O regime de franchising tem sido um importante fator de crescimento da McDonald’s em Portugal. Em entrevista à FORBES Portugal, a diretora-geral da filial portuguesa da cadeia de restauração, Inês Lima lembra que este modelo é um legado do fundador, que acreditava que os franqueados acabam por estar mais envolvidos no dia a dia, o que dá maior proximidade e capacidade de inovação. Outra aposta valiosa tem sido o fomentar do empreendedorismo porque “o franqueado é um empreendedor, não é um investidor”. “A diferença é que o franqueado está 100% dedicado a este negócio, é envolvido, e pretendemos um franqueado que está nos restaurantes, que trabalha com as equipas, que está envolvido na comunidade local. É uma pessoa presente diariamente na vida do restaurante e da envolvente. E isso é muito diferente de ser um investidor.”
A aposta da McDonald’s em Portugal no franchising e no empreendedorismo também se faz no feminino. A líder da filial portuguesa realça: “Hoje temos 20% de franqueadas, mas andamos sempre à procura de como podemos aumentar o número de mulheres franqueadas, porque, em termos da estrutura, quer dos restaurantes, quer do escritório, temos praticamente paridade nos cargos de gestão. No caso do franqueado, ainda não temos essa paridade.” Inês Lima lembra que, em Portugal, “mais de 30% das empresas próprias são geridas ou são detidas por mulheres.” “Ainda só temos 20% de franqueadas, portanto, achamos que pelo menos até aos 30% é a primeira meta. E, futuramente, gostaríamos de ir mais longe.” Nos próximos três anos acredita conseguir esse rácio.
Para atrair as empreendedoras para a rede de franqueados, diz que a marca quer “franqueados que estejam motivados e empenhados e que acreditem na marca e que acreditem no seu valor acrescentado para o negócio”. “Em relação às mulheres, não há diferença nenhuma, é o mesmo perfil e motivação. O nosso esforço tem de ser de maior visibilidade e de chamarmos mais a atenção, porque acreditamos que ainda há muitas mulheres que querem empreender e que não se lembraram de que o franchise em McDonald’s pode ser uma boa opção.”
Neste momento, a marca está a recrutar novos franchisados. “Os primeiros franqueados começam, naturalmente, a pensar em sair. E temos também planos de crescimento, de continuar a abrir mais ou menos 10 restaurantes por ano, o que faz com que surjam sempre novas oportunidades.” Para ser um franqueado McDonald’s, Lima diz que é preciso cumprir os critérios financeiros, ter um capital acima de 200 mil euros, ter capacidade de investimento, mas, sobretudo, ter uma dedicação total.
“O franchising, para nós, é um projeto de família e, portanto, tem de ter disponibilidade para se deslocar com a família e viver nas proximidades do restaurante, tem de se dedicar exclusivamente ao restaurante, às equipas, trabalhar nas comunidades. E tem de gostar de pessoas, tem de ter uma experiência muito forte de liderança, procuramos perfis muito fortes de liderança e de empreendedorismo, porque há apesar de haver orientações na forma como os restaurantes devem operar, nomeadamente, como é que se fazem os hambúrgueres, há muita autonomia do franqueado para trabalhar toda a sua relação com as suas equipas, para trabalhar a relação com a comunidade, para trabalhar a forma como executa o dia a dia através das suas equipas. E, portanto, precisamos de liderança com empreendedorismo.”
A gestora pretende acelerar, nos próximos três anos, o ritmo de crescimento do número de restaurantes por todo o país. O maior crescimento será em cidades médias onde não há a presença da McDonald’s. Hoje a cadeia de fast food conta 209 restaurantes, 46 franqueados e dá emprego a 10 mil pessoas.
Pode ler a entrevista na íntegra na edição de dezembro/janeiro da revista Forbes Portugal que está nas bancas.