A Coldwell Banker está no mercado português há cinco anos. Quais os marcos que têm impulsionado o crescimento?
Chegámos a Portugal com um propósito claro de agregar valor ao mercado onde estamos inseridos e potenciar o profissionalismo e produtividade dos nossos parceiros franquiados. Quando delineámos a nossa estratégia de crescimento a mesma está assente em cinco pilares: foco no cliente, confiança, colaboração, empreendedorismo e inovação. A cultura organizacional e o foco profundo no crescimento pessoal e profissional dos nossos parceiros é a nossa prioridade. Somos uma organização “human centric”. Em cinco anos de atividade enfrentámos vários desafios pois Portugal é um dos mercados mais competitivos a nível de real estate brokerage e ao mesmo tempo com várias lacunas a nível legislativo e de regulamentação. Nesse sentido, e apesar da nossa antiguidade no sector em termos globais (117 anos), não deixámos de ser uma marca nova a entrar no mercado português com padrões rigorosos de atividade.
A pandemia terá sido um desses desafios…
Tivemos de enfrentar o desafio da pandemia e o agravamento da situação geopolítica e económica global, mas isso não travou os nossos planos e ao fim de cinco anos de atividade conquistámos vários mercados, estamos representados nas regiões mais importantes do país e contamos com 200 consultores e 11 agências de representação. Conseguimos promover uma cultura organizacional e de liderança das nossas unidades que se traduziu numa avaliação de 97% de taxa de satisfação por parte dos nossos colaboradores e 94,5% dos mesmos recomendariam a marca Coldwell Banker a um familiar ou amigo. Estes indicadores para nós são fundamentais a nível de análise e, consequentemente, permitiram gerar uma faturação média de 50 mil euros por consultor e uma taxa de retenção de talento de 86%, o dobro dos principais players.
Estão em todos os segmentos do imobiliário?
A Coldwell Banker é uma marca imobiliária que atua transversalmente no mercado. Atuamos no mercado residencial no segmento médio, médio alto e ultra premium e estamos em fase de lançamento da Coldwell Banker Commercial, uma marca destinada à comercialização de imóveis não residenciais e consultoria. Como marca temos também apostado em trabalhar proactivamente com os principais promotores imobiliários em Portugal, ajudando este tipo de clientes a prever tendências, assessorá-los na conceção de produto, estratégias de comercialização, marketing, comercialização e promoção internacional. Havia um gap neste tipo de serviços e prendemos colmatá-lo oferecendo um serviço diferenciado, apoiado por equipas altamente preparadas, que vise o cumprimento rigoroso dos objetivos dos promotores e dos investidores que representam.
O segmento de luxo também tem sido uma aposta…
No mercado ultra premium, a Coldwell Banker é reconhecida a nível mundial pelos high net worth individuals como a primeira escolha para vender ou comprar propriedades excecionais. Gerou, em média, 288 milhões de dólares em vendas de casas de luxo por dia nos EUA. Fomos responsáveis pela venda de quase 48.444 propriedades de mais de um milhão de dólares nos EUA. Em Portugal, em 2022, atingimos um preço médio de venda de 1,7 milhões de euros para casas de mais de um milhão de euros. Os mercados internacionais de onde são oriundos os principais clientes da nossa marca em Portugal são o americano, o brasileiro, o chinês, o francês e o do Médio Oriente.
E para atingir o crescimento sustentável no futuro, qual a estratégia no terreno?
Em primeiro lugar uma seleção assertiva dos representantes da Rede Coldwell Banker: apostamos em qualidade e não em quantidade. Pretendemos, a médio prazo, ser reconhecidos, em Portugal, como a melhor marca para se trabalhar. Pretendemos unidades de negócio altamente rentáveis e que os nossos franquiados e colaboradores tenham uma voz na nossa empresa. O sucesso passa por cada um que representa a marca, é um trabalho de equipa diário. Trabalhamos ativamente a nossa rede internacional explorando os 40 países onde estamos representados e os 100 mil consultores que fazem parte da nossa rede e iremos promover roadshows internacionais, sobretudo nos EUA, para promover o nosso portfolio de imóveis e captar investimento internacional para Portugal.
Como tem evoluído a componente financeira em Portugal nestes cinco anos?
Tivemos um crescimento económico consecutivo nos últimos cinco anos e temos a ambição de continuar a crescer de forma consolidada.
Nesta fase, com quantos franquiados contam em Portugal? Quantos mais poderão aderir ao vosso negócio?
Contamos com 11 franquiados. Vai depender da produtividade de cada franquiado. Damos prioridade a empresas que já estejam a operar no sector há mais de três anos e com uma faturação acima de 250 mil euros, mas que acima de tudo queiram crescer e beneficiar do nosso know-how, recursos, formação, sistema de negócio e da rede internacional.
Para conquistar novos franquiados, quais os mercados que estão a avaliar?
Neste momento, a nossa prioridade são as capitais de distrito.
No futuro qual será o peso da componente de franchising no negócio da empresa em Portugal?
Neste momento, nove das 11 unidades são franquiadas e o futuro passa apenas por unidades em sistema de franchising.
O setor imobiliário português tem demonstrado resiliência face aos diversos desafios que a economia enfrenta. Como antecipa o futuro do setor? Continua a ser atrativo para quem pretende investir?
O mercado imobiliário em Portugal tem vindo a ser resiliente nos últimos anos e estamos a assistir a um reajustamento devido à instabilidade das taxas de juro, à incerteza fiscal e à política de habitação. Mas, por outro lado, a segurança oferecida, a proximidade de Portugal às principais cidades europeias, o baixo custo de vida comparativamente com as principais cidades mundiais e o facto de 80% da população falar inglês e ser muito hospitaleira na receção de expatriados, faz com que Portugal continue no radar. Um exemplo: ao analisarmos os valores de comida, habitação, vestuário, transportes, cuidados pessoais e entretenimento, Portugal é, em média 36% mais barato, a nível de custo de vida, comparativamente aos Estados Unidos.
Mas como se poderá atrair mais investimento?
Temos de criar condições, em Portugal, para captar investimento internacional. Para isso é fundamental coerência e estabilidade em políticas económicas, fiscais e de habitação. Ao mesmo tempo devemos criar incentivos para que empresas e empresários nacionais tenham benefícios para criar riqueza e fomentarem a economia local. O sector de mediação imobiliária e o turismo devem ser vistos como prioritários e caberá ao Governo olhá-los como âncoras para a sustentabilidade económica de Portugal e dos portugueses.