Apesar de muito se falar em trabalho remoto, a verdade é que antes do confinamento obrigatório, um dos motivos que também atrasava a adoção deste regime “é a liderança, a responsabilidade das lideranças e a capacidade de liderar alguém que não está sentado ao nosso lado”, explica José Miguel Leonardo, presidente executivo da Randstad que alerta ainda que “não podemos enveredar por soluções de controlo de logins e de “espionagem” de colaboradores”. Nesta nova realidade aconselha que se tem “de ser verdadeiros líderes, dar o exemplo, ser transparentes na comunicação, definir objetivos, acompanhar operacionalmente, mas também emocionalmente, partilhar a visão estratégica”.
Num mundo ainda carregado de incertezas, o gestor acredita que se vai continuar a evoluir no sentido do trabalho remoto, sendo a tecnologia a principal aliada enquanto facilitadora das novas formas de trabalho. “Tudo o que são ferramentas digitais, apps, plataformas e interfaces vão continuar a ser utilizadas e exploradas para permitir maior e melhor proximidade com as pessoas”, antecipa a mesma fonte. José Miguel Leonardo sublinha ainda que, em alguns setores, vai-se assistir à passagem para o “fully remote” ou para modelos de trabalho híbridos, onde trabalho no escritório e teletrabalho vão fazer parte da rotina. As empresas foram obrigadas a reagir e antecipar medidas que permitissem não só trabalhar de casa, como também produzir e demonstrar resultados.
Face a este cenário, o presidente executivo da Randstad não tem dúvidas que o papel da liderança nas organizações foi essencial para que esta mudança fosse concretizada com agilidade, de forma a não fragilizar os negócios ainda mais. “Os líderes aprenderam a gerir as suas próprias vulnerabilidades e a tornarem-se mais humanos ao comunicarem com clareza e transparência, sendo este um dos fatores valorizados pelos colaboradores”, salienta ainda.
Neste novo normal, todos os gestores de pessoas têm um papel fundamental na retoma, pois tudo o que são dimensões ligadas ao talento, workplace, desenvolvimento pessoal e de equipas tornam-se críticas para acelerar o processo de retoma e não deixar que o mercado morra.