O digital entrou na minha vida em 2015, por curiosidade e como um hobby, mas rapidamente escalou. As redes sociais começavam aí a ganhar espaço e os criadores de conteúdos começavam a surgir e a criar o seu próprio palco. Comecei no Youtube, mas hoje estou nas várias plataformas digitais com uma comunidade fiel e que me acompanha em todos os projetos. Em tempos um hobby que se transformou no meu trabalho de todos os dias, de forma completamente inesperada, mas muito natural.
Depois de oito anos, posso dizer que me sinto muito realizada por tudo o que consegui alcançar. Apesar da incerteza que pode ser o mundo digital, a consistência tem vindo a acompanhar o meu percurso. Ainda que pareça um trabalho fácil e leve, porque, de facto, a presença nas redes é instantânea, é muito difícil manter a rotina, fidelizar os nossos seguidores e continuar a trazer conteúdo relevante para a minha comunidade. Estar nas redes sociais implica muita gestão e planeamento estratégico a curto, mas, principalmente, a longo prazo. Como em todas as carreiras.
Sou, hoje, uma mulher realizada, mas com muito por cumprir simultaneamente. Porque a realidade – sobretudo no contexto atual – não é estanque e todos os dias tento superar-me ou sonhar com novas conquistas.
Participei no processo de criação de uma marca – a Tarwi, que continua a ser um sucesso; tenho o meu livro; diariamente trabalho em parcerias incríveis com marcas com muita experiência e que contribuem para o meu desenvolvimento profissional; já fui nomeada para prémios; e tantas outras coisas que me preenchem enquanto mulher e profissional. Aconteceu tudo de uma forma muito rápida, sem que tivesse tempo de ambicionar muito mais.
Há dois anos, a maternidade chegou e com ela surgiu o medo e incerteza de conseguir conciliar o meu trabalho com a criação de um filho. Se por um lado consigo gerir os meus horários, por outro a minha carreira depende a 100% de mim, porque, na maioria dos casos, a produção dos conteúdos implica exclusivamente a utilização da minha imagem. Até perceber a multiplicidade de papéis que uma mulher consegue conciliar ao mesmo tempo, senti receio, mas senti que esta seria, acima de tudo, mais uma experiência transformadora. Hoje, enquanto mulher, mãe e trabalhadora independente, sinto-me mais empoderada do que nunca. Além disso, sinto-me muito privilegiada e agradecida por ter conseguido alcançar este lugar, que me permite ser dona do meu tempo e das minhas decisões.
A Alice de 20 anos, insegura, perdida e cheia de medos, jamais acreditaria na Alice de hoje, com 32 anos, confiante, empoderada e cada vez mais segura de si.