A RESUL, empresa portuguesa com mais de 40 anos no setor da energia que desenvolve, produz e implementa soluções de fornecimento para redes de distribuição de energia, cedo olhou para a internacionalização como forma de continuar a crescer. África tem sido uma das principais apostas em termos de exportação, mas também já com presença física por exemplo em Cabo Verde ou Angola onde tem vindo a desenvolver vários projetos. Em entrevista à Forbes Portugal, o administrador da RESUL, Bruno Painho, revela que 65% dos 13 milhões de euros de faturação de 2024 tiveram origem na exportação e do mercado externo. O continente africano ganha relevância quando, por exemplo, o Relatório ‘O Estado da Energia Africana em 2025’, da Câmara de Energia Africana, refere que África alberga 590 dos 685 milhões de pessoas no mundo sem eletricidade. As soluções que a RESUL desenvolve ganham um papel relevante no que diz respeito à eletrificação dos países africanos, como os PALOP. O administrador da RESUL detalha a estratégia que tem no terreno que faz com que a empresa atue num campeonato de gigantes energéticas e seja uma das principais fornecedoras no mercado. Quanto ao futuro, assume que o objetivo é continuar o crescimento sustentável, assente numa diversificação de mercados e numa cada vez maior presença nos mercados internacionais.
Quais é que têm sido as principais apostas estratégicas da RESUL ao longo destes anos?
A RESUL é uma empresa com mais de 40 anos, no desenvolvimento, na produção e implementação de soluções para redes de distribuição de energia e um bocadinho quase que desde a sua gênese, olhou sempre para os mercados externos e o mercado de exportação como uma aposta necessária. A nossa experiência a nível de internacionalização e de mercado externo é uma experiência muito longa, tem mais de 30 anos e olhámos sempre, em particular para o continente africano, porque dada a nossa área de atuação, das redes de distribuição de energia, naturalmente que no continente africano encontramos aqui taxas de eletrificação muito baixas e daí que seja um mercado core para aquilo que é a nossa atividade e as soluções que nós apresentamos. E a nossa experiência acabou por se focar muito no mercado externo. Por exemplo, no ano 2024, ultrapassámos os 13 milhões de euros de faturação, dos quais, 65% vem de exportação e de mercado externo.
E sendo uma pequena empresa num mundo de gigantes das energéticas, como é que têm conseguido ganhar o vosso espaço, primeiro no mercado nacional e depois, vai estar para o exterior?
Os nossos principais clientes, quer no mercado nacional, quer no mercado externo, são as utilities, são as empresas de distribuição de energia, portanto, as ‘EDPs’ dos vários países. Começando aqui pelo mercado nacional, que naturalmente foi a nossa primeira aposta e o nosso principal cliente, começámos por desenvolver a nossa gama de acessórios e de produtos, não só a de produção própria, como depois aquelas que representamos, para nos introduzirmos como fornecedores da utility, e somos uma empresa homologada e certificada na E-REDES há muitos anos, e aqui o desafio versus as grandes empresas acaba por ser um bocadinho esbatido, se calhar muitas vezes, pela capacidade e pela flexibilidade que temos para nos adaptarmos a determinadas soluções que são pedidas pelo cliente. Temos uma maior facilidade em fazer desenvolvimento de produto ou encontrar soluções mais adaptadas àquilo que é a necessidade do cliente, do que muitas vezes o multinacional do setor que tem os seus produtos definidos e pronto, é aquilo e é um bocadinho aquilo que vende e há menos essa flexibilidade. Acho que esse é o nosso grande trunfo no mercado nacional, mas essencialmente depois é o nosso grande trunfo a nível externo, que é o facto de sermos uma empresa pequena, permite-nos essa flexibilidade e esse contacto de maior proximidade e, portanto, desenvolver relações de parceria e cooperação e não apenas uma relação institucional entre cliente e fornecedor.
Referiu que desde cedo apostaram no mercado externo. Além do crescimento no mercado português, é o que vos tem dado músculo para continuar a crescer também?
Sim, historicamente temos sempre taxas de exportação superiores aos 50% e, portanto, naturalmente que sim, para nós a exportação é muito importante e continuamos essa aposta, continuamos muito presentes, sobretudo, no continente africano, pelas características que os vários mercados têm. Essa é uma grande aposta e um objetivo que pretendemos continuar a desenvolver.
