Após atingir nove anos de casada e ter o segundo filho, Mikaela Silva começou a olhar para a intimidade de forma diferente, como algo não só necessário para uma relação em casal, como fundamental para garantir que o mesmo investa tempo e carinho na relação e, desta forma, seja mais feliz de forma generalizada.
A licença de maternidade e a descoberta de um mercado que não estava ainda servido – intimidade para casais de forma divertida e que permite que experimente coisas novas e melhore a sua relação – foi o que inspirou esta empreendedora portuguesa de 32 anos, a criar a Pleasy Play.
A ferramenta é um serviço de subscrição que junta uma app, que gere o envio semanal de vários desafios sexys e divertidos para o casal e uma caixa com brinquedos íntimos enviada a cada dois meses. “A experiência é personalizada a cada casal através de um breve questionário respondido por este, no onboarding da aplicação, de forma a que tanto os desafios como os produtos enviados vão de encontro às preferências indicadas pelos mesmos”, explica Mikaela Silva à FORBES.
Com larga experiência em marketing na área de grande consumo, a fundadora diz que a marca procura responder às necessidades dos clientes e melhorar o serviço de forma rápida, conforme o feedback e, por outro lado, responder a assuntos considerados tabus, mas sem esquecer as preferências e o ritmo de cada um e com um posicionamento único.
A start-up nasceu em 2020 e foi uma das sete selecionadas, num universo de mais de 140 empresas analisadas, para o programa de Aceleração da Google for Start-ups e da Venture Capital Indico Capital Partners, que igualmente investiu no passado em start-ups de sucesso como a Unbabel e Farfetch.
Atualmente a empresa tem o investimento da Capital de Risco Indico, de Business Angels e está a fechar uma ronda de Pre-Seed com investimento direto e com recurso a uma campanha de angariação de capital na Seedrs, tendo registado uma procura largamente superior ao objetivo de capital solicitado em apenas 10 dias, que está, neste momento, em over-funding, ou seja, ainda a receber investimento.
A empresária revela à FORBES que, está a fechar uma ronda de investimento no valor de 400 mil euros, dos quais 290 mil euros já estão assegurados, e calcula que está perto de concretizar o restante do valor até final de fevereiro. “Em Portugal fizemos um MVP (Minimum Viable Product) onde atingimos 200 clientes, 90% de retenção de clientes, dos quais 75% referiram que a sua relação melhorou ou melhorou muito e numa margem de 60%”, acrescenta.
Bem-estar sexual vale 39 mil milhões de dólares
Neste momento, Mikaela Silva diz que, a grande aposta para expansão da marca faz-se através do mercado britânico, mas, também está disponível para o mercado português. “O Reino Unido vive atualmente grandes desafios com um confinamento geral e uma recente saída da União Europeia”, lembra.
Estima-se que o mercado mundial do bem-estar sexual passe a valer 39 mil milhões de dólares em 2024 (31,3 mil milhões de euros), e a terra da sua majestade poderá representar um crescimento em igual período de 43%, numa altura em que estudos recentes indicam que apenas um terço dos adultos britânicos está satisfeito com a sua vida íntima. A start-up quer igualmente estar presente em dois outros grandes mercados em 2021, nomeadamente França e Alemanha.
A Pleasy Play tem feito ainda uma aposta clara em conteúdos relevantes sobre Intimidade, tendo lançado um podcast sobre intimidade de casais denominado Intimacy Play com a presença de experts mundiais em relacionamento, sexo e intimidade, disponíveis nas plataformas Spotify e Apple Podcast, que já tem milhares de downloads.
“Estes tipos de conteúdos são de grande relevância de forma a quebrar tabus e barreiras e a normalizar a saúde sexual, tal como a aplicação Headspace e Calm ajudaram a normalizar a saúde mental”, argumenta.