Federação de empresas como modelo de organização: o “segredo” do Grupo Asseco realçado em evento em Lisboa

O Grupo Asseco, grupo especializado na criação de software e com presença em mais de 60 países, escolheu Lisboa para organizar, no final da semana passada, um encontro internacional, juntando representantes de diferentes mercados. O grupo empresarial, que nasceu na Polónia, está também em Portugal, onde entrou há 10 anos, quando comprou, em 2015, uma…
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A Asseco é uma tecnológica presente em mais de 60 países que tem a particularidade de ter um modelo de organização assente no conceito de “federação de empresas”. O grupo realizou uma conferência internacional de dois dias em Lisboa e aproveitámos para perceber quais são, afinal, as vantagens que as diferentes filiais do grupo entendem que o modelo federativo lhes traz.
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O Grupo Asseco, grupo especializado na criação de software e com presença em mais de 60 países, escolheu Lisboa para organizar, no final da semana passada, um encontro internacional, juntando representantes de diferentes mercados.

O grupo empresarial, que nasceu na Polónia, está também em Portugal, onde entrou há 10 anos, quando comprou, em 2015, uma empresa portuguesa já existente e mudou a respetiva marca para Asseco PST (Portuguese Speaking Territories), a qual se afirma como uma firma de TI especializada no desenvolvimento de software para o setor financeiro (sobretudo banca, mas também seguros) que emprega 600 pessoas e que fornece serviços para 9 países espalhados por 3 continentes – Angola, Portugal, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Namíbia, Timor, Malta e Espanha.

Uma das particularidades do Grupo Asseco é o facto de estar organizado segundo uma lógica de “federação”, o que permite que cada “filial” tenha uma grande liberdade de atuação e autonomia.

No encontro houve troca de experiências e um dos momentos de debate procurou, precisamente, destacar o funcionamento deste modelo organizativo de “federação” que o grupo possui.

Daniel Araújo (CEO da Asseco PST) entende que esta opção federativa, traz uma grande “agilidade para compreender o cliente”, pois assenta numa maior “descentralização”, a qual permite “servir melhor e satisfazer o cliente”.

Adam Góral, fundador e CEO global de um grupo que conta com mais de 36 anos de experiência e mais de mais de 34 mil colaboradores em todo o mundo, também interveio, considerando que “teve muita sorte”, quando avançou para este modelo de organização, complementando que a sua “sorte são as pessoas” que, num ambiente multicultural, formam esta federação global de empresas: “As equipas são o mais importante para podermos compreender os problemas dos nossos clientes para juntos conseguirmos uma forte posição”.

Rafal Kozolowsi, Vice-Presidente da Asseco Polónia, valoriza a “autonomia” proporcionada pela lógica de uma federação de empresas para a tomada de “decisões”, para “estarem perto do cliente” e para cada empresa “ter maior liberdade para agir” e “dar poder aos seus colaboradores”, em vez de se enveredar por uma “solução ‘one fits all’”. Para Kozolowsi, o modelo da federação, “incentiva as pessoas a terem boas ideias localmente, dada a maior liberdade que existe. Todos podem sentir a importância da influência que podem dar ao negócio”.

Piotr Jeleński, Presidente da Asseco para a região do Sudeste da Europa, corrobora a ideia: “No conceito de federação, a proximidade com o cliente é o mais importante” e a flexibilidade na qual o modelo assenta possibilita mais facilmente “ajustar [o trabalho] às necessidades do mercado e dos clientes”.

“Como sabemos se temos as melhores soluções do mundo? Talvez não tenhamos, mas temos as melhores soluções para aquela situação e o cliente confia no nosso trabalho”, sublinha Daniel Araújo que conclui, dizendo que o “dar poder ao cliente”, a “agilidade” e as “relações com as pessoas” fazem a empresa “continuar a ser relevante no mercado”.

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