Nesta fase, estão apenas nos PALOP ou já têm uma presença mais diversificada?
Não, já temos uma presença mais diversificada. Nos PALOP temos escritórios em Angola, em Cabo Verde e em Moçambique, onde temos equipas locais que acabam por trabalhar esses mercados de forma mais próxima. Nos outros PALOP acabamos por fazer esse acompanhamento a partir de Lisboa e, portanto, temos presença em todos os PALOP. Mas a nossa experiência e presença em África é bastante mais alargada do que isso. Estamos presentes desde o Magrebe em países como a Argélia, a Líbia, depois temos presentes também no Senegal, na Mauritânia, temos negócios na Tanzânia, no Zimbábue, nas Maurícias, portanto temos uma presença em vários outros mercados que podia continuar aqui a indicar. Temos uma presença de facto diversificada, que começámos por uma aposta nos PALOP, como é natural, até pela facilidade da comunicação e da língua, mas depois começámos, e já há vários anos que vendemos para outros mercados espalhados um bocadinho por África. Posso dizer que já vendemos, claro que não de forma consistente, não todos os anos, mas já vendemos para mais de 50 países diferentes.
E o que é que tem feito a diferença nesta vossa atuação, face a outros concorrentes?
Eu acho que nós temos aqui um ponto muito importante, que é a nossa experiência de trabalhar nestes mercados e no continente africano, de facto temos uma presença de muitos anos e uma experiência consolidada, e isso é um know-how acumulado muito grande e uma grande mais-valia, e que acaba por contribuir para nos diferenciarmos muitas vezes, até porque continua a ser muito importante a proximidade, a confiança nos negócios e nestes países, e consequentemente eu acho que essa continua a ser a nossa grande mais-valia. Depois, do ponto de vista técnico, temos uma equipa com um grande know-how de redes elétricas, em baixa e média tensão, a nível das redes de distribuição, que também permite muitas vezes acabar por juntar a nossa solução comercial à solução técnica e quase de consultoria e quase de suporte de engenharia também aos clientes, que muitas vezes têm essa necessidade, e isso acaba por nos dar também uma mais-valia no mercado e fazer com que, de ano para ano, continuemos a crescer nestes mercados externos.
E como é que se consegue medir o impacto no terreno dessa vossa aposta e que já faz a diferença?
Essa é sempre uma pergunta de resposta um bocadinho difícil, até porque a maior parte dos nossos projetos são projetos de fornecimento de equipamentos e não tanto projetos chave na mão, apesar também termos executado alguns ao longo dos anos. Mas posso-lhe dar vários exemplos, e até mais recentes, em que fizemos recentemente um projeto de reabilitação da Baía das Gatas, em Cabo Verde, na ilha de São Vicente, em que fornecemos um produto inovador, uma nova solução para substituição da iluminação que lá estava e que são umas colunas em fibra de vidro, para não terem o problema da corrosão que ali é particularmente muito agressiva, em Cabo Verde em geral, mas ali em particular, porque está mesmo encostado ao mar. E com a iluminação LED e a reabilitação dessa baía, acho que é um projeto também bastante importante, porque o próprio Primeiro-Ministro de Cabo Verde assinalou que se criava ali um bocadinho uma nova centralidade, no sentido de um novo espaço de atração, por ter naturalmente uma melhor infraestrutura e a eletrificação é essencial para isso e a iluminação pública. Posso dar outros exemplos de algumas povoações também em Cabo Verde que não tinham acesso a energia elétrica, por serem bastante isoladas, onde implementámos projetos de eletrificação off-grid, com soluções a partir de painéis fotovoltaicos e com baterias e que, na prática, foi possível dar a essas comunidades o acesso à energia que até então não tinham e que seria muito difícil que a rede lá chegasse, dado a localização dessas povoações.
