Como está estruturado o negócio da Microsegur?
A Microsegur cresceu nos últimos 25 anos através do desenho e da implementação de soluções de engenharia e segurança eletrónica para clientes B2B, em diferentes setores de atividade. Para os próximos 25 anos, pretendemos apostar em soluções de transformação digital, aplicadas ao mercado da segurança, e às operações dos nossos clientes, com recurso a novas tecnologias como o IA, IoT ou Machine Learning. Atualmente, o negócio da Microsegur é estruturado em duas grandes geografias, Portugal e Angola, sendo que pretendemos continuar a crescer de uma forma sustentável em África, abrindo novas operações ainda este ano.
Quais os serviços que presta e os setores de atividade que compõe a carteira de clientes?
A Microsegur oferece soluções na área da segurança eletrónica, como a inspeção e autenticação de pessoas e bens, área onde somos uma referência tendo em conta que marcamos presença em todos os aeroportos nacionais com equipamento sofisticado e inovador, em equipamentos de raio X, para controle de acessos de pessoas e viaturas, em vídeo vigilância com inteligência artificial e em diversas soluções criadas organicamente na Microsegur, relacionadas com a segurança e inteligência de dados para setores verticais específicos, como a saúde, indústria ou oil&gas. A carteira de clientes da Microsegur é essencialmente criada por PMEs e empresas corporate de grande dimensão.
Como tem sido o desempenho financeiro?
Em 2021, a Microsegur faturou, em Portugal, três milhões de euros, sendo que este ano prevê duplicar este valor.
Hoje qual a importância que as organizações atribuem à componente de segurança e tecnologia?
Hoje e seguramente no futuro, o binómio segurança/tecnologia está interligado e tem uma presença incontornável na vivência diária de pessoas ou empresas. Desde que acordamos até que adormecemos, estamos ligados à tecnologia: as empresas estão conectadas 24 horas por dia, independente do seu setor de atividade. Como isso, existe uma forte produção de dados, de informação crítica, quer a nível pessoal quer empresarial. A segurança dessa informação, quer seja para antecipar ou reagir a uma ameaça física num aeroporto, quer seja na transmissão de informação crítica e sensível via Internet, numa determinada aplicação de negócio, é fundamental para a estabilidade e competitividade de uma operação ou de um negócio. É neste binómio segurança/tecnologia que a Microsegur atua, colocando todo o seu know-how nestas áreas, por via de recursos técnicos e humanos, de forma a garantir que os seus clientes tenham um parceiro credível.
A empresa já conta com presença internacional. Quais os trunfos para terem conquistado essa presença além-fronteiras?
Os mercados internacionais são para a Microsegur uma forma natural de crescimento, principalmente os mercados africanos de língua portuguesa, mas também em outros, como os Camarões ou a República Democrática do Congo. No entanto, nunca quisemos crescer de uma forma desmesurada e irresponsável. Para crescermos temos de garantir uma posição, em Portugal, bem solidificada. Contamos também sempre com o apoio dos nossos diferentes parceiros institucionais e de negócio para esse crescimento. Como eles conseguimos maximizar a nossa proposta de valor em mercados muito competitivos tornando assim a nossa posição mais forte na cadeia de valor deste negócio. A nível internacional estamos com clientes e parceiros em indústrias como a saúde, infraestruturas críticas, energias, retalho e banca.
Qual o papel da Microsegur no desenvolvimento do “Cash Center” para o Banco Nacional de Angola (BNA)?
O projeto Cash Center implementado pela Microsegur para o Banco Nacional de Angola baseia-se na instalação de um sistema integrado de segurança com o objetivo de prevenir, atuar e gerir diversas ações decorrentes de ameaças à segurança desta infraestrutura crítica. É uma plataforma composta por várias aplicações, hardware e software, ligadas em rede permitindo uma gestão eficaz e inteligente de todas as valências de segurança, que uma infraestrutura critica como esta dispõe. O valor do contrato realizado com o BNA é de oito milhões de euros.
Nesta fase, a empresa tem outros projetos a realizar em Angola?
A Microsegur tem vários projetos na área do oil&gas, saúde, educação e indústria que estão em planeamento e negociação para implementação em 2022. Angola é um mercado cheio de desafios e oportunidades e a presença estrutural da Microsegur no país torna-nos um parceiro de referência na área de segurança eletrónica para clientes públicos e privados. Para 2022 pretendemos consolidar a nossa posição em Portugal, crescer fortemente em Angola e iniciar as operações nos Camarões e na República Democrática do Congo.
Os momentos de crise financeira são uma ameaça ou uma oportunidade para a vossa empresa?
As crises são sempre momentos de desconforto. No entanto, vemos esses momentos como alavancas para reinventarmos modelos de trabalho e processos, para melhorar os nossos níveis de resiliência laboral e criar novas soluções para os nossos clientes, adaptadas a esses momentos. Por essa razão, vemos as crises como momentos de oportunidade para sermos mais eficientes e crescermos de uma forma mais sustentada.
De que forma a crise sanitária trazida pela Covid-19 teve impacto no vosso negócio?
A Covid-19 foi realmente um acontecimento que transformou a vida de pessoas e empresas. Durante os dois anos de pandemia, a doença teve necessariamente impacto porque todos os negócios se ressentiram, algumas empresas fecharam durante meses, o que não ajuda a economia. No entanto, trouxe também novos paradigmas que vão ser regra no futuro. Um aumento exponencial das comunicações e dos negócios realizados a nível digital, um modelo laboral mais equilibrado permitindo às equipas produzirem mais em formato híbrido, uma maior atenção aos dados e à sua proteção, com políticas de cibersegurança mais eficazes, e a necessidade transversal dos clientes adotarem mais tecnologia e mais segurança nos seus processos e na experiência dos seus clientes. Tudo isto, para uma empresa como a Microsegur, é uma forte alavanca de desenvolvimento para o futuro. É assim que enfrentamos as crises.
A empresa comemora 25 anos. Quais têm sido os momentos-chave que contribuíram para a evolução da Microsegur?
A Microsegur teve vários momentos com impacto na sua história que lhe conferiram solidez e credibilidade. Para os próximos 25 anos, pretendemos consolidar a posição da empresa no mercado nacional e, com isso, ter os recursos certos para expandir a marca em África, nomeadamente, através do crescimento do negócio em Angola, mas também nos Camarões e na República Democrática do Congo. Queremos continuar a ser uma empresa responsável com o envolvimento de todos os seus colaboradores, clientes e parceiros, com um negócio sustentável para o futuro e com uma forte pegada digital no seu modelo de funcionamento e nas soluções inovadores e transformacionais que pretendemos trazer para este setor a nível nacional e internacional.