A Inteligência Artificial entrou nas nossas vidas há relativamente pouco tempo, mas abalou muitas das nossas ideias, crenças e formas de pensar e trabalhar. Entre receios e entusiasmos, penso ser seguro dizer que ninguém está indiferente à Inteligência Artificial.
Penso ser inegável que estas ferramentas são capazes de nos tornar muito mais eficientes nas nossas tarefas, um pouco à semelhança do que aconteceu com a Revolução Industrial, o surgimento dos computadores e da Internet. A Inteligência Artificial, genericamente falando, é apenas mais uma ferramenta que se for bem aproveitada pode tornar-nos muito mais produtivos.
E os nossos investimentos? Podem também ser melhorados ou, pelo menos, afetados pela Inteligência Artificial? Quando digo “nossos”, refiro-me aos pequenos investidores, de retalho, e não aos grandes fundos de investimento, já que esses seguirão regras, naturalmente, bastante diferentes.
Tal como mencionei atrás, acredito que as ferramentas de Inteligência Artificial sejam isso mesmo: ferramentas. São formas de nos ajudar a sermos mais eficientes, a obter informações mais rápidas e a conseguir produzir melhores resultados. No caso dos investimentos, ferramentas como o FinChat, um género de ChatGPT para investidores, serão muito úteis, já que conseguem de uma forma muito mais rápida, recolher uma série de indicadores e informações financeiras sobre uma determinada empresa para que possamos analisar e tomar a nossa decisão de investimento.
Nas redes sociais assisti a alguns vídeos onde colocavam as ferramentas de inteligência artificial a tomar, efetivamente, decisões de investimento e a indicar o que comprar, quando comprar e, claro, vender. Os resultados, pelo menos aqueles que vi, foram muito fracos e as decisões tomadas pelas ferramentas eram bastante questionáveis. Claro que era tudo um teste e quem o estava a fazer estava consciente de que este era um resultado possível, por isso no final ninguém saiu “magoado”, mas preocupa-me se outros investidores, mais desconhecedores deste mundo o tentarem fazer e obtiverem também fracos resultados e, muito provavelmente, daí irá resultar uma culpabilização do mercado, voltando a compará-lo a um casino e contribuindo para uma fraca cultura e literacia financeiras.
Estes testes foram feitos com base em análise fundamental e os resultados não foram os melhores. No entanto, e agora sou eu a supor, visto que não encontrei nenhum conteúdo do género, talvez numa perspetiva de análise técnica, em estratégia de trading, possa funcionar melhor, dado que a Inteligência Artificial deverá ser bastante mais competente e rápida a analisar padrões, dados estatísticos e históricos e, com isso, conseguir “acertar” mais vezes.
Em resumo, penso que a Inteligência Artificial é algo que veio para ficar e fazer, cada vez mais, parte das nossas vidas. No mundo dos investimentos não será diferente. No entanto, vejo esta tecnologia precisamente como uma ferramenta para nos ajudar a recolher dados, organizar e processar. A decisão, pelo menos por agora, acredito que continue a ficar do lado do humano.
