Angola deve potenciar os produtos da sua cadeia produtiva para circular num universo de cerca de 250 milhões de pessoas, número de habitantes dos estados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), considera Paula Bartolomeu, representante da Associação Agropecuária de Angola (AAPA).
A responsável, que falava durante o painel o “Potencial Agrícola da CPLP”, na 1ª edição da “Conferência Agricultura 3.0”, que decorre, em Luanda, numa iniciativa da Forbes África Lusófona, defendeu que Angola tem capacidade de potenciar certos produtos que hoje consegue produzir, no caso da mandioca.
“Nós somos autónomos na produção da mandioca, somos autónomos na produção da bata-doce. Podemos, de forma muito singela e com ajuda de plataformas digitais, fazer publicidade destas denominações de origem e protegê-las, fazer uma marca angolana, fazer um produto reconhecido além-fronteiras”, entende Paula Bartolomeu.
Entretanto, para o diretor económico da CPLP, Ivan Guilherme, muitas vezes, os agricultores não conseguem garantir a produção primária, por falta de apoio financeiro e logístico, o que impossibilita alavancar a agroindústria da comunidade.
“Para termos estradas, pontes e zonas económicas, será muitíssimo difícil, será necessário captarmos muito investimento e financiamento interno e externo”, admitiu.
Durante a conferência que decorre sob o lema “A Semente dos Negócios Sustentáveis e Inclusivos”, o sénior operations offcer do IFC, Vasco Nunes, avançou que a sua instituição tem uma carteira na CPPL de cerca de 4 500 milhões de dólares.
“O IFC faz parte do compacto lusófono, uma plataforma para facilitar investimentos e garantias de créditos no sector privado em parceria público-privadas. Temos vários projetos e trabalhamos com pequenos agricultores”, informou.