Há sete anos em Portugal, Qi Xiao preside os destinos do Bank of China no país, o único na península ibérica. Entre o desafio de ser um player local, ampliar a carteira corporate e criar sinergias com a banca nacional, olhos postos no futuro, na recuperação económica da europa e no alinhamento com o plano português, para lá dos 70% de carteira de clientes lusófonos que já possuem.
Sediado num dos mais icónicos edifícios da Duque de Palmela, o Bank of China está em Portugal desde abril de 2013 e é a única sucursal estabelecida na Península Ibérica. Diretamente vinculado ao Bank of China (Luxembourg) S.A. que, para além de Lisboa, está presente em mais outras cinco capitais europeias, este é ainda o único banco comercial com financiamento chinês a operar atualmente em Portugal. “Mas não queremos só servir os investidores chineses”, abre o jogo Qi Xiao que depois da experiência no Brasil, onde vice presidiu a sucursal durante 7 anos, mantém-se em território de língua portuguesa que muito aprecia, acaba por nos confessar, desde o sol à gastronomia e, claro, “o ambiente acolhedor e amigo” que aqui encontrou e que lhe proporciona qualidade de vida.
Num escritório com vista desafogada para o Marquês do Pombal, o presidente da sucursal portuguesa recebe a Forbes entre meetings e telefonemas de quem está já está a operar em circunstâncias pré-pandémicas: “A pandemia é passado, estamos a focar-nos já na recuperação”. Em stand by ficaram as metas definidas para 2020 que passavam por “trabalhar na internacionalização da moeda chinesa, o remimbi, e nos ‘panda bonds’” (emissão da dívida em moeda chinesa), assim como tornar-se um parceiro cada vez mais próximo da banca local.
Uma cruzada que tem conseguido, mas que não estava no core inicial da sucursal: “o Bank of China em Portugal foi criado para apoiar investidores chineses e isso significa que estávamos mais focados em áreas como energia e serviços públicos como a água. Hoje diversificámos as áreas para infraestruturas, serviços de saúde e imobiliário também. Não significa que outros setores estejam fora do nosso âmbito, mas estas são o topline”, remata, acentuando que houve uma evolução substancial do modelo tradicional de banca comercial para um modelo muito mais abrangente de produtos e serviços.