Num contexto empresarial marcado pela transformação digital e pela crescente valorização da experiência humana no trabalho, a qualidade da relação entre os colaboradores e as empresas tornou-se um dos principais indicadores de competitividade. Segundo o HP Work Relationship Index, apenas 28% dos profissionais afirmam ter uma relação saudável com o trabalho — um dado que, embora ligeiramente superior ao do ano anterior, continua a levantar preocupações sobre o bem-estar e a produtividade no ambiente profissional.
A pandemia acelerou mudanças que já se desenhavam: o trabalho híbrido, a digitalização e a procura por culturas organizacionais mais empáticas. Hoje, os profissionais exigem mais do que estabilidade financeira — querem sentir que pertencem, que são ouvidos e que o seu trabalho tem impacto e propósito. Esta mudança de paradigma exige que as empresas deixem de encarar os colaboradores como recursos e passem a vê-los como parceiros estratégicos.
Uma das tendências mais marcantes é a procura por experiências de trabalho personalizadas. Dois terços dos profissionais e líderes ambicionam experiências adaptadas às suas necessidades individuais, e muitos estariam dispostos a abdicar de parte do seu salário para o conseguir. Esta personalização passa por oferecer flexibilidade, ferramentas adequadas à função, oportunidades de desenvolvimento e ambientes inclusivos.
A tecnologia tem um papel fundamental neste processo. Ferramentas baseadas em inteligência artificial permitem hoje recolher dados sobre o sentimento dos colaboradores, antecipar problemas e propor soluções em tempo real. Estas soluções não se limitam à gestão de dispositivos ou redes — são verdadeiros instrumentos de escuta ativa, capazes de transformar dados em ações concretas que melhoram a experiência de trabalho.
Exemplos recentes mostram como plataformas digitais podem contribuir para uma experiência mais fluida e personalizada. Atribuição inteligente de perfis, recomendações de dispositivos e aplicações, análise de sentimentos e planeamento de ciclos de vida são algumas das funcionalidades que têm vindo a ser adotadas por empresas que colocam as pessoas no centro da transformação tecnológica.
Neste contexto, a HP tem-se destacado com iniciativas que procuram alinhar tecnologia e bem-estar. Através da sua plataforma Workforce Experience, a empresa tem explorado formas de melhorar a relação entre colaboradores e trabalho, com base em dados reais e insights acionáveis. O objetivo é claro: criar ambientes mais empáticos, produtivos e sustentáveis – uma abordagem que se alinha com os princípios da nova economia, centrada nas pessoas e na inovação responsável. Em paralelo, esta plataforma constitui uma ferramenta robusta e holística para apoiar as equipas de IT na gestão do seu parque de equipamentos, de forma eficiente e segura.
Contudo, a tecnologia só é eficaz quando acompanhada por uma liderança consciente. Os líderes têm de interpretar os dados com sensibilidade e agir proativamente. A escuta ativa, o reconhecimento, a flexibilidade e o desenvolvimento contínuo são práticas que ocupam agora o centro da gestão de pessoas. A maioria dos líderes reconhece que a inteligência artificial pode ser uma aliada na construção de relações mais positivas com o trabalho — mas essa crença tem de se traduzir em ações concretas.
A relação saudável entre colaborador e empresa é, em última análise, um reflexo da cultura organizacional. Empresas que investem em experiências personalizadas, que escutam os seus talentos e que usam a tecnologia para os empoderar, não apenas retêm os melhores profissionais como criam ambientes saudáveis e potenciadores de inovação e crescimento. E isso, mais do que qualquer índice ou métrica, é o verdadeiro indicador de sucesso — e um ativo estratégico para qualquer organização que queira prosperar na economia digital.
Pedro Coelho,
Managing Director HP Portugal