Década até 2030 “será um período previsivelmente turbulento”, alerta Gulbenkian

A Fundação Calouste Gulbenkian fez um estudo da realidade social, económica, demográfico, ambiental e geográfica de Portugal, procurando lançar uma reflexão virada para o futuro, tendo em conta os desafios, oportunidades e caminhos que o país pode seguir para retomar o crescimento, adaptar-se às alterações climáticas sem travar o crescimento e promover a coesão e…
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A Fundação Gulbenkian analisou os desafios que se colocam à sociedade portuguesa na próxima década e traçou possíveis cenários a seguir. O estudo admite que este venha a ser "um período turbulento".
Economia

A Fundação Calouste Gulbenkian fez um estudo da realidade social, económica, demográfico, ambiental e geográfica de Portugal, procurando lançar uma reflexão virada para o futuro, tendo em conta os desafios, oportunidades e caminhos que o país pode seguir para retomar o crescimento, adaptar-se às alterações climáticas sem travar o crescimento e promover a coesão e mobilidade sociais.

Várias personalidades participaram no estudo “Foresight Portugal 2030”. José Félix Ribeiro foi o coordenador do projeto e autor de vários dos documentos preparatórios que foram produzidos, muito especialmente os relativos às condições e oportunidades económicas e sociais de Portugal. Nuno Severiano Teixeira e Carlos de Medeiros Gaspar, respetivamente presidente e membro do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), colaboraram na produção de textos relativos ao enquadramento mundial e europeu. Miguel Poiares Maduro, enquanto presidente da Comissão Científica do Fórum Gulbenkian Futuro, acompanhou de perto a realização do projeto.

Mudar a trajetória de Portugal das últimas décadas

O “Foresight Portugal 2030” pretende contribuir para uma reflexão e debate aprofundados na sociedade e instituições portuguesas, “tendo em vista mudar a trajetória de Portugal das últimas décadas. Pretende-se que o país chegue a 2030 muito mais capaz de crescer e prosperar, respondendo em paralelo aos desafios climáticos e de coesão e mobilidade sociais”, refere a Gulbenkian.

“Consideramos que o período 2021-2030, no qual se foca este projeto, será um período de transição claramente marcado pelo choque entre, por um lado, as limitações ao crescimento de soluções e de atividades que vêm de períodos anteriores e, por outro, as dificuldades na expansão do que corresponde a uma nova vaga de crescimento, assente num novo sistema técnico-económico e numa nova geoeconomia e geopolítica mundiais, que provavelmente só se estabilizarão no horizonte de 2050”, afirma a Fundação Gulbenkian.

“Não poderemos seguir as mesmas orientações de políticas públicas que, até à data, não conseguiram retirar Portugal de um longo período de quase estagnação”.

Para os autores desta análise, a década 2021-2030 “será um período previsivelmente turbulento, onde não poderemos continuar a contar com os mesmos fatores de crescimento, nem seguir as mesmas orientações de políticas públicas que, até à data, não conseguiram retirar Portugal de um longo período de quase estagnação”.

“O desafio que a década 2021-2030 coloca a Portugal é o de se preparar para prosperar como país, apoiando o que é genuinamente novo e com elevado valor acrescentado, desafio esse que será determinante para as próximas décadas”, salienta o documento.

Território, Especialização Internacional, Agricultura, Agenda Digital, Recursos Hídricos e Proteção das Zonas Costeiras, Energia, Transportes e Telecomunicações foram os setores analisados.

Nesta projeção, cada uma das temáticas afloradas levou em consideração três cenários de evolução para Portugal: um cenário de “continuidade” e de prolongamento da dinâmica atual; um cenário de “reforma incremental” e de ajustamento às novas realidades; e um cenário de “reforma avançada” com grande enfoque num Portugal 4D e em processos de digitalização.

O resumo do estudo pode ser descarregado neste documento aqui em baixo.

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