Golfe movimenta 69M€ por ano em Portugal

A indústria do golfe em Portugal está a consolidar-se como um dos pilares da economia nacional. Segundo o estudo “Avaliação do Impacto da Indústria do Golfe em Portugal por via do Turismo Residencial e do Mercado Imobiliário”, desenvolvido pela NOVA School of Business and Economics (NOVA SBE) para o Conselho Nacional da Indústria do Golfe…
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A indústria do golfe representa hoje uma força económica estruturante, com impacto direto e indireto na construção, no imobiliário e no turismo residencial. Um estudo da NOVA SBE, encomendado pelo Conselho Nacional da Indústria do Golfe, revela que o setor gerou 760 milhões de euros entre 2014 e 2024 e que as casas junto aos campos valorizam, em média, 20%.
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A indústria do golfe em Portugal está a consolidar-se como um dos pilares da economia nacional. Segundo o estudo “Avaliação do Impacto da Indústria do Golfe em Portugal por via do Turismo Residencial e do Mercado Imobiliário”, desenvolvido pela NOVA School of Business and Economics (NOVA SBE) para o Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG), o setor atingiu um impacto económico total de 760,5 milhões de euros na década compreendida entre 2014 e 2024, com um valor médio anual de 69,14M€.

A análise, apresentada na Golf Business Conference, na Madeira, conclui que o golfe vai muito além da prática desportiva: integra uma cadeia de valor que abrange a construção, o imobiliário, os serviços turísticos e o turismo residencial. O estudo, coordenado por João B. Duarte e Pedro Brinca, estima ainda um Valor Acrescentado Bruto acumulado durante a década de 407,9 milhões de euros, remunerações de 143,5 milhões e uma receita fiscal (IVA e IRS) de 70,2 milhões de euros.

Em média, o setor do golfe cria 810 postos de trabalho a tempo inteiro por ano.

Segundo o relatório, o golfe representa 12% da construção total no turismo residencial e nos resorts, 12% da mediação imobiliária de venda e 24% da mediação de revenda. Os imóveis junto aos campos de golfe registam uma valorização média de 20%, com os maiores prémios concentrados nas propriedades com vista direta para os fairways.

Média Anual do impacto socioeconómico do golfe em Portugal

Para João B. Duarte, coordenador do estudo na NOVA SBE, “os resultados confirmam que o golfe é um setor estratégico para o país, com efeitos estruturais que ultrapassam o turismo e se estendem à construção e ao investimento residencial. É um ativo económico com forte capacidade de criação de valor e emprego”.

Nuno Sepúlveda, presidente do CNIG, acrescenta que “estes dados vêm confirmar, com base científica, a relevância económica e social da indústria do golfe em Portugal. O setor é hoje um pilar do turismo de qualidade e um fator de competitividade internacional do país, que deve ser valorizado”.

Fundado em 1995, o CNIG representa 80% das empresas proprietárias de campos de golfe comerciais em Portugal e atua como interlocutor junto das entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais. A associação defende medidas estratégicas para o setor, como a redução do IVA, novas linhas de apoio, e uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos — temas que ganham relevância num contexto de crescente pressão sobre o território e sobre o turismo de qualidade.

Com base em dados do INE, RNET, Confidencial Imobiliário e da Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts (APR), o estudo da NOVA SBE reforça a importância de um setor que, além de projetar Portugal como destino de investimento turístico e residencial de alta qualidade, contribui de forma sustentada para o desenvolvimento económico e territorial do país.

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