Pela primeira vez a Associação Nacional de Jovens Empresários atribuiu o Prémio Mulher Empreendedora, distinção inserida em mais uma edição do Prémio Jovem Empreendedor. Em entrevista à FORBES, o presidente da ANJE lembra que tanto os vencedores como os projetos que participam ganham notoriedade pública e mediática. A vencedora na nova categoria foi Rita Nabeiro, diretora-geral da Adega Mayor e administradora do grupo Nabeiro- Delta Café. Sobre este prémio, Rita Nabeiro sublinha em declarações à FORBES que: “Receber esta distinção é motivo de orgulho, em particular sendo promovido pela ANJE. É um prémio individual, mas nele incluo toda uma equipa pois não conquistamos nada sozinhos. Este prémio aumenta o meu sentido de responsabilidade e a motivação para continuar a procurar fazer melhor e diferente todos os dias, seja a nível pessoal ou profissional”.
Qual tem sido o impacto da atribuição do Prémio Jovem Empreendedor no tecido empresarial?
Não há uma forma rigorosa e objetiva de mensurar o impacto do Prémio Jovem Empreendedor no tecido empresarial português. Mas o valor global do prémio (10 mil euros em dinheiro mais 15 mil euros em serviços ANJE) é, para empresas em fase inicial de desenvolvimento, um apoio com alguma relevância. Por outro lado, o prémio dá notoriedade pública e mediática, não só aos vencedores, como aos projetos finalistas. Todos estes projetos ficam associados ao mais antigo prémio de empreendedorismo do país, promovido por uma associação pioneira na promoção da iniciativa empresarial junto dos jovens.
Desde o lançamento já foram premiadas empresas que estão a dar cartas no mercado…
Importa lembrar que, na sua primeira edição, o Prémio Jovem Empreendedor consagrou a Critical Software, empresa de referência mundial na área dos sistemas de informação, e, ao longo mais de 20 edições, distinguiu outras inovadoras empresas de base tecnológica, como a Crioestaminal, a Biosurfit, a Active Space Technologies, a CreativeBitBox ou a Infraspeak. Devo acrescentar que, entre os serviços ANJE no valor de 15 mil euros, estão ações/programas que ajudam as startups a consolidar os seus planos de negócios e a potenciar o seu crescimento, como sessões de coaching e mentoria, oportunidades de incubação, consultoria, programas de aceleração, etc.
Quais os prémios atribuídos nesta edição de 2022?
O Prémio Jovem Empreendedor, o Prémio Mulher Empreendedora e o Prémio Inovação, atribuído em parceria com a ANI – Agência Nacional de Inovação, distinguiram jovens empresários ou gestores. Além disso, como mencionei anteriormente, o prémio dá notoriedade pública e mediática, não só aos vencedores, como aos projetos finalistas.
Pela primeira vez, a ANJE distingue uma mulher empreendedora. Quais os argumentos que justificam esta nova categoria?
Com esta distinção, queremos valorizar o trabalho das mulheres empresárias e gestoras, contribuindo para a promoção da igualdade de género dentro das empresas e da sociedade como um todo. É nossa obrigação, enquanto associação empresarial, sensibilizar os nossos associados e os empresários em geral para este facto inegável: além de ser uma questão de direitos humanos e uma condição de justiça social, a paridade entre homens e mulheres dentro das empresas tem comprovadas vantagens económicas. Diversos estudos indicam que a presença das mulheres em lugares de liderança promove o bom governo das sociedades, melhora o desempenho das equipas, favorece a eficiência empresarial e contribui para a sustentabilidade social das empresas.
Por isso, o prémio ser atribuído a Rita Nabeiro?
Neste pressuposto, faz todo o sentido atribuir o Prémio Mulher Empreendedora à Dra. Rita Nabeiro, que personifica os méritos de uma liderança feminina num grupo familiar histórico, de grande dimensão e com forte impacto na economia nacional. A Dra. Rita Nabeiro está a dar continuidade ao legado do seu avô, o comendador Rui Nabeiro, tem sabido preservar e valorizar os valores da Delta e assumiu, com excelentes resultados, a direção de uma área inédita no grupo: os vinhos e azeites. Enquanto diretora-geral da Adega Mayor, a Dra. Rita Nabeiro é a principal responsável pelo crescimento sustentado do setor dos vinhos e azeites num grupo empresarial conhecido, sobretudo, pelo negócio do café. Graças à sua liderança, a primeira adega de autor do país consolidou o seu posicionamento no competitivo mercado dos vinhos e azeites, aportando prestígio e valor para o grupo e diversificando o seu portefólio de produtos de excelência.
O mote da edição deste ano é “Economia Circular”. Até que ponto o empreendedorismo nacional já tem em conta esta temática nos seus projetos?
O ecossistema empreendedor português é bastante sensível às questões ambientais e vê a sustentabilidade quer como um instrumento de responsabilidade social, quer como um fator crítico de competitividade, quer ainda como um setor com grande potencial de negócio. Neste contexto, a economia circular é entendida como um modelo de produção bastante vantajoso tanto para as empresas como para o ambiente e para a comunidade. Para Portugal, e em particular para os setores industriais tradicionais, como o têxtil, calçado ou metalomecânica, a economia circular permite mitigar a extração de recursos e, ao mesmo tempo, aumentar a sua capacidade de reconversão. Por isso, a adoção deste modelo de produção traz ganhos evidentes ao nível da sustentabilidade ambiental, da rentabilidade económica e da competitividade empresarial.