Um pouco por todo o mundo, algumas das maiores companhias aéreas apresentam prejuízos ano após ano, ou recuperam e voltar a cair, como é o caso da portuguesa TAP. Parece que se tornou um hábito operar no vermelho, sendo este um setor de muita concentração precisamente pelas dificuldades que vários grupos de transportes aéreos vão enfrentando. A pandemia, em 2020, foi uma fase negra para este setor, que tem vindo a recuperar aos poucos.
A operar neste cenário, que parece adverso, encontra-se uma companhia que tem conseguido manter-se como a mais rentável no setor da aviação. Trata-se do Grupo Emirates, que mais uma vez apresentou lucros semestrais (empresa fecha o ano em março) recorde, reforçando a sua posição de transportadora aérea mais lucrativa do mundo.
O grupo do Dubai, situado nos Emirados Árabes Unidos, avançou, em comunicado, que os lucros antes de impostos dos primeiros seis meses do exercício de 2025/2026 atingiram os 3,3 mil milhões de dólares (cerca de 2,86 mil milhões de euros), o que representou um acréscimo de 17% face aos resultados do período homólogo do ano passado. Após a dedução dos impostos sobre o rendimento, o resultado líquido do grupo atingiu os 2,9 mil milhões de dólares (cerca de 2,51 mil milhões de euros) o que representa um aumento de 13% face ao semestre equivalente do ano anterior. Já o volume de negócios do grupo, que inclui a Emirates e a Dnata, alcançou os 20,6 mil milhões de dólares (cerca de 17,9 mil milhões de euros) no período em análise.
A Emirates explica que este crescimento foi possível devido ao aumento da procura de viagens, para várias regiões, e também da preferência pelas cabines premium da companhia.
Analisando por área de negócio, a Emirates atingiu receitas de 17,9 mil milhões de dólares (15,51 mil milhões de euros), um crescimento de 6% face aos primeiros seis meses do exercício passado e um lucro de 3,1 mil milhões de dólares (cerca de 2,69 mil milhões de euros). Este resultado líquido antes de impostos cresceu 17% face ao mesmo período do exercício passado. A empresa explica que este crescimento foi possível devido ao aumento da procura de viagens, para várias regiões, e também da preferência pelas cabines premium da companhia.
Já a Dnata (Dubai National Air Travel Agency) que oferece soluções de assistência em terra, aviação privada e serviços de catering, registou um lucro antes de impostos de 230 milhões de dólares (cerca de 199,2 mil milhões de euros), o que representou igualmente um crescimento de 17%. A receita semestral atingiu os 3,2 mil milhões dólares (2,77 mil milhões de euros), um aumento de 13%, à medida que as operações se expandiram para satisfazer a procura.
A empresa anunciou ainda que o seu EBITDA (resultados antes de juros, impostos e amortizações) manteve-se robusto, nos 5,7 mil milhões dólares (4,94 mil milhões de euros) apesar de apenas ter crescido 3%. O grupo encerrou ainda o primeiro semestre, a 30 de setembro, com um saldo de caixa recorde de 15,2 mil milhões de dólares (13,17 mil milhões de euros).
Investimentos no grupo são para continuar
“O grupo obteve, mais uma vez, um desempenho excecional, superando os resultados semestrais do ano passado para alcançar um novo lucro recorde no primeiro semestre de 2025/2026. Fico satisfeito por constatar que a Emirates mantém a sua posição como a companhia aérea mais rentável do mundo neste período”, referiu, em comunicado, o presidente e diretor executivo do grupo, o sheikh Ahmed bin Saeed Al Maktoum. Diz ainda que “Este desempenho foi impulsionado principalmente pela procura inabalável e pela crescente preferência dos clientes pelos nossos produtos e serviços, o que levou ao crescimento das receitas e à rentabilidade.”
Afirma ainda que o grupo continua a investir milhares de milhões para melhorar os seus serviços e lançar novos produtos, bem como otimizar as operações através de inovação e tecnologia. “A forte rentabilidade do grupo permite-nos continuar a fazer estes investimentos e a expandir os nossos modelos de negócio comprovados, em consonância com o crescimento do Dubai como cidade global de eleição para talentos, para empresas e para turistas”, remata.
O director executivo explica que a procura global por serviços de transporte aéreo e viagens tem estado em alta, apesar dos acontecimentos geopolíticos e das preocupações económicas em alguns mercados. E, para apoiar a expansão das atividades, a equipa de colaboradores cresceu para perto de 125 mil e a companhia anuncia que está a recrutar novos elementos.





