Aos 27 anos, passava cerca de 12 horas a trabalhar, fechado dentro de um gabinete, quase sem ver o sol. Mas uma viagem à Índia fê-lo ter uma perspetiva diferente da própria vida, e foi então que começou a desenhar o que queria que fosse a sua primeira clínica: um espaço com tempo para estar com o paciente, ouvi-lo e tratá-lo como um todo. Uma filosofia que o tem acompanhado ao longo dos anos, sempre com a evolução que o crescimento acarreta.
Hoje, Hugo Madeira tem duas clínicas — a Clínica Hugo Madeira e a GBT Clinic —, nas quais a experiência do cliente é levada muito a sério. Uma experiência que o médico dentista defende que deve ser holística. Porque a saúde pode começar na boca.
Os portugueses têm noção do impacto da saúde oral na saúde geral?
As pessoas vão ao médico por duas razões: pela estética ou pela saúde. Ninguém vai para prevenir. Temos de criar toda a literacia para mostrar às pessoas que se tiverem uma higiene oral básica — com escova, fio dentário, com rotinas periódicas —, não vão precisar de tratar, não vão chegar ao momento que vai doer, não vão ficar sem dentes ou ter de usar uma prótese fixa (claro que há excepções). Enquanto profissionais de saúde oral, temos de consciencializar as pessoas desta importância. É o nosso papel, o nosso dever, a nossa missão. E foi nesse sentido que foi criada a clínica de prevenção GBT.

Sobre a GBT Clinic, o que a distingue em relação à Clínica Hugo Madeira?
Diria que a GBT Clinic é a clínica perfeita onde eu vou para prevenir que a doença oral aconteça, mas também para conhecer um bocadinho mais sobre a minha boca, a minha saliva, perceber como é que a boca está relacionada com o organismo. As pessoas acham que a saúde oral é totalmente diferente da geral: há a boca e há o corpo; e o médico de clínica geral trata as doenças sistémicas, e o dentista trata as doenças orais. Mas as duas estão completamente ligadas. Tudo é bidirecional. Muitas vezes, uma doença sistémica reflete-se a nível oral. Então temos de olhar para o paciente como um todo. E na clínica GBT, tudo acontece nesse sentido.
O universo Hugo Madeira divide-se em três campos: o da prevenção, que é a clínica GBT; clínica de tratamento, que é a Clínica Hugo Madeira, onde conseguimos tratar todo o tipo de casos; mas depois, devido à nossa filosofia de ‘saúde pela boca’, entramos no nosso departamento de Hugo Madeira Life, que é onde vamos encontrar todos os tratamentos complementares, que passam, também, por uma parte mais emocional. Tentamos gerir estes três universos de forma a acompanhar o paciente como um todo.
Diz que a GBT Clinic é mais do que um espaço clínico; é um spa da boca. Fale-nos um pouco deste conceito.
Quando falamos em spa da boca tem tudo que ver com a experiência. Ainda se associa o dentista à dor, à falta de conforto. Na clínica GBT, é um mundo completamente diferente. Queremos criar uma experiência feliz. Daí a própria decoração do espaço ser confortável. As pessoas dizem que não parece um dentista: é cor de rosa, tem quadros, as próprias cadeiras são diferentes, o cuidado, a atenção, a preocupação de educação e de formação… Normalmente, vamos ao dentista, e estamos habituados a sentarmo-nos, tratarem-nos e sairmos. Não estamos habituados a que nos digam o que estamos a fazer bem, o que estamos a fazer mal… todos esses cuidados de educação existem na GBT Clinic, o que nos faz sentir que estamos num sítio onde estão mais a cuidar de nós do que a tratar.
Queremos que as pessoas tenham não só uma experiência de higiene oral, mas que olhem para isso como quando olhamos para um spa, ou seja, uma experiência de autocuidado. Um tempo que vou cuidar de mim, e através de uma saúde oral melhor, sentir que vou ficar com um hálito mais fresco, umas gengivas mais saudáveis, que estou a dar mais saúde ao meu corpo. Estou a prevenir doenças sistémicas, mas ao mesmo tempo também estou a sentir-me bem comigo.
Podemos prevenir doenças através da boca?
A boca é uma porta aberta que temos no nosso corpo. Tem um conjunto de bactérias e fungos imenso que vive em equilíbrio. Quando alguma coisa não está correta, entra em desequilíbrio. Podemos ter bactérias na nossa boca que são inflamatórias ou que podem causar dano, e que entram no nosso organismo para outro sistema, como o pulmonar, o gastrointestinal, o cardíaco… Se conseguirmos, através de uma boa higiene oral, do conceito GBT, que isso não aconteça, estamos a tornar- nos mais resistentes e mais imunes a todo o tipo de doenças e situação inflamatória.
A tecnologia faz parte das suas clínicas. De que forma permite que consiga dar uma maior e melhor resposta aos seus clientes?
A saúde e a tecnologia estão completamente unidas. Hoje em dia, depois de uma primeira consulta com o paciente, através de raio-x, TAC, fotografias intraorais, scanners da própria mordida do paciente, consigo ter uma imagem digital do cliente, para começar a desenhar seja um novo sorriso, seja para implantologia cirúrgica. Por exemplo, antigamente, um médico ia fazer uma cirurgia sem saber onde estavam as estruturas ósseas e gengivais. Hoje, já nada se faz assim. Fazemos todos os estudos das cirurgias digitalmente, sabemos milimetricamente onde passam as estruturas nervosas e não só onde queremos pôr o implante devido à posição óssea, mas qual a posição ideal para melhorar as forças da mastigação, de acordo com a forma como o paciente mastiga e os seus movimentos.
E a inteligência artificial (IA) é uma boa ajuda?
É óptima. A IA veio facilitar a nossa vida em tudo. Tendo uma boa relação com a IA, conseguimos também potenciar a relação com os nossos clientes. Usamo-la tanto na parte de smile design, como na parte cirúrgica. E já não estamos tão preocupados em tomar notas numa consulta com o cliente, porque temos uma aplicação que nos permite resumir e expor os dados mais importantes da nossa conversa com o paciente, o que nos permite dedicar tempo à pessoa.
Como é uma primeira consulta na sua clínica?
Há uma entrevista clínica 360° com o médico dentista que abre a porta a esta visão sistémica da saúde. Depois fazemos, testes de saliva, rastreio do sono, entre outros, para percebermos se existe inflamação e risco sistémico; utilizamos imagiologia de alta precisão, scanner intraoral 3D, para registo digital e planeamento, ficando com uma fotografia 3D da boca do cliente; recorrendo ao que há de mais avançado na tecnologia, analisamos digitalmente a forma como se morde e mastiga, para prevenir dores ou desgastes futuros; mostramos o resultado final antes do tratamento, graças ao Smile Design digital; e partimos, então, para um plano multidisciplinar integrado e personalizado.
A prevenção é o futuro da saúde oral?
Para mim, a prevenção é o futuro de toda a saúde. Hoje, queremos saber todos os dados possíveis e imaginários sobre nós: como dormimos, como comemos, como estão as nossas análises… E tentamos potenciar aquilo que não está tão bem, para nunca virmos a ficar doentes. A nível oral, é exatamente igual. No futuro, vamos olhar para a boca como símbolo da longevidade.
Em que sentido?
No sentido em que uma boca sã nos vai permitir viver mais. Vamos ter menos bactérias. Vamos estar a criar uma fonte muito positiva de imunidade. E a Clínica Hugo Madeira e a GBT caminham nesse sentido. No sentido da filosofia ‘saúde pela boca’. Nós podemos tratar o paciente não só a nível oral, mas também a nível. Acredito que, no futuro, vamos poder tratar o indivíduo através da boca.
5 COISAS QUE A SUA BOCA LHE PODE DIZER (e que provavelmente não sabia)
1 → Gengivas inflamadas
Podem duplicar risco de problemas cardiovasculares;
2 → Boca seca persistente
Pode sinalizar stresse crónico, menopausa ou até alterações neurológicas precoces;
3 → Mordida desalinhada
Pode influenciar dores cervicais/cefaleias e postura;
4 → Ressonar/apneia do sono
Muitas vezes, começa com alterações orais (ex.: arcada estreita);
5 → Saliva
Biomarcador de inflamação, risco de cáries e alterações hormonais.
Este conteúdo foi produzido em parceria com a Clínica Hugo Madeira.





