Há vinhos que contam histórias; outros criam legados. No coração do Vale do Dão, entre montes de granito e vinhas recortadas pela luz suave do outono, a Quinta de Lemos celebrou o 20.º aniversário da sua primeira vindima. O evento foi mais do que uma celebração enológica, assumindo-se como uma afirmação de identidade.
A receção decorreu na adega, onde o espumante Gégé, o Dona Santana e o Pica Pica foram servidos entre tábuas de queijos e fruta fresca, sendo o prelúdio perfeito para uma viagem sensorial pela alma da quinta. Divididos em grupos, os convidados foram guiados por um percurso onde os cinco sentidos se cruzaram com a história do Dão, seja isso o aroma dos vinhos em envelhecimento, o som das canções das mulheres das vindimas, o toque do granito, o sabor das castas autóctones ou o brilho do entardecer sobre as vinhas.
A experiência culminou num momento de pura emoção, quando o grupo folclórico Cavaquinhos conduziu os presentes desde a adega até às vinhas, num cortejo sonoro que evocava as raízes culturais da região.
Já sob o luar, a voz de uma fadista encheu o ar com notas de saudade e pertença, lembrando que o vinho é também um espelho da alma portuguesa.

ALTA GASTRONOMIA E ARTE EM SINTONIA
A experiência terminaria no restaurante Mesa de Lemos, liderado pelo chef Diogo Rocha, distinguido com uma estrela Michelin. Mas, entretanto, no terraço, o Coro Mozart, composto por crianças e jovens locais, interpretou versões corais de temas das bandas rock Queen e Aerosmith, num contraste entre o clássico e o contemporâneo, criando um reflexo perfeito da filosofia da Quinta: respeitar o passado, inovar no presente.
E enquanto o icónico Dona Georgina 2005 era servido, símbolo da primeira vindima e medalha de ouro no International Wine Challenge, os convidados brindavam a duas décadas de paixão e rigor. O jantar, composto por pequenos pratos de alta gastronomia, encerrou com um fogo de artifício que iluminou o céu do Dão, no fundo, um tributo visual à beleza efémera do vinho e à permanência do seu legado.
TRADIÇÃO COM ASSINATURA MODERNA
A excelência dessa experiência reflete a filosofia da Quinta de Lemos desde a sua fundação em 2000, sendo hoje um caso exemplar de como tradição e modernidade coexistem em perfeita harmonia. Com 50 hectares – metade dedicados à vinha e o restante a olival, floresta e jardins –, é uma fortaleza natural protegida pelas serras da Estrela, Caramulo, Buçaco e Nave. É neste terroir de granito e areia que nascem vinhos de frescura e elegância únicas, elaborados com castas autóctones como Touriga Nacional, Jaen, Alfrocheiro, Tinta Roriz, Encruzado e Malvasia.“Quando começámos este projeto, o sonho era criar algo que representasse o melhor de Portugal – o respeito pela terra, a elegância do vinho e a dedicação das pessoas que o fazem possível. Vinte anos depois, continuamos com o mesmo espírito e amor pelo Dão”, afirma Pierre de Lemos Esteves, filho do fundador e atual rosto da nova geração da família.
Sob a direção técnica do enólogo Hugo Chaves, a Quinta de Lemos tem-se distinguido pela minúcia na produção e pela ética ambiental, optando por uma intervenção mínima de pesticidas, vinhas não irrigadas e vindima manual. O resultado são vinhos autênticos, de identidade forte e estrutura refinada.
Por isso, “cada garrafa é o reflexo do tempo, da paciência e do respeito pela natureza. Estes 20 anos mostram que a autenticidade e a paixão são as nossas maiores forças”, congratula-se Hugo Chaves, cuja abordagem combina precisão científica com sensibilidade artística.
DÃO: SÍMBOLO DE LONGEVIDADE E FUTURO
Por outro lado, a história da Quinta de Lemos espelha uma região que aprendeu a reinventar-se. O Dão, outrora visto como um terroir discreto, é atualmente reconhecido como uma das joias da viticultura europeia, sendo a consistência da marca confirmada pela conquista de dois Sakura Diamond Trophies consecutivos (2015 e 2016) e pelas pontuações superiores a 90 pontos de Robert Parker, consolidando o nome de Lemos entre os grandes produtores de Portugal.
Mais do que um sucesso comercial, a Quinta de Lemos tornou-se um símbolo de longevidade e de inovação sustentável, e um exemplo de como o luxo coexiste com a autenticidade e o respeito pelo tempo da natureza.
Nesse sentido, a celebração dos 20 anos da primeira vindima não é apenas um olhar nostálgico para o passado, mas uma declaração de futuro, com o compromisso de continuar a criar vinhos que falam a linguagem da terra e que projetam o Dão para o mundo.
E, durante a celebração, à medida que as últimas luzes do fogo de artifício se apagavam sobre as vinhas, uma certeza de que o melhor está por vir pairava entre os convidados. Porque, na Quinta de Lemos, o tempo não é um obstáculo, é o ingrediente secreto da perfeição.
Este conteúdo é produzido em parceria com a Quinta de Lemos.





