Governador do Banco de Portugal defende que inflação é um fenómeno temporário

O atual nível de inflação ainda é um fenómeno transitório. Quem o diz é o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, que defendeu que a política monetária deve continuar a apoiar o crescimento económico. Durante a conferência “Banca do Futuro”, do Jornal de Negócios, Mário Centeno disse que: “a inflação permanece ainda um…
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Mário Centeno explicou que a inflação ainda está associada à recuperação da crise económica, à sua rapidez e dificuldade em retomar mecanismos que foram desativados. Por isso, pede paciência.
Economia

O atual nível de inflação ainda é um fenómeno transitório. Quem o diz é o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, que defendeu que a política monetária deve continuar a apoiar o crescimento económico.

Durante a conferência “Banca do Futuro”, do Jornal de Negócios, Mário Centeno disse que: “a inflação permanece ainda um fenómeno temporário, associado à recuperação da crise económica, à sua rapidez e dificuldade em retomar mecanismos que foram desativados”.

O governador do BdP afirmou ainda que “na Europa, não observamos efeitos de segunda ordem na interação do mercado de trabalho com os preços. A política monetária deve estar consciente das suas capacidades, mas não consegue resolver choques de oferta”.

Por isso, sugeriu que “devemos ter, neste momento, a paciência que só a manutenção de pilares essenciais das nossas políticas económicas pode emprestar ao processo de recuperação”.

No que diz respeito à economia, defendeu que o ajustamento será gradual pelo que não “se pode soçobrar perante as dificuldades que de momento são sobretudo de natureza tecnológica do que económica”.

Na mesma conferência marcou presença o presidente não executivo do Credit Suisse, António Horta Osório, que questionou a ambição de Portugal. “Estamos satisfeitos com o nível de riqueza?”, perguntou. Horta Osório considera que: “é dramático que em Portugal se ganhe mil euros líquidos em média por mês”, quando “na Irlanda se ganhe o dobro e em Espanha se ganhe 50% mais”.

O presidente não executivo do Credit Suisse deixou várias considerações e perguntas como: “Temos aqui um problema claro de crescimento e de ambição da sociedade portuguesa. Estamos satisfeitos com o nível de riqueza que temos? Estamos satisfeitos com o país que não cresce? Não deveríamos ter uma ambição maior?”. E deixou o alerta que a “prioridade é reduzir a dívida”. Isto porque “mais tarde ou mais cedo, as taxas de juro subirão e o encargo dessa dívida tornar-se-á incomportável”, afirmou o banqueiro.

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