A portuguesa OLI exporta 75% da sua produção e cresce 8% ao ano

A marca portuguesa OLI, que produz autoclismos e outras soluções de casa de banho, pretende crescer nos mercados onde os produtos de alta gama são mais valorizados, como o do Médio Oriente. A empresa está presente, por exemplo, no empreendimento de luxo Katara Towers, perto de Doha, capital do Catar, edifício que acolhe dois hotéis,…
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Com vendas de 75,5 milhões de euros, a empresa de Aveiro, que produz autoclismos e soluções de casa de banho, está apostar em novas geografias para crescer sobretudo na gama alta.
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A marca portuguesa OLI, que produz autoclismos e outras soluções de casa de banho, pretende crescer nos mercados onde os produtos de alta gama são mais valorizados, como o do Médio Oriente. A empresa está presente, por exemplo, no empreendimento de luxo Katara Towers, perto de Doha, capital do Catar, edifício que acolhe dois hotéis, apartamentos de luxos e escritórios. Para este local, que prima pela sustentabilidade, a empresa forneceu um autoclismo interior hidricamente eficiente, o que, segundo António Ricardo Oliveira, administrador da OLI, é prova de que uma marca portuguesa consegue destacar-se no mercado externo. “Sendo uma marca portuguesa, ao conseguirmo-nos impor neste tipo de projeto é sinal de que algo se se faz bem no mercado nacional”, refere o administrador à Forbes Portugal.

A empresa, que registou um volume de negócios de 75,5 milhões de euros em 2022, o que representou um crescimento de 5 milhões de euros face a 2021, está a apostar em outros mercados que não o europeu, sobretudo geografias onde não esteja a competir pelo preço, mas pelas características diferenciadoras do seu produto. António Ricardo Oliveira explica que, do volume de negócios total, apenas 25% provém do mercado nacional, sendo que da restante fatia das exportações, cerca de 80% está centrada no continente europeu. Ainda que não tenha sentido quebra das vendas nos anos da pandemia, até pelo contrário registou um ligeiro aumento, pois muito clientes compraram para ter stock, o ano passado já foi um ano de correção, e no último semestre a empresa assistiu a quebras de 20% em alguns mercados europeus. Isto obriga a que evite ter tanta dependência da Europa, pois a incerteza que se avizinha é grande, e o setor da construção poderá entrar em recessão. Além do português, o mercado alemão e o italiano são os que têm mais peso na faturação do grupo de Aveiro. Norte de África, como Egito e Tunísia, e Médio Oriente, são duas regiões em que a marca tem vindo a implantar-se.

Para os próximos anos o investimento será de 15 milhões de euros para melhorar as áreas de inovação

Fruto dos investimentos que tem vindo a realizar, António Ricardo Oliveira, acredita que a empresa, mesmo com a incerteza da economia, tem espaço para crescer, e estima que nos próximos três anos possa crescer, em média, 8% ao ano. Durante 2021 finalizaram um investimento de 12 milhões de euros, dos quais oito milhões num pavilhão de armazenagem, e os restantes foram canalizados para o aumento de capacidade produtiva, para desenvolvimento de novos produtos e para o reforço dos sistemas de informação. “Fizemos investimentos importantes na digitalização e no robustecimento dos nossos meios internos a nível técnico”, esclarece o responsável. Para os próximos anos o investimento também será nessa ordem de grandeza, já que a OLI se candidatou ao PRR com um investimento de 15 milhões de euros para melhorar as áreas de inovação, de desenvolvimento de produto e da industrialização com automação e digitalização.

A empresa fez ainda um investimento significativo na produção de energia solar, com a instalação de painéis solares. “Conseguimos assim produzir cerca de 15% da energia que consumimos, o que é relevante”, explica o administrador. Adianta ainda que, na área da inovação, está a apostar na reutilização de matérias-primas recicladas ou regeneradas, e a trabalhar para ter produtos bio based. Ou seja, utilizar componentes bio, extraídos da natureza, como os caroços de azeitona ou a casca de arroz, que são adicionados à matéria prima plástica. “Ainda não lançamos nenhum produto com essas características, mas estamos a trabalhar nisso neste momento”, acrescenta.

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