A 8.ª edição Amphora Wine Day (AWD) bateu todos os recordes das anteriores edições e reafirmou o estatuto do Alentejo como referência mundial do Vinho de Talha. A Herdade do Rocim voltou a reunir produtores, jornalistas, especialistas e apaixonados pelo vinho num encontro que continua a inspirar o mundo e a projetar uma tradição com mais de dois mil anos.
Foram cerca de 50 produtores provenientes de seis países presentes neste evento com a particularidade de vários desses produtores internacionais a manifestarem manifestaram este ano interesse formal em levar o Amphora Wine Day para os seus próprios países, uma demonstração clara da influência crescente do evento na promoção da técnica ancestral de vinificação em ânfora. “O que começou no Alentejo já não pertence apenas ao Alentejo — pertence ao mundo. Acolhemos 1850 visitantes nesta edição”, adianta Pedro Ribeiro, CEO e enólogo da Herdade do Rocim.
O Vinho de Talha vive, de resto, um momento de afirmação internacional. Em 2025, o setor registou um crescimento de 22% nas exportações, com especial evolução na Ucrânia, onde a procura por vinhos de tradição e identidade tem aumentado de forma expressiva e onde o Rocim já marca presença. Mercados como EUA, Alemanha, Polónia e Japão reforçam, igualmente, a sua aposta nos vinhos de ânfora.
Para Pedro Ribeiro, “o Rocim abriu os olhos do mundo para o vinho de ânfora do Alentejo e tem sido muito gratificante este percurso. Produtores de todo o mundo viajam até ao Alentejo para compreender como o barro, o tempo e a terra se unem para criar vinhos únicos.”
Amphora Wine Talks
Um dos momentos mais marcantes do evento foi a Amphora Wine Talks, este ano moderada pelo especialista de vinhos Nuno Oliveira Garcia, sob o tema “Da Argila ao Copo: como promover o Vinho de Talha”. Este painel reuniu quatro vozes incontornáveis do panorama internacional.
Jamie Goode referiu que: para ganhar o mundo, o vinho de talha precisa de construir confiança, alimentar expectativa e gerar emoção: “Criar confiança, expectativa e excitação” foram as ideias transmitidas.
“Há sempre uma história ligada ao vinho — devemos usá-la”, disse, por seu lado, Jenia Nikolaichuk, Wine Expert. Com conhecimento dos consumidores internacionais, Jenia destacou a importância da narrativa como ferramenta essencial para diferenciar o Vinho de Talha e para criar ligações emocionais duradouras. A sua intervenção reforçou a necessidade de comunicar cultura e autenticidade — e não apenas produto.
Já Agathe Plantade, Wine Manager, sublinhou o papel estratégico dos embaixadores e influenciadores qualificados nos mercados internacionais. A sua visão reforça a urgência de construir uma rede global que represente, com credibilidade, a identidade alentejana e a raridade do vinho de ânfora. “Precisamos de embaixadores para contarem a história e promoverem a exclusividade dos vinhos do Alentejo”, sublinhou.
Como produtor, João Soares salientou que nenhuma estratégia de comunicação funciona se não refletir a verdade do processo e das pessoas que fazem o vinho. “A autenticidade da mensagem!”
