Escritórios não fazem parte dos planos da empresa Alts Digital. Nunca existiram, nem vão existir. Em vez disso, esta tecnológica portuguesa acena com benefícios para que os seus colaboradores possam trabalhar onde quiserem, quer estejam dentro ou fora do país.
A aceleração dos negócios digitais no pós-pandemia permitiu a esta empresa crescer e, com isso, expandir a sua equipa de apenas 5 para mais de 30 colaboradores em menos de dois anos, procurando duplicar a sua equipa para 60 pessoas em 2022.
O crescimento será feito mantendo a aposta num regime de trabalho 100% remoto, com os seus responsáveis a defenderem a promoção do trabalho no melhor escritório possível: onde os colaboradores se sentirem bem, seja em casa ou no café à beira da praia. E no horário em que cada trabalhador preferir.
Recentemente, a Alts Digital apostou no lançamento de um benefício – um voucher de 100€ mensais para ser utilizado em espaços de co-work nacionais ou internacionais.
Com a implementação desta prática, a empresa pretende reforçar a ideia de que “trabalhar remotamente não tem de ser sinónimo de estar em casa e inspira as suas pessoas a usufruir totalmente da flexibilidade de trabalhar a partir de qualquer local, com os benefícios que isso tem para a saúde mental e para a interação com os colegas”.
A Alts Digital ainda oferece outros dois benefícios para promover o bem-estar e crescimento dos seus colaboradores: promove uma semana de team building presencial – a Workation – e disponibiliza-lhes 1.000€ para investirem na sua formação e desenvolvimento profissional.
Conversa com o CEO da Alts Digital, André Geada, acerca do trabalho remoto, das suas vantagens e das críticas de Elon Musk que considera que o teletrabalho é a fingir.
Elon Musk, um homem do mundo digital tem vindo recentemente a público mostrar-se relutante com o teletrabalho dos seus colaboradores. Como vê esta questão?
André Geada (AG): Não há culturas certas ou erradas. Cabe a cada empresa e à sua equipa definirem qual o modelo que lhes faz mais sentido. As vantagens do trabalho remoto são claras, por isso não nos revemos na visão de Elon Musk de que não se conseguem grandes resultados e produtos nesse modelo.
A Alts Digital acredita nas virtudes do trabalho remoto. Quais os méritos que destaca neste tipo de trabalho?
AG: Existem os méritos mais óbvios, como a flexibilidade (no horário e local de trabalho), work life balance e evitar o stress e as longas filas no trânsito. Além disso, é enriquecedor tanto a nível profissional, como pessoal. Neste modelo, as pessoas podem viajar para outros países sem tirar férias, conhecer outras realidades e pessoas de vários lugares do mundo. Isto permite a cada um alargar os seus horizontes, ao ser influenciado por outras culturas e outras maneiras de pensar, exponenciando o seu leque de conhecimentos e experiências. Além do impacto direto na pessoa, até a própria empresa sai beneficiada com isto.
No vosso caso, a empresa nasceu antes da pandemia? Ou seja, a questão do trabalho remoto surgiu com a pandemia ou já existia anteriormente?
AG: A empresa nasceu cerca de um ano antes da pandemia. Sempre foi remota. Nunca nos vimos na necessidade de ir para um escritório. Certamente que nunca iremos.
Os vossos atuais 30 colaboradores vivem em que locais, para podermos ter uma ideia da dispersão geográfica da empresa?
AG: Maioritariamente em Portugal, de vários pontos do país (de Braga à Madeira). Mas também temos colegas noutros pontos do mundo, como no Brasil, Bulgária, Malta, no total de seis países diferentes. A tendência será sempre de aumentar a diversidade de países.
Quando falam com os vossos clientes, obtêm deles algum comentário sobre o facto de o vosso serviço assentar exclusivamente no teletrabalho?
AG: Os nossos clientes, tal como nós, estão mais focados nos resultados e na qualidade do trabalho e menos no sítio de onde as pessoas trabalham, ou a quantidade de horas que cada um emprega na execução do seu trabalho.
O core da Alts Digital é a gestão de websites. Vai manter-se ou com a duplicação da equipa isso vai mudar?
AG: Vamos manter. Certamente iremos aumentar o número de sites em que operamos. Estávamos a aguardar pelo momento certo para entrar em novos mercados e verticais, e a duplicação da equipa servirá para suportar esse crescimento. Precisamos também de mais pessoas para criar mais robustez em diferentes departamentos da empresa.