Ambição, decisão e execução: a fórmula para Portugal ir mais longe

Olhar mais longe, desenvolver uma visão estratégica e superar horizontes imediatos para melhor “executar e mudar Portugal”. Este foi o propósito da Looking Beyond Summit, tal como afirmou Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal, logo na abertura do evento que reuniu cerca de três centenas de pessoas que se predispuseram a “pensar…
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Portugal vive um momento de grandes oportunidades, mas para as aproveitar, tem de vencer os desafios identificados pelos participantes na “Looking Beyond Summit”, reunião organizada pelo Santander Empresas, no dia 1 de outubro, em Lisboa.
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Olhar mais longe, desenvolver uma visão estratégica e superar horizontes imediatos para melhor “executar e mudar Portugal”. Este foi o propósito da Looking Beyond Summit, tal como afirmou Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal, logo na abertura do evento que reuniu cerca de três centenas de pessoas que se predispuseram a “pensar maior” e a perceber como podem “atuar mais rápido”.

Nas palavras do responsável, “já não precisamos de mais diagnósticos; o que precisamos é de decisão, precisamos de execução”. E isto é sobretudo necessário numa altura em que, como referiu, “vivemos tempos únicos, desafiantes e de uma enorme oportunidade, quer em termos geopolíticos, quer em termos de uma disrupção digital e tecnológica muito grande”.  Para fazer face ao cenário, Pedro Castro e Almeida acredita que há necessidade de “uma maior ambição” e vontade de “fazer a diferença”, o que justifica, no seu entender, a reunião organizada pelo Santander Empresas.

Ambição e produtividade

Para resolver a questão da ambição, Daniel Traça, diretor-geral da ESADE Business School, deixou claro que “o primeiro passo para a ambição é pessoal”, seguindo-se depois os necessários passos setorial e nacional. “Se não dermos estes passos, ficamos nos diagnósticos e não chegamos à execução”, avisou na conferência subordinada ao tema “Acelerar Portugal num futuro incerto”. O antigo diretor da Nova SBE realçou como o momento é propício para Portugal, enumerando que “o país está cheio de oportunidades”, enquanto beneficia do facto de estar “na moda” e “cheio de talento”, aludindo ao aumento do nível de escolaridade, não só da população como da nova vaga de imigração. Mas “a nossa ambição tem de transformar-se em produtividade, e isto faz-se, a nível das empresas, com maior escala”, sublinhou, apontando ainda a necessidade de “fundir, consolidar, colaborar, crescer”.  Para tal, há que dar “mais espaço à profissionalização dos gestores”, defendeu, e apelou ainda à necessária transição geracional nas empresas, bem como à internacionalização e sofisticação destas.

Quanto ao contributo do Estado, Daniel Traça destacou que “é preciso mais eficácia a trabalhar”, apelando ainda à transformação da Administração Pública num “sistema meritocrático, em que os melhores chegam mais longe, capaz de atrair muito bom talento e muito mais ágil”.

Estado mais funcional e alinhado

Aquilo que se espera do Estado, dos governantes e das políticas públicas foi um dos temas abordados na mesa-redonda “Para crescer é preciso ver mais longe”, moderada por José Maria Pimentel, economista e autor do podcast 45 Graus. Um dos participantes foi Pedro Siza Vieira, advogado e ex-ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, segundo o qual “se não temos um Estado funcional e completamente alinhado com objetivos nacionais, que são também comungados pelas empresas, vamos perder estas oportunidades todas”, disse, referindo-se ao acesso à energia, à nossa localização geográfica e à integração na União Europeia, que considera “oportunidades extraordinárias”. Nesse sentido, para potenciar a ação nacional, desafiou a que se combata não só a burocracia, mas também o discurso comum que denigre a atuação política, e que tem como efeito a “inibição completa da atuação administrativa”.

O mesmo foi também defendido por Adolfo Mesquita Nunes, advogado e ex-secretário de Estado do Turismo, para quem “não há políticas públicas boas sem boas pessoas na política”. “Enquanto vocês [público] não estiverem do lado de quem faz políticas públicas, a política não melhora”, afirmou, considerando “perturbador o cenário em que estamos a caminhar, em que as sociedades parecem não perceber que estão a dar espaço e voz a instrumentos de destruição dos elementos de competitividade da nossa economia”.

Simplificação e digitalização

No encerramento da reunião, esteve presente Gonçalo Saraiva Matias, ministro Adjunto e da Reforma do Estado, que trouxe boas notícias relacionadas com a tão desejada desburocratização da Administração Pública. O responsável admitiu que “a burocracia asfixia verdadeiramente a nossa economia”, afetando também a previsibilidade e, por conseguinte, o interesse em investir no nosso país. Como tal, explicou que a proposta do Governo aponta para “um programa de reforma do Estado orientado para a simplificação e para a digitalização da nossa economia, que reduza drasticamente a burocracia e os custos de contexto, e que garanta uma economia muito mais ágil e uma presença do Estado muito mais fácil na vida dos cidadãos”. Gonçalo Saraiva Matias considerou que “o Estado é fundamental”, porém, “essa presença não pode ser uma presença que estrangula, que impede o investimento e o desenvolvimento dos negócios”, sustentou, pelo que enumerou as diversas propostas do Governo para esta área.

Este conteúdo foi produzido em parceria com o Santander Empresas.

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