Os acionistas da Tesla aprovaram ontem um pacote de remunerações para o seu CEO, Elon Musk, o homem mais rico do mundo, que o poderá catapultar para a fasquia dos “trillionaires” (na escala nacional, ultrapassar a fasquia dos biliões de dólares), o primeiro homem a alcançar esse feito. O acordo, aprovado ontem com 75% dos votos, concede a Elon Musk um lote de 423 milhões de ações da empresa de veículos elétricos, caso o empresário consiga atingir determinados objetivos na próxima década. O plano é manter o CEO da companhia ligado à gestão da mesma, embora este plano tenha sido contestado por alguns dos maiores acionistas da empresa.
Para que Elon Musk – cuja fortuna já ultrapassou, por algumas horas, os 500 mil milhões de dólares (433, 13 mil milhões de euros) -, o primeiro homem a atravessar essa barreira, receba o seu pacote total de compensações é necessário que a capitalização bolsista da Tesla passe dos atuais 1,5 biliões de dólares (cerca de 1,3 biliões de euros) para os 8,5 biliões de dólares (cerca de 7,36 biliões de euros) nos próximos dez anos. Outra das metas exigidas é que marca consiga vender mais de 12 milhões de automóveis, ter 10 milhões de subscritores de veículos de condução autónoma, operar um milhão de robotáxis e vender um milhão de Tesla Bots, entre outros objetivos.
A Tesla entregou cerca de 497 mil veículos no terceiro trimestre, o que impulsionou as receitas trimestrais para os 28,09 mil milhões de dólares (cerca de 24,25 mil milhões de euros) superando as previsões de Wall Street.
A tarefa não será assim tão simples: recorde-se que o português Carlos Tavares, ex-CEO do Grupo Stellantis, que agrega cerca de 14 marcas de automóveis, disse recentemente em entrevista ao jornal Les Echos que a Tesla está sobrevalorizada dizendo que: “A perda de valor da Tesla no mercado de ações será colossal porque esta avaliação é simplesmente estratosférica”. E adiantou que a a concorrência da chinesa BYD é grande, acrescentando que “Não tenho a certeza se a Tesla existirá dentro de dez anos. É um grupo inovador, mas foi superado pela eficiência da BYD”.
A Tesla entregou cerca de 497 mil veículos no terceiro trimestre, o que impulsionou as receitas trimestrais para os 28,09 mil milhões de dólares (cerca de 24,25 mil milhões de euros) superando as previsões de Wall Street, já que as vendas da Tesla parecem ter sido impulsionadas pelo fim dos créditos fiscais federais para a compra de veículos elétricos em outubro. Porém, registou uma queda nas vendas na Europa nos últimos meses, devido à concorrência de veículos elétricos da Volkswagen e da BYD, divulgando no início desta semana que as vendas caíram mais de 50% na Noruega, quase 48% na Holanda, 30% na Espanha e 88% na Suécia.
(Com Ty Roush e Antonio Pequeño IV/Forbes internacional)
