Ana Paula Martins, 57 anos, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) – que inclui o Hospital Santa Maria e o Hospital Pulido Valente, – é uma mulher de causas e de ideologias: acredita que a política deve ser exercida por todos os cidadãos, pois, num sentido lato, tudo o que fazemos é política, e foi precisamente a pensar no bem comum que acabou por se ligar ao mundo da política partidária. Foi vice-presidente do PSD, a convite de Rui Rio, e afirma que aceitou o desafio para assim contribuir para a discussão de ideias no país. Empreendedora, mulher de carreira na área da saúde, esteve como Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos durante seis anos, tendo sido apenas a segunda mulher a conduzir os destinos daquela organização profissional durante as mais de cinco décadas da sua existência.
Ana Paula Martins recebeu a FORBES Portugal no quarto piso do Hospital Santa Maria, onde se encontra a área reservada à administração, como toda a simpatia e humildade que a caracteriza e falou ainda, com emoção, da sua ligação ao território africano e aos laços que está a tentar estreitar com os países da Lusofonia, a partir do centro hospitalar que dirige.
“Há áreas onde as mulheres não têm acesso a determinado tipo de tarefas e de cargos. Eu não senti isso: fui Bastonária de uma ordem profissional onde 80% são mulheres”.
Nasceu na Guiné-Bissau. Como foi a sua vinda para Portugal? Que memórias da infância guarda?
Regressei com sete anos e tenho algumas memórias desses tempos. Não voltei à Guiné-Bissau, mas tenho andado por África e sinto sempre uma ligação àquele continente e gosto de pensar que tem a ver com as minhas raízes. Mas foi muito marcante, foi naquele país que comecei a andar e a falar, primeiro crioulo depois o português – já me esqueci do crioulo, mas guardo essa memória. As minhas brincadeiras, nos primeiros anos, são todas na Guiné-Bissau, com os amiguinhos da escola.
Chegou a frequentar a escola lá? Como foi o regresso e a adaptação a Portugal?
Frequentei uma escola pública onde a minha mãe dava aulas. O meu pai tinha estado muitos anos em Angola, era farmacêutico, filho de farmacêutico – o meu avô tinha farmácias na zona de Lisboa. O meu pai estudou em Coimbra, fez a licenciatura e foi para Angola, onde teve a sua primeira família, e depois foi para a Guiné. Eu sou fruto de uma segunda família. Ele era um homem de África. Morreu logo após a revolução, pouco tempo depois de regressarmos. A minha mãe dava aulas nessa escola e o meu pai trabalhava como farmacêutico no hospital, estava na direção técnica de um laboratório de importação de medicamentos, e também dava aulas de química, no liceu. Naquela altura havia tempo para tudo: íamos almoçar a casa, dormia-se a sesta, tomava-se banho à chuva, e tudo isto marcou a minha infância. Desde pequena que tinha uma liberdade enorme e isso foi uma das coisas que mais me custou a adaptar a Portugal, pois lá andava pela rua com os meus amiguinhos. A adaptação só não foi muito difícil, porque tinha contexto familiar em Portugal e fui recebida pelos meus avós. A parte trágica é que o meu pai faleceu pouco tempo depois de chegarmos, e eu e a minha mãe ficamos mais desamparadas nessa altura.
A Ética, de Baruch de Spinoza, é um dos livros que mais a inspirou na vida. Regressar a África e conhecer o Japão são as suas viagens de sonho.
Como decidiu entrar para o curso de Ciências da Farmácia? Foi pela ligação familiar a esta área, por influência do pai?
Não foi, porque o meu pai queria ser médico, e nunca me disse para seguir Farmácia. Eu dizia desde pequena que queria ser médica pediatra (nem sabia o que era), talvez porque via muitas crianças em sofrimento. Ia com o meu pai para a farmácia do hospital enquanto ele manipulava, porque não havia muitos medicamentos de origem química. Ele tinha fórmulas dele, herdei os livrinhos onde as escrevia e a adaptação àquilo que eram as matérias-primas que tinha disponíveis. Antes de eu nascer, ainda em Angola, o meu pai fez muito trabalho relacionado com plantas medicinais, de síntese química, e tinha muita capacidade de manipular e produzir medicamentos artesanais. Nesse contexto era muito procurado por pessoas, muito pobres, que queriam as chamadas «mezinhas».
Eu ia muitas vezes com ele para a farmácia, e via-o a trabalhar. Era duro prestar cuidados de saúde em zonas muito fragilizadas, onde tudo faltava. Isto é um desafio muito grande, mas também nos prepara para muito: a palavra desistência não existe em África. O facto de ter nascido em África e ter vivido naquele contexto duro, acho que me ajudou quando cá cheguei. O meu pai sempre achou que eu iria para medicina, mas acabei por não ir. Entrei em Farmácia, com a ideia de mudar no segundo ano, mas não mudei e segui este percurso profissional.
“Eu dizia desde pequena que queria ser médica pediatra (nem sabia o que era), talvez porque via muitas crianças em sofrimento”.
Fez um mestrado em epidemiologia. Como encarou todos os desafios levantados pela pandemia de covid 19? Preparou-nos para resposta futuras?
A pandemia foi um susto para toda a gente. Quando foi decretada a pandemia era Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e foi um momento em que tivemos de ter uma grande capacidade de resposta. Acho que a resposta do meu grupo profissional foi extraordinária, mas também dos médicos, dos enfermeiros, de toda a gente. Houve uma enorme capacidade de colaborar como nunca tinha visto e que agora também já não vejo. Muitos acharam que a pandemia ia mudar as nossa vidas, em termos de processos de colaboração, mas infelizmente não acho que tenha acontecido. Mas, na altura, em termos de sobrevivência e da proteção dos outros houve colaboração. A partir do momento em que se começou a institucionalizar a resposta, quando esta já não dependia da nossa natureza, da nossa bondade intrínseca, deixamos de ser tão genuínos e capazes de proteger os que mais precisavam. Apesar de tudo a resposta da sociedade foi muito positiva e tenho pena de que não se tenha feito uma avaliação independente daquilo que foi a atuação em Portugal, para podermos preparar o futuro, porque vamos ter outras pandemias.
Como avalia o impacto que esta teve na indústria da saúde, nomeadamente na visão das próprias farmacêuticas face ao mercado?
A indústria farmacêutica tem uma grande capacidade de resposta, tal como outras organizações privadas e mundiais, e seria bom que tudo o resto acompanhasse essa capacidade de resposta. A indústria farmacêutica é privada, e responde a acionistas e na parte pública também sinto que respondo a acionistas, que são as pessoas. Se a nossa cultura for a de serviço ao acionista, ou seja, às pessoas, também é necessário dar condições aos profissionais dos Centros Hospitalares para poderem responder aos cidadãos, que pagam os serviços através do Estado.
Tenho pena que não se tenha feito uma avaliação aprofundada daquilo que correu bem na pandemia para se manter e daquilo que correu mal, para se modificar.
Como vimos pela pandemia, a saúde tem de estar preservada para a economia girar. Acho que tudo se foi adaptando à nossa volta e de repente foi possível fazer tudo. Claro que perdemos as relações entre as pessoas, e isso está-se a refletir agora, não é só na saúde mental, mas também na capacidade de confiar uns nos outros. A pandemia tirou-nos um pouco essa confiança, protegeu os vivos, mas morreu muita gente e vai morrer muita gente, sobretudo as pessoas que, na saúde, ficaram para trás. Os impactos das pandemias duram anos. Eu penso: em pleno século XXI não seremos capazes de recuperar mais depressa? Por isso tenho pena que não se tenha feito uma avaliação aprofundada daquilo que correu bem, para se manter e daquilo que correu mal, para se modificar.
Quais foram os seus principais desafios ou barreiras enquanto Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos?
Posso parecer um otimista demais, mas, na verdade não senti grandes obstáculos. Houve situações difíceis e complexas, mas nunca adversidade. Senti diferenças, diversidade, opiniões contrárias, situações que tive de mediar, mas nunca num nível de conflitualidade que nos impedisse de ir mais longe. Só tenho boas memórias daqueles seis anos. A minha profissão tem muitos anos de história, e foi capaz de se adaptar. Nasceu nas aldeias, nas vilas e acabou por evoluir através da indústria farmacêutica. Não quero parecer demasiado positiva, mas o que encontrei foi uma profissão sólida a nível nacional e que nos honra a nível internacional, pois compara muito bem noutros países.
Como entrou para a vida política? De alguma forma esta sua experiência tem contribuído para melhor exercer a função que tem em mãos?
A política é algo que tem a ver com a prática de cidadania, que é para todos. No limite, se recuarmos aos gregos, a política é tudo o que fazemos pelo espaço onde habitamos, tudo aquilo que é comum, é a construção de uma sociedade mais justa. Nesse contexto todos nós fazemos política. Na política dos partidos, a minha experiência, apesar de estar há 20 anos no PSD, é muito pequena, mas mesmo assim foi muito importante. Houve momentos em que participei em movimentos partidários, no PSD, nomeadamente em gabinetes de estudo e aprendi muito.
“Os partidos são as pessoas que lá estão dentro, e são muito importantes paras democracias. É preciso que os membros dos partidos participem quando os chamam”.
A seguir fui colaborando em algumas coisas do partido, e surgiu então o convite do Dr. Rui Rio – que eu não conhecia, só estive com ele uma vez – para ser vice-presidente. Na altura, estava já a transitar da função de bastonária para a minha vida profissional e pensei que poderia ser útil ao partido e ao meu país, já que a democracia se faz com partidos fortes e com pessoas que estão disponíveis para dar a cara por ideias. Foi nesse contexto que aceitei. Foi uma experiência de pouco mais de dois meses, mas tive uma grande honra em estar dentro do PSD, fui muito bem tratada por toda a gente. Os partidos são as pessoas que lá estão dentro, e são muito importantes paras democracias. É preciso que os membros dos partidos participem quando os chamam, temos de ter relações de confiança com as ideias, as ideologias. É o combate positivo pelas ideias que nos leva a trabalhar.
E como mulher, sentiu que, nesses cargos por onde passou, teve de trabalhar mais para provar o seu valor?
Eu não senti isso na minha área profissional, mas admito que estamos longe de ter situações equilibradas em algumas áreas, pois há algumas onde as mulheres não têm acesso a determinado tipo de tarefas e de cargos. Eu não senti isso: fui bastonária de uma ordem profissional onde 80% são mulheres. Tivemos uma primeira bastonária, a Professora Irene da Silveira, e eu fui a segunda mulher a ocupar esta função. Como mulher tive de trabalhar mais sim, mas porque faço parte de uma geração que foi educada para ser também mãe e companheira de vida. Eu assumi esse papel, mas possivelmente, a minha filha já não o irá assumir, porque é de outra geração.
“As mulheres da minha geração para conseguirem chegar onde chegaram tiveram de trabalhar mais do que os homens que estiveram ao lado delas”.
Não estou nada arrependida, tenho orgulho no meu papel de mãe, acho que foi a coisa mais importante da minha vida, e tenho muito orgulho no meu papel de esposa do homem com quem estou casada há mais de 30 anos. Não acho que isto seja um problema, mas é claro que tenho de trabalhar mais. Todos os dias me levanto às 6 horas da manhã porque há coisas que tenho de deixar prontas. As mulheres da minha geração para conseguirem chegar onde chegaram tiveram de trabalhar mais do que os homens que estiveram ao lado delas e já houve muitos processos de discriminação nas empresas, nas instituições públicas e até na academia. E isto devia nos fazer pensar, pois esta é toda uma realidade que tem de mudar.
Enquanto bastonária demonstrou várias vezes preocupações em relação à falta de Recursos Humanos nos hospitais. Como está a contribuir agora para a resolução deste problema?
A Ordem fez um excelente trabalho na construção da carreira de farmacêutico. Se não se tem conseguido fazer a carreira, com todos os defeitos que a legislação tem, hoje teríamos um problema de recursos humanos farmacêuticos bem maior do que aquele que temos. Continuo a achar que a maior aposta na área da saúde tem de ser os recursos humanos. Tudo o resto vai avançando, a tecnologia avança, o sistema de saúde será diferente nos próximos anos, mas nunca vamos funcionar sem recursos humanos aptos, diferenciados, que queiram fazer parte deste ecossistema. E não é só a questão de emigrarem, ou irem para o privado, as pessoas saem da saúde, porque já não querem trabalhar nesta área.
Há profissionais que abandonam a saúde, pois preferem ter vida, mesmo em atividades que nada têm a ver. A saúde tem, teoricamente, um salário emocional, e é isso que vai aguentando os profissionais, mas temos te pagar melhor aos profissionais de saúde, pois se não pagarmos melhor não vai ser possível manter o SNS. Se não pagarmos às pessoas o suficiente para viverem, de acordo com aquilo que é o seu valor social, então não temos uma agenda do trabalho digna. A agenda do trabalho digno é olharmos para os profissionais de saúde e dar-lhes condições remuneratórias, de desempenho, um ambiente saudável, não tóxico, com lideranças desassombradas, que sejam capazes de acolher as gerações mais jovens, que olhem para áreas como a sustentabilidade ambiental.
“A tecnologia avança, o sistema de saúde será diferente nos próximos anos, mas nunca vamos funcionar sem recursos humanos aptos, diferenciados, que queiram fazer parte deste ecossistema”.
Já estão a acontecer mudanças nessa área da sustentabilidade aqui no centro hospitalar?
Sim, claro. Somos um dos primeiros hospitais verdes em Portugal, mas, em algumas áreas, é preciso fazer mais ainda, com um modelo diferente. Temos de ponderar se temos espaços verdes adequados, se temos ou não espaços para os animais de estimação poderem estar presentes. Ou seja, há tanta coisa que hoje que os colaboradores valorizam e que têm de ser tidas em conta. Valorizam, por exemplo, ter tempo protegido para fazer um programa em África.
Que tipo de programa é este a que se refere?
Estamos a iniciar um projeto com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, que vai de encontro à nossa visão de voltar a ter relações com os países africanos da lusofonia. Alguns dos nossos jovens médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, querem ter momentos de colaboração com países africanos. Esta diversidade é importante para um jovem que, ao entrar aqui, tem a possibilidade de estar, por exemplo, três meses em Cabo verde, numa área da anestesiologia, no âmbito da preparação comum de médicos nesta área.
“Estamos a iniciar um projeto com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, que vai de encontro à nossa visão de voltar a ter relações com os países africanos da lusofonia”.
O projeto é muito embrionário, apesar de já ter sido formalizado dentro do hospital, através da direção clínica, em áreas que são vitais para os países com quem trabalhamos, nomeadamente anestesiologia, otorrino e gastroenterologia. Este hospital teve sempre uma relação de grande proximidade com estes países lusófonos e estamos a voltar a este propósito. Não só por via deste programa, mas temos também de um projeto importante com Angola, para que os internos possam vir para cá. Estamos a tentar reconstruir, ou a estimular, a nossa colaboração com África lusófona.
Além da área das Recursos Humanos, que já vimos ser essencial para manter o SNS, que outras reformas ou ações considera prioritárias?
Acho que precisamos de ter uma cultura mais aberta às necessidades das pessoas. Temos de perceber que há transformações na área digital, como a telemedicina, transformação da aproximação com o cidadão, através das nossas aplicações, dos sites, ou seja, tudo que possa ajudar que os profissionais tenham a sua vida facilitada, a ter eficiência, a ter monitorização, a medir e registar as preferências dos cidadãos e dos profissionais. As duas grandes transformações necessárias são a transformação digital e a transformação da política de Recursos Humanos. Claro que há mais, como a transformação ao nível das infraestruturas, a transformação na área ambiental e de sustentabilidade, há a transformação que temos de fazer nos modelos de financiamento, há a aproximação que temos de fazer entre público, privado e social. Tudo isso são reformas importantes.
As parcerias Pública Privadas, as chamadas PPP, são para si uma boa solução?
Sempre achei que as PPP eram processos muito importante de aprendizagem e transformação. Lamento que as PPP tenham tido uma discussão tão pouco clara, pois discutimos muito, mas discutimos mais sobre as questões de ser público ou privado e menos sobre o que esta parceria poderia resultar melhor num trabalho conjunto. Porque houve algumas que correram muito bem, outras eventualmente que podiam ser melhoradas, mas eram aprendizagens importantes e que aquilo que seria preciso corrigir, corrigir-se-ia. Podemos ter acabado com as PPP, mas jamais acabaremos com o trabalho com o sector privado e com o sector social, em todo o mundo. Na Europa, qual é o país que tem um sistema em que toda a resposta seja pública? Nem um.
O CHULN gerou 372 milhões de euros em 2021, mas ainda registou prejuízos e um desvio em relação ao orçamentado. Como se equilibram as contas de um hospital e como limpar um passivo de 509 milhões?
Em 2022, em consequência da atribuição da verba para cobertura de prejuízos transitados, o valor patrimonial líquido (capitais próprios) no encerramento do último ano encontra-se, pela primeira vez, positivo em 14 milhões de euros, impulsionando os rácios de estrutura. Os desequilíbrios nas contas de um hospital são explicados por dois fatores: primeiro, pela desadequação dos pressupostos de financiamento da sua atividade, o método para pagar os cuidados que querermos ter, às exigências de sustentabilidade que são impostas ao desenvolvimento da sua atividade, a capacidade de prestar os cuidados que queremos ter; segundo, o CHULN é um hospital fim de linha e de diferenciação máxima a nível nacional, que tem de assegurar resposta assistencial seja a que custo for. Em virtude destas duas realidades, a redução do défice estrutural é sempre um exercício extremamente exigente, ainda que não impossível. A fórmula é a de sempre, maximização, quer dos ganhos quer da eficiência da execução da despesa.
Que outras fontes de receitas tem, ou pode vir a ter, o centro hospitalar, para lá do orçamento do Estado?
A maior fonte de receita de qualquer hospital, além do orçamento de Estado, é a capacidade que tem em transformar e rentabilizar o resultado da sua atividade assistencial combinado com o desenvolvimento tecnológico. É desta combinação que resulta a capacidade de absorver os incentivos à investigação e desenvolvimento, à realização de ensaios clínicos ou à publicação de artigos científicos, com impacto transversal, fomentando relações com a academia, centros de investigação, empresas e centros tecnológicos. A viabilidade do CHULN far-se-á por via de um financiamento mais adequado e próximo do que necessitamos na área do acesso à inovação terapêutica, por via da atração do investimento em projetos internacionais e ensaios clínicos, sendo de especial importância a sua implantação num grande centro académico de medicina.
Qual o investimento previsto para o Centro Hospitalar nos próximos anos?
O investimento efetivamente realizado face ao investimento previsto tende a ser invariavelmente mais baixo, com uma taxa de execução média de 35%. Por esta razão, o objetivo dos próximos anos passa mais por assegurar taxas mais robustas de execução do que propriamente inscrever objetivos de investimento mais ambiciosos.
O percurso profissional de Ana Paula Martins
Licenciada em Ciências Farmacêuticas, pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL), fez ainda um mestrado em Epidemologia na Faculdade de Ciências Médias, da Universidade Nova de Lisboa e um doutoramento em Farmácia Clínica, na FFUL. Profissionalmente, foi Professora Auxiliar na FFUL, diretora de External Affairs e Market Acess da MDS Portugal, diretora do Centro de Estudos de Farmacoepidemologia e Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, entre 2016 e 2022. Na sua atarefada vida profissional conseguiu ainda dar algum apoio político ao PSD, tendo sido assessora do Ministério da Educação e do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares. É membro da Academia de Farmácia Portuguesa e da Academia de Farmácia Francesa. Atualmente está como presidente do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte.