Acidente/Elevador: Conselho de administração da Carris renuncia ao cargo e Moedas aceita

O presidente da empresa municipal Carris, Pedro de Brito Bogas, apresentou a renúncia ao cargo ao presidente da Câmara de Lisboa, resignação que é extensível a todos os restantes elementos do conselho de administração, revelou hoje a autarquia. A renúncia acontece na sequência das conclusões do relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de…
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O presidente da empresa municipal Carris, Pedro de Brito Bogas, apresentou a renúncia ao cargo ao presidente da Câmara de Lisboa, resignação que é extensível a todos os restantes elementos do conselho de administração, revelou hoje a autarquia.
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O presidente da empresa municipal Carris, Pedro de Brito Bogas, apresentou a renúncia ao cargo ao presidente da Câmara de Lisboa, resignação que é extensível a todos os restantes elementos do conselho de administração, revelou hoje a autarquia.

A renúncia acontece na sequência das conclusões do relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), divulgado na segunda-feira, relativamente à tragédia com o elevador da Glória, que ocorreu no dia 03 de setembro e provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.

Em comunicado, a Câmara Municipal de Lisboa informou que o presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), “compreende e aceita os motivos apresentados” no pedido de renúncia do conselho de administração da Carris, “considerando fundamental a nomeação de uma nova administração, que será apresentada oportunamente, para um novo mandato”.

De acordo com a autarquia, a atual administração da Carris garantirá a gestão, dentro dos prazos e limites legais, até à escolha de um novo presidente e conselho de administração desta empresa municipal.

Pedro de Brito Bogas apresentou a renúncia ao cargo de presidente da Carris durante um encontro com Carlos Moedas, em que informou que a resignação é “extensível a todos os restantes elementos do conselho de administração da empresa”.

A este propósito, o presidente da Câmara de Lisboa destacou “a forma profissional e corajosa com que no momento mais duro do mandato, na sequência do trágico acidente do elevador da Glória, o atual conselho de administração defendeu os interesses da empresa e, apesar de terem colocado o lugar à disposição desde a primeira hora, aceitaram manter-se em funções”.

Na sequência desta decisão, de acordo com o comunicado da autarquia, “Carlos Moedas reforça e assume a preocupação de querer restabelecer o mais depressa possível a total confiança e credibilidade de uma empresa fundamental para a cidade de Lisboa”.

De acordo com informação avançada na terça-feira pela SIC, citando fonte próxima de Carlos Moedas, o presidente da Câmara de Lisboa não iria reconduzir a atual administração da Carris e assumia “a preocupação de querer recuperar o mais depressa possível a confiança e credibilidade da empresa”.

Atualmente, a administração da Carris é presidida por Pedro de Brito Bogas, após nomeação aprovada pela Câmara de Lisboa em maio de 2022, para substituir Tiago Farias, que ocupava o cargo desde 2016.

Na noite do acidente com o elevador da Glória, que ocorreu em 03 de setembro, segundo a CNN Portugal, o presidente da Carris colocou o lugar à disposição, mas Carlos Moedas não aceitou o pedido de demissão.

A investigação do GPIAAF ao acidente com o elevador da Glória detetou falhas e omissões na manutenção do ascensor, apontando também a falta de formação dos funcionários e de supervisão dos trabalhos efetuados pela empresa prestadora do serviço.

Segundo os investigadores, “embora as ações de manutenção contratualmente previstas e planeadas estivessem a ser registadas como cumpridas em sistema de registo próprio, ao qual a Carris tem acesso direto, foram recolhidas evidências de que tal registo não corresponde às tarefas que efetivamente foram executadas”.

Lusa

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