Apesar da diversificação de portefólio e consequente aposta nas energias renováveis das empresas de energia, os combustíveis fósseis continuam a ter um impacto importante nas empresas tradicionais, que nasceram com o foco no setor petrolífero, como é caso da Galp.
A empresa nacional cotada em bolsa, que vale atualmente cerca de 14,2 mil milhões de euros – boa parte nas mãos do clã Amorim, a família mais poderosa no país – continua a crescer na área da exploração petrolífera. Segundo os analistas da XTB, plataforma de investimento online, a descoberta das reservas de Mopane, na Namíbia animou os investidores e o preço das ações ultrapassou a barreira dos 18 euros, mantendo-se resistente – hoje está a cotar a 19,98 euros, o que atribuiu, segundo a Forbes Internacional, uma fortuna de 6,5 mil milhões de euros a Fernanda Amorim e suas filhas. A empresa detém 80% dos direitos de exploração nas novas reservas e prevê fazer acordos com outras petrolíferas para arrecadar uma parte do capital e ainda assim continuar a deter uma participação na exploração.
Fortuna da família Amorim está agora mais elevada, face à contabilização da Forbes em fevereiro último, atingindo os 6,5 mil milhões de euros, à boleia das ações da Galp.
Esta descoberta catapultou a Galp para outro patamar, encontrando-se cada vez mais na mira dos investidores internacionais. A XTB acredita que depois de uma pequena correção, as ações da Galp possam ainda crescer até à zona dos 23,5 euros, embora, não esquecendo que o preço do petróleo, em queda, possa ter impacto na performance da empresa.
Crescimento da Galp vai continuar à boleia do petróleo?
Apresentados no fim de abril, os resultados trimestrais da companhia demostram melhorias significativas nos seus resultados operacionais. O EBITDA RCA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, numa base de replacement cost ajustado) subiu 12,7%, para os 974 milhões de euros, face ao trimestre homólogo. Já o lucro líquido cresceu 34,8% no período em análise, atingindo os 337 milhões de euros. Estes resultados, segundo os analistas demostram a robustez da extração de petróleo, da refinaria, da comercialização e das energias renováveis. Contudo, o destaque vai sobretudo para a extração e refinaria de petróleo já que representam mais de 90% de todo o EBITDA RCA.
As melhorias de eficiência e produtividade são visíveis pelo crescimento do cash flow operacional, mas também demostram o reflexo do aumento do preço petróleo que cresceu 20% desde o início do ano. No que toca à liquidez a companhia tem uma posição sólida, com um valor de 1,7 mil milhões de euros em cash and equivalents, tendo também atingido um valor histórico do capital próprio, que alcançou os 5,6 mil milhões de euros, tendo a dívida líquida caído 106 milhões de euros.