Produção mundial de vinho recupera em 2025. Portugal com quebra prevista de 11%

A produção mundial de vinho recuperou ligeiramente em 2025 face ao ano passado, mas segue em baixa, principalmente devido ao impacto das condições climáticas adversas, segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). No relatório preliminar, a OIV estima uma produção de entre 228 e 235 milhões de hectolitros (Mhl) em todo o…
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A produção mundial de vinho recuperou ligeiramente em 2025 face ao ano passado, mas segue em baixa, principalmente devido ao impacto das condições climáticas adversas. As exportações de vinho português atingiram 696,1 milhões de euros no terceiro trimestre, mantendo-se estáveis.
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A produção mundial de vinho recuperou ligeiramente em 2025 face ao ano passado, mas segue em baixa, principalmente devido ao impacto das condições climáticas adversas, segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). No relatório preliminar, a OIV estima uma produção de entre 228 e 235 milhões de hectolitros (Mhl) em todo o mundo, o que reflecte um aumento de 3% perante as historicamente pobres colheitas de 2024, mas ainda 7% a baixo na análise aos últimos cinco anos. Portugal encontra-se na quinta posição em termos europeus e 11ª a nível mundial, com uma produção prevista de 6,2 Mhl, menos 11% do que em 2024 e menos 12% na análise quinquenal. Os especialistas apontaram o dedo ao seco inverno português, seguido de chuvas recordes no início da primavera, agravadas depois por sucessivas ondas de calor no último verão.

A contínua baixa na produção mundial tem sido explicada pelos peritos com as constantes e extremas mudanças das condições atmosféricas, de ondas de calor e secas, a fogos florestais e geadas precoces, mas também o excesso de pluviosidade. 

O maior produtor mundial de vinho é a Itália, com uma produção estimada de 47,4 Mhl, mais 8% face a 2024, seguida da França (35,9 Mhl, -1%), num pódio completado pela Espanha (29,4 Mhl, -6%). Caso se confirme, o volume de produção francês de 2025 será o mais baixo daquele país, que já foi líder mundial, desde 1957 (32,5 Mhl). Noutras paragens, Estados Unidos da América, Austrália e Argentina seguem os ‘gigantes’ europeus do setor em posições dominantes nas Américas e no hemisfério sul.

A contínua baixa na produção mundial tem sido explicada pelos peritos com as constantes e extremas mudanças das condições atmosféricas, de ondas de calor e secas, a fogos florestais e geadas precoces, mas também o excesso de pluviosidade em algumas ocasiões, na perspetiva dos produtores de vinho. A OIV tem 51 estados-membros que produzem e consomem vinho e uvas, ou seja, 90% da superfície mundial de explorações de vinhas e 75% do consumo global de vinho.

Exportações portuguesas estáveis em 696 milhões de euros no 3.º trimestre

As exportações de vinho português atingiram 696,1 milhões de euros no terceiro trimestre, mantendo-se estáveis face ao mesmo período do ano passado, segundo dados da ViniPortugal. “As exportações de vinho português atingiram os 696,1 milhões de euros no terceiro trimestre de 2025, mantendo-se com um valor equiparado ao mesmo período do ano anterior”, indicou, em comunicado.

Por sua vez, o preço médio por litro situou-se em 2,68 euros, uma descida de 0,10 euros por litro, relativamente a 2024. Em volume, as exportações fixaram-se em 259,4 milhões de litros, o que se traduz num crescimento homólogo de 3%. Excluindo o vinho do Porto, as exportações representaram 496,9 milhões de euros, uma subida de 0,12%, com 223,3 milhões de litros vendidos (+3,5%).

As exportações de vinho português atingiram os 696,1 milhões de euros no terceiro trimestre de 2025, mantendo-se com um valor equiparado ao mesmo período do ano anterior, anunciou a ViniPortugal. 

O principal destino dos vinhos portugueses continuou a ser França, com 75,7 milhões de euros em importações, um aumento de 3% face ao ano anterior. Por sua vez, os EUA mantiveram-se em segundo lugar (67,5 milhões de euros), mas registaram um decréscimo de 12,1% em valor e 5,5% em volume. O Brasil ocupa a terceira posição (63,8 milhões de euros) e o Reino Unido caiu para o quarto lugar (54,1 milhões de euros). Destacam-se ainda, o México e Angola, que cresceram, respetivamente, 36,9% e 34,4% em valor.

“Apesar de um início do ano conturbado, marcado pela incerteza quanto às taxas comerciais impostas pelos Estados Unidos e de alguns produtores terem visto algumas das suas encomendas canceladas, a fixação da taxa a 15% trouxe alguma estabilidade, embora não seja o cenário ideal”, apontou, citado no mesmo comunicado, o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão. A ViniPortugal é a Associação Interprofissional do Vinho, que tem por objetivo promover a imagem de Portugal enquanto produtor de vinhos.

(Com Lusa) 

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