Rafael Nadal acredita que é preciso sentir desconforto para ter sucesso

Rafael Nadal acredita que para ter sucesso é preciso superar o desconforto, confessando hoje, perante uma plateia em Lisboa, que nunca procurou encontrar desculpas para quando não era suficientemente bom num court de ténis. “Sempre senti que procurar justificações não te ajudava a voltar ao topo. Podes encontrar desculpas para te sentires melhor no momento,…
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Rafael Nadal acredita que para ter sucesso é preciso superar o desconforto, confessando hoje, perante uma plateia em Lisboa, que nunca procurou encontrar desculpas para quando não era suficientemente bom num court de ténis.
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Rafael Nadal acredita que para ter sucesso é preciso superar o desconforto, confessando hoje, perante uma plateia em Lisboa, que nunca procurou encontrar desculpas para quando não era suficientemente bom num court de ténis.

“Sempre senti que procurar justificações não te ajudava a voltar ao topo. Podes encontrar desculpas para te sentires melhor no momento, podes tentar perceber porque correu mal. Mas, no final do dia, as desculpas não te ajudam a ser melhor. […] Quando não atingiste o teu objetivo, foi porque não foste bom o suficiente”, declarou o retirado tenista espanhol.

Na sua intervenção no VTEX Connect Europe, encontro de tecnológico que visa mostrar a importância do comércio digital empresarial e da Inteligência Artificial, que decorreu no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, Rafael Nadal tentou explicar o segredo da sua extraordinária carreira, na qual conquistou 22 Grand Slams.

“Para alcançar um grande sucesso, a palavra confortável não é a certa. Se queres ter sucesso, tens de estar desconfortável. Para teres sucesso, tens de sofrer, ouvir coisas que não queres ouvir, ter dúvidas”, enumerou, salientando a sua sorte por ter uma equipa que o acompanhou “desde sempre” e não o ‘poupou’ a críticas ou reparos.

“E nunca despedi ninguém”, brincou, provocando risos na sala, que muitas vezes aplaudiu entusiasticamente o lendário ‘rei’ da terra batida e recordista de títulos em Roland Garros, com 14.

A viver uma nova fase da sua vida, o maiorquino de 39 anos, retirado dos courts desde o ano passado, apresentou-se como alguém que nunca teve medo de arriscar e que tentou sempre melhorar algo no seu ténis de cada vez que pisou um campo.

Numa viagem pela memória, ‘Rafa’ elegeu a final do Open da Austrália de 2022, na qual derrotou o russo Daniil Medvedev numa maratona de cinco sets, como o momento que gostaria de reviver no seu percurso.

“Na parte final da minha carreira, quando ainda conseguia ser competitivo, fomos para a Austrália sem muitas expectativas e ganhar ali, vindo de dois sets abaixo… A energia que senti em court foi inesquecível”, recordou.

Nadal falou novamente com carinho da sua icónica rivalidade com Roger Federer, Novak Djokovic e Andy Murray, considerando que os ‘Big 4’ deixaram como legado o respeito mútuo e que inspiraram a nova geração, nomeadamente Carlos Alcaraz e Jannik Sinner, os dois grandes adversários da atualidade que têm uma excelente relação fora do court.

Aos mais jovens, o antigo número um mundial aconselhou-os a que estejam focados, embora reconheça que “no mundo de hoje, há muitas distrações”. “Quando era novo, havia muito menos distrações. Vejo na minha academia, com os miúdos, têm demasiadas opções e torna-se mais difícil ouvirem”, notou.

Numa participação no VTEX Connect Europe que não incluía declarações/entrevistas à margem, o agora empresário detalhou ainda o que levou do ténis para os negócios.

“O desporto é um mundo em que aprendes muitas coisas. Dá-te uma base para tudo. O desporto coloca-te no teu sítio, porque perdemos sempre. A derrota leva-te à humildade. No desporto, aprendes a trabalhar em equipa, a escutar os mais experientes e que, às vezes, é preciso mudar e há que aceitar a mudança”, enumerou.

Apesar de estar longe da forma física de outros tempos, ‘Rafa’, que garante não se recordar de todos os rituais que tinha enquanto tenista, ainda trocou bolas com o moderador.

“És o melhor”, lançaram do público. “Não, não, sobretudo não agora”, respondeu o espanhol com um sorriso rasgado, o traço que não perdeu nesta sua vida de ‘reformado’ do ténis.

Lusa

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