No próximo dia 28 de outubro, em Londres, a leiloeira britânica Christie’s vai ser palco de licitações relativamente a 95 pinturas indianas e persas pertencentes à coleção pessoal da Princesa Catherine e do Príncipe Sadruddin Aga Khan.
A coleção reúne várias obras que foram adquiridas pelos próprios nas décadas de 1960 e 1980, e inclui pinturas otomanas, mughal, deccani e rajput, assim como peças de artistas Isfahan do século XVII, tais como Reza Abbasi. Obras dos artistas Ghulam Ali Khan e Sheikh Muhammad Amir de Karraya, no estilo de pintura conhecido por “Company style”, dos séculos XVI a XIX, também fazem parte da coleção que vai a leilão na capital britânica.
Segundo a Christie’s, as pinturas selecionadas eram das pessoalmente preferidas pelos Príncipes, que as tinham expostas a decorar as paredes do Chateau de Bellerive, onde ambos viviam, mesmo à beira do lago Léman. O Príncipe Sadruddin Aga Khan nasceu em França, em 1933. De 1966 a 1977, exerceu o cargo de Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, em Geneva, na Suíça.
A Diretora do Departamento de Arte Islâmica e Indiana da leiloeira, Sara Plumbly, sublinhou que várias das pinturas que vão a leilão têm notas pessoais escritas no seu verso, que indicam quais delas foram presentes oferecidos e trocados entre os dois Príncipes. Contou, também, que o Príncipe Sadruddin e a Princesa Catherine adquiriram as peças diretamente de negociantes de arte e em leilões em Nova Iorque, nas viagens que faziam juntos à cidade. Na época, altura esta em que o Príncipe frequentava Harvard, o mercado estava repleto de material que havia pertencido a grandes colecionadores de arte, como o Barão Maurice de Rothschild, por exemplo. Plumby descreve a venda da coleção privada dos Príncipes como um acontecimento “único na nossa geração” visto conter peças “de grandes coleções do final do século XIX e início do século XX”.
O anúncio da leiloeira tem gerado interesse um pouco por todo o mundo, tanto por parte de colecionadores privados como por parte de museus, que vêm esta como uma oportunidade única para adquirir obras que raramente entram em circulação no mercado.
A Christie’s estima que a venda das pinturas ultrapasse 8 milhões de libras, valor este que equivale a cerca de 9 milhões de euros.
