NOS Cinemas renovou salas das Amoreiras e fechou em Tavira e Maia

As salas de cinema no centro comercial Amoreiras, em Lisboa, exploradas pela NOS Cinemas, foram remodeladas e reabrem ao público na quarta-feira, num ano em que aquela exibidora também encerrou atividade em Tavira (Faro) e na Maia (Porto). O diretor-geral da maior exibidora de cinema do país, Nuno Aguiar, explicou à agência Lusa que as…
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As salas de cinema no centro comercial Amoreiras, em Lisboa, exploradas pela NOS Cinemas, foram remodeladas e reabrem ao público na quarta-feira, num ano em que aquela exibidora também encerrou atividade em Tavira (Faro) e na Maia (Porto).
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As salas de cinema no centro comercial Amoreiras, em Lisboa, exploradas pela NOS Cinemas, foram remodeladas e reabrem ao público na quarta-feira, num ano em que aquela exibidora também encerrou atividade em Tavira (Faro) e na Maia (Porto).

O diretor-geral da maior exibidora de cinema do país, Nuno Aguiar, explicou à agência Lusa que as sete salas foram alvo de remodelação profunda ao longo dos últimos meses, com alteração de cadeiras, ecrãs, ar condicionado e sistema de som.

A remodelação, realizada de forma faseada, num investimento de 700 mil euros por parte da exibidora e da Mundicenter, que gere aquele centro comercial, coincidiu com os 40 anos de existência deste ‘multiplex’ nas Amoreiras.

De acordo com dados estatísticos do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), as sete salas do centro comercial Amoreiras acolheram 231.622 espectadores em 2024, sendo praticamente a mesma audiência de 2023.

Nuno Aguiar explicou que manter-se-á o perfil de programação destas salas, entre o cinema de autor, independente, e o mais comercial, sem alterações significativas de preço.

Quando questionado sobre o valor médio de uma ida ao cinema, que segundo o ICA custava 6,18 euros em 2024, Nuno Aguiar disse que é um preço aceitável: