eurico Brilhante Dias. O governante destacou ainda a qualidade e capacidade que as empresas portuguesas têm para conquistar novos países. Para o secretário de Estado para a Internacionalização, Portugal tem de “exportar mais e de investir mais no estrangeiro, diversificando os mercados de destino”. Numa fase em que as empresas apostam sobretudo para o mercado lusófono, Eurico Brilhante lembra que “existem oportunidades em países como o Senegal, Nigéria, Marrocos e Argélia, para os quais o Afreximbank pode ser um parceiro estratégico no processo de internacionalização das empresas portuguesas”.
A conferência integra o programa da 49.ª edição do Portugal Fashion e contou ainda com as intervenções de representantes de instituições públicas, associações empresariais, instituições financeiras e grupos empresariais, tanto de Portugal como de África. São disso exemplo o CEO da AICEP, Luís Filipe de Castro Henriques, o vice-Presidente da CIP, Luís Mira Amaral, entre outros. A estes oradores portugueses juntaram-se também convidados internacionais como o CEO da Federação Africana das Indústrias Têxtil e de Algodão, Emmanuel Mukua, o vice-Presidente da Africa Finance Corporation, Mohammed Usman Abdul-Razzaq, o CEO da Pan African Capital Holdings, Chris Oshiafi, o diretor executivo da Heritage Apparels, Abisade Adenubi, entre outros.