“O turismo tem sido, nos últimos anos, o grande motor da nossa economia e é isso que queremos que continue a ser”, disse Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), na abertura da conferência de apresentação do novo projeto turístico em Óbidos, o Surfers Covers. Este empreendimento, que consiste num aldeamento inovador dedicado ao surf, terá a primeira piscina de ondas da zona euro com tecnologia Wavegarden, que permite gerar até mil ondas por hora e 25 tipos diferentes de ondas.
Francisco Calheiros referiu que o turismo em Portugal tem vindo a acrescentar valor e que os portugueses continuam a ter um importante peso neste setor, refutando a ideia que se está a generalizar de que “Portugal não é para os portugueses”. Referiu que o número de turistas entre 2009 e 2019 representou um crescimento de 100%, e a recuperação do setor no pós-covid foi a melhor da Europa. “Portugal foi o primeiro país da Europa a conseguir os mesmos números de 2019, e a partir de 2023 tem vindo sucessivamente a bater recordes”, referiu.
Mas para que isto continue no bom caminho, alerta que há situações que têm de ser revistas, pois há vários constrangimentos associados. Um deles é a questão do aeroporto de Lisboa, pois este está “completamente esgotado”. “As obras que estão a ser feitas, são remendos, apenas para melhorar o serviço, mas não para aumentar a capacidade. Há voos importantes que poderíamos ter e não temos. E a solução é uma solução a 12 anos, e por isso tenho insistido muito que é preciso arranjar algo intermédio para não estarmos 12 anos sem capacidade”.
O número de turistas entre 2009 e 2019 representou um crescimento de 100%, e a recuperação do setor no pós-covid foi a melhor da Europa. “Portugal foi o primeiro país da Europa a conseguir os mesmos números de 2019, e a partir de 2023 tem vindo sucessivamente a bater recordes”, referiu Francisco Calheiros na abertura do evento.
Este responsável referiu ainda que é preciso saber o que vai acontecer com a privatização da TAP, porque esta companhia é ainda muito importante, sobretudo no aeroporto da Portela. “Outra questão importante é a ferrovia, que é fundamental. Se tivéssemos alta velocidade entre Madrid e Porto libertaríamos mais de 40 voos da Portela”.
Outro desafio que aponta é a questão da mão-de-obra, uma vez que Portugal vive em pleno emprego e por isso não tem mão-de-obra disponível, por isso, esta tem de ser migrante. “Hoje em dia mais de 30% da nossa mão-de-obra no turismo é migrante. O turismo tem dado um bom exemplo do que deve ser feito na questão da imigração” E explica à audiência que a CTP desenvolveu um programa integrado para o turismo, com a AIMA e o Turismo de Portugal, que formou 1.500 imigrantes, numa primeira fase, para o setor.
Em relação ao Surfers Cove refere que “uma das poucas coisas de que os estrangeiros se queixam é que há poucos equipamentos de diversão em Portugal. Ora aqui está uma boa prova do que pode ser um bom equipamento”. Por outro lado, o projeto contribui para descentralizar o turismo dos locais habituais, e ainda será um grande dinamizador da economia local. “Não tenho dúvida que Óbidos vai beneficiar desta «Cidade do Surf»”, diz. “Além disso, vai ser uma grande satisfação para os meus netos”, termina, deixando a audiência a sorrir.