Há outros exemplos nos PALOP…
Contribuímos também, por exemplo, em São Tomé, com a instalação de uma central de enchimento de garrafas de gás, recentemente, uma aposta muito relevante para uma transição do carvão e da lenha utilizadas para cozinhar, e, portanto, com a massificação um bocadinho do gás, uma central de enchimento moderna e automática contribuiu para esse desenvolvimento. Posso-lhe dizer também que o ano passado, na Guiné-Bissau, fornecemos um equipamento para a deteção de avarias em redes subterrâneas e formámos uma equipa de AGB para a deteção dessas avarias, permitindo identificar avarias que já tinham até bastante antiguidade e com isso permitir que as determinadas zonas possam ser alimentadas e que estavam com grandes dificuldades de acesso à rede elétrica. Tudo isto acaba por contribuir um bocadinho para o desenvolvimento destas populações, porque de facto sem acesso à rede elétrica, a rede elétrica é um bocadinho um catalisador para o desenvolvimento económico, e acaba por permitir o acesso à educação, à saúde e a melhores condições de vida, e, portanto, é esse o nosso desígnio. Claro que é difícil muitas vezes mensurar o trabalho que fazemos, podia-lhe dar aqui outros exemplos, como o pré-pagamento, onde nós estamos também muito presentes, em Angola, em Cabo Verde, em São Tomé, que também tem permitido, tem sido uma aposta importante nestes países e permitindo uma melhor gestão do consumo elétrico e também uma redução da fraude. E por último, se calhar para finalizar, nós também identificando algumas dificuldades nestes países, já há alguns anos desenvolvemos um produto que chamamos Ready Board, que é um pequeno quadro elétrico que permite a eletrificação de habitações que não têm condição para receber essa eletrificação. Estamos a falar, às vezes, quase palhotas e casas que são feitas de argila e sem condições para receber uma instalação elétrica, e com esse Ready Board nós já eletrificámos mais de 200 mil casas em África, sendo uma solução muito simples, mas que permite ter proteção de pessoas, com disjuntores e diferencial, ter duas tomadas e uma lâmpada, e que muitas vezes é suficiente para fazer essa eletrificação e que de outra forma não era possível. E nós desenvolvemos esse produto e já temos também uma penetração grande desse produto em vários países, em Angola, em Moçambique, na Tanzânia, na Libéria, até no Suriname, na América do Sul, curiosamente.
O acesso à energia em África, continua a ser, como referiu, um problema, porque limita tudo. as crianças irem para a escola, é mais um fator para se manter o estado que conhecemos do continente. E há mesmo um relatório sobre o estado da energia africana em 2025…
Curiosamente, há pouco tempo, escrevi um artigo em que realçava um número, um indicador desse relatório. O continente africano alberga 590 dos 685 milhões de pessoas que no mundo não têm acesso à eletricidade e acho que este número, e o impacto que este número tem, só de o referir, é um número que devia preocupar toda a gente que trabalha no setor e, sobretudo, os governantes. De facto, é incrível ainda as baixas taxas de eletrificação que existem no continente africano e, consequentemente, o impacto que isso tem no desenvolvimento dos países. E depois há grandes assimetrias, porque, por exemplo, o Norte de África tem taxas de eletrificação relativamente elevadas. Depois há, por exemplo, um exemplo de desenvolvimento a este nível muito importante, que é o caso de Cabo Verde, que tem 99% de taxa de eletrificação, o que é incrível. Mas depois temos países muito grandes, com taxas que são ainda abaixo dos 50%.
E além desta aposta em África, em termos de internacionalização é possível ter mais presença noutros continentes?
África, de facto, para nós é uma grande aposta e há muitos mercados em que ainda continuamos a tentar diversificar e ter uma presença mais constante e a desenvolver a nossa presença. De facto, já fizemos essa incursão também em outros mercados. Por exemplo, há pouco referi um pequeno exemplo o Suriname na América do Sul. Mas aí, por exemplo, na América do Sul nós temos alguma dificuldade porque a norma é diferente das normas europeias e da norma que se utiliza na maior parte dos países africanos. Há normas americanas e, portanto, a maior parte dos nossos materiais que temos não se adaptam a essa especificação. E, naturalmente, precisaríamos de fazer algum desenvolvimento, mas depois também temos uma barreira a nível de taxas alfandegárias que dificilmente permite que sejamos competitivos. Depois, já tivemos também algumas pequenas vendas no continente asiático, mas naturalmente face à proximidade de China e Índia é um mercado sempre mais difícil do ponto de vista concorrencial e competitividade. Curiosamente, onde mantemos uma presença constante e que vem de há muitos anos, é uma presença histórica e continuamos a fazer fornecimentos regulares, é para a elétrica de Macau, a CEM.
