Pessoa bastante reservada e introspetiva, que prefere manter a sua vida pessoal longe dos holofotes, Álvaro Siza Vieira tornou-se num dos principais protagonistas da história da arquitetura contemporânea, sendo que os seus projetos mudaram a paisagem urbana de várias cidades de todo o mundo.
É o mais galardoado arquiteto português de sempre, contando na sua recheada vitrina, e entre muitas outras distinções, com o referencial Prémio Pritzker, atribuído em 1992 pela Fundação Hyatt, pelo projeto de renovação na zona do Chiado, em Lisboa.
Alvo de condecorações oficiais como Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico de Portugal (atribuída a 10 de junho de 1992), com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (a 9 de julho de 1999) e com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública de Portugal (a 6 de abril de 2017), Siza Vieira viu, agora, ser-lhe dedicado o documentário “SIZA”, no qual se faz um retrato da pessoa e do seu legado na arquitetura moderna, através de um olhar íntimo e único.
Dirigido pelo publicitário, diretor criativo e produtor brasileiro Augusto Custodio, o documentário mostra esse lado mais pessoal de Álvaro Siza Vieira, cobrindo factos da sua infância, bem como as suas relações familiares, a sua paixão como escultor e a sua admiração pela música clássica, explorando as influências na sua vida de nove décadas, naturalmente sem esquecer a sua ímpar carreira profissional.
Nele contam-se relatos de amigos e pessoas do seu núcleo mais próximo – incluindo os arquitetos Eduardo Souto Moura e Carlos Castanheira – todos revelando detalhes exclusivos sobre a sua personalidade e o seu trabalho.
Iniciado há dois anos, o projeto do documentário implicou 300 horas de filmagem que envolveram cerca de 40 entrevistados. No final, o filme tem uma hora de duração.
O lançamento do documentário “SIZA” terá lugar pelas 15h00 deste domingo, 25 de junho, num evento restrito a convidados, a realizar na Casa da Arquitetura, em Matosinhos, na presença do Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.
Presentes estarão, também, muitos outros convidados, familiares e amigos próximos de Álvaro Siza Vieira, bem como representantes das demais entidades envolvidas neste projeto, num evento que encerrará com um concerto da Orquestra Jazz de Matosinhos.
Esta obra documental ficará, logo depois, disponível na plataforma de streaming Gallery, na sua versão integral, para visualização pública.
A Peugeot foi a marca que se associou a este vídeo, sendo o 408 o “Carro Oficial” do projeto “SIZA”.
Como Carro Oficial do documentário “SIZA”, o Peugeot 408 GT Plug-In Hybrid é conduzido pelo neto de Álvaro Siza Vieira, o arquiteto Henrique Siza, num percurso pela Foz do Douro, no Porto.
Este é o trailer oficial:
Nome incontornável da arquitetura portuguesa e mundial, Álvaro Siza estudou Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) – antecessora das faculdades de Arquitectura e de Belas Artes da U.Porto – entre 1949 e 1955. “Discípulo” de Fernando Távora, de quem foi colaborador entre 1955 e 1958, ensinou na ESBAP entre 1966 e 1969.
Lecionaria posteriormente na FAUP, onde deu a última aula em outubro de 2003. Com uma obra amplamente reconhecida a nível nacional e internacional, aquele que é também o mais premiado arquiteto português assinou projetos emblemáticos como os da Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, da Biblioteca da Universidade de Aveiro, do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, da Igreja de Marco de Canaveses, do Pavilhão de Portugal na Expo’98, ou do próprio edifício da FAUP, inaugurado em 1992.
Nesse mesmo ano tornou-se o primeiro português a conquistar o Prémio Pritzker (o também professor da FAUP Eduardo Souto de Moura suceder-lhe-ia em 2011), galardão equiparado ao “Nobel da Arquitetura”.
Também foi distinguido com o prémio Mies Van der Rohe (em 1988).
Portugal submeteu uma candidatura de oito obras de Álvaro Siza Vieira localizadas em Portugal a Património Mundial da UNESCO.
Os projetos abrangidos são a Piscina das Marés, o Museu de Serralves, o edifício da FAUP, a Casa de Chá da Boa Nova, o Pavilhão de Portugal, a Igreja do Marco de Canavezes, o Bairro da Bouça e a Casa Alves Costa, em Caminha.