São uma PME que acaba por ter aqui um papel importante em termos da cooperação portuguesa. A vossa dimensão limita de alguma forma esse papel?…
Na cooperação que refere acredito que se estará a ligar essa cooperação depois a alguns financiamentos e entidades políticas e multilaterais. Depende um pouco. Nós ganhamos, de facto, muitos concursos em África financiados por multilaterais, nomeadamente, financiados pelo Banco Africano de Desenvolvimento, pelo Banco Mundial ou por outras corporações. E, portanto, a esse nível não sentimos que o tamanho importe. Porque acabamos por passar por processos de concurso, em que, não interessa muito o tamanho da empresa, desde que cumpra com os requisitos e as exigências solicitadas. E nós, de facto, ganhamos muitos projetos através desses concursos. Mas acredito que poderá haver aqui algumas oportunidades de cooperação, onde podia haver mais desenvolvimento e que não tenha a ver com o facto de ser uma PME ou uma grande empresa. Mas, se calhar, poderia haver mais colaboração entre as empresas para se constituírem clusters mais fortes para um desenvolvimento mais efetivo e para, pelo menos, tentar uma aceleração em alguns países, contribuindo para o seu desenvolvimento.
E há algumas tendências ou novas oportunidades no setor energético em África que a RESUL possa estar atenta e que, eventualmente, possa vir a desenvolver soluções?
Nós estamos sempre atentos a novas oportunidades, nomeadamente nestes países, contribuindo muitas vezes com soluções que permitem resolver algum problema ou alguma carência que existe. E, para isso, muitas vezes até acabamos por utilizar a nossa experiência mais também do mercado nacional, que está mais desenvolvida e que tem outros tipos de soluções, para muitas vezes apresentar também algumas dessas soluções para mitigar alguns dos problemas em outros clientes e em outros países africanos. Portanto, temos várias coisas que estamos a desenvolver e a falar. Referi o Ready Board, as colunas em fibra de vidro, temos participado em muitos projetos de iluminação LED, o pré-pagamento de energia elétrica, que fomos nós que também a introduzimos em Angola, em Cabo Verde, em São Tomé. Tudo isso são apostas que estão a levar alguma inovação também a estes mercados para mitigar determinados problemas e contribuir para esse desenvolvimento.
Hoje fala-se muito no papel das energias renováveis. Em África também já há essas oportunidades neste segmento?
Sim. Há várias preocupações no acesso à energia. Claro que a nível europeu, nos países mais desenvolvidos, nós falamos muito na transição energética. A transição energética começa também a ser muito falada em África, mas há países que mais importante do que a transição, é o acesso à energia. E dependendo do país, isto varia muito, tem muita vez, têm recursos naturais, não têm, há muitos fatores envolvidos, mas muitas vezes o investimento não é só na produção, é muito também na rede de distribuição. Por exemplo, o caso particular de Angola, que investiu muito na produção de energia, grande parte da energia produzida em Angola é renovável, grande parte vem de barragens. Apesar de também estar a fazer muito investimento em fotovoltaico. Mas ainda tem uma taxa de eletrificação a rondar os 50%. Portanto, falta ainda investir muito na rede também, na distribuição, na interligação entre o norte, centro e sul, no desenvolvimento das redes de baixa tensão e de média tensão para levar também o acesso à energia a outras povoações. É um exemplo particular onde a transição energética está a acontecer, no sentido que grande parte da energia é renovável, mas não deixa de faltar um grande investimento para que as pessoas tenham acesso à energia. O exemplo de Cabo Verde, que sendo um país insular, tem uma dificuldade acrescida porque tem de ter um sistema em cada ilha, porque não há interligação entre as várias ilhas. E não tem água, não tem barragens. É difícil fazer isto sem um suporte de energia térmica. Mas tem havido um grande desenvolvimento e uma grande aposta nas renováveis, não só com o eólico, que já existem em várias ilhas e que já contribui de forma significativa na produção, mas estão a ser desenvolvidos muitos projetos fotovoltaicos também. E, portanto, aí o desenvolvimento e essa transição já está a acontecer num país que tem índices de eletrificação praticamente de 100%. Acho que no próximo ano, dentro de dois anos, já contam chegar aos 100%.
E neste mundo destas novas tecnologias da digitalização, da inteligência artificial, como é que a RESUL se posiciona?
A inteligência artificial, eu acho que um bocadinho de forma transversal à sociedade, acaba por começar a ter uma influência grande mesmo nas nossas pesquisas. Já hoje existe sempre essa componente e acaba por facilitar muitas vezes algumas pesquisas e naturalmente também ter acesso a alguma informação de forma mais rápida e de forma mais efetiva. Relativamente à digitalização, acho que esse é um passo que continua a haver essa transição e muito importante do ponto de vista de gestão destes países, da nossa gama de materiais, da nossa também muitas vezes, hoje já fazemos muitas apresentações também utilizando ferramentas digitais e evitando algumas deslocações e algumas viagens aos países. A nossa aposta foi há uns anos, de digitalizar um bocadinho toda a nossa documentação de suporte, os nossos documentos permitem-nos fazer apresentações e documentação para dar também esse suporte um bocadinho mais à distância. E depois, e aí em ferramentas de maior inovação, estamos neste momento também a trabalhar numa solução que ainda estamos a introduzir em Portugal, bastante importante naquilo que é a digitalização dos ativos de rede para haver um maior controle e uma maior informação, maior acesso a dados da própria rede para perceber o que é que se pode fazer com a rede já existente, o que é que se pode fazer mais e ter acesso a mais informações que hoje não existem. A nossa aposta é sempre começar a introduzir estes produtos muitas vezes em Portugal, num nível de maior desenvolvimento, e depois identificar alguns mercados, começamos a identificar, para também tentar fazer essa introdução em outros mercados.
Olhando o futuro, onde é que gostaria de ver a RESUL nos próximos cinco anos, quais é que são as metas de futuro para a empresa?
O nosso objetivo é continuar um crescimento sustentável, assente numa diversificação de mercados e numa cada vez maior presença nos mercados internacionais e continuar a contribuir para o desenvolvimento destes países. Contribuir também de forma positiva para o desenvolvimento e para maiores taxas de eletrificação nestes países, com a nossa gama de soluções e com aquilo que é também o nosso know-how e com aquilo que podemos contribuir. E, portanto, o nosso objetivo é continuarmos este caminho de crescimento e apostar cada vez em mais mercados e no desenvolvimento também de algumas novas soluções.
Em termos de indicadores financeiros, referiu os 13 milhões de euros de faturação de 2024. Já é possível dar alguma perspetiva para 2025, em termos de crescimento? E até quando é que o peso do mercado externo, ou neste caso de África, irá crescer nos próximos anos?
Até agosto estamos alinhados com aquilo que definimos como objetivo. Estamos a ter um bom ano e temos uma carteira de encomendas muito interessante, a seis milhões de euros, ainda para os restantes meses de 2025 e também até alguma carteira de encomendas já para 2026 e portanto a esta altura as nossas perspetivas são bastante positivas de alcançar os objetivos que delineámos e que o peso da exportação deverá andar mais ou menos em linha com o do ano passado, a rondar os 65%, talvez cresça um pouco, porque curiosamente estamos a ter aumento não só no mercado externo, mas também no mercado interno neste ano.
Em termos de gestão de equipas, e estando com esta presença também além de fronteiras, quais é que são as máximas que implementa?
Essa é sempre uma pergunta curiosa. Nós tentamos dar condições, mas há duas coisas importantes. Primeiro, tentamos sempre equilibrar a vida profissional e a vida pessoal. E para isso, por exemplo, já implementámos há dois anos uma política de concentração do horário de trabalho, e ninguém na RESUL trabalha na sexta-feira à tarde. Portanto, só trabalhamos sexta-feira até à uma da tarde, concentrando esse horário de trabalho nos restantes quatro dias e meio. Isto no sentido também de criar o maior equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, medida essa que foi muito bem-vinda pelos vários colaboradores, e que nós implementámos num período experimental há dois anos, e que se mantém até hoje, e que pretendemos continuar. Depois, se nós olharmos para o quadro de colaboradores da RESUL, reparamos que temos bastante estabilidade na equipa. Portanto, temos conseguido, e também temos sabido, reter esse talento e reter as pessoas naturalmente por esta componente que referi, mas também dando naturalmente condições atrativas para poderem continuar a fazer este caminho conosco e a desenvolver a empresa também conosco.
São quantas pessoas que estão afetas à empresa?
Em Portugal temos 25 e depois temos mais pessoas nas delegações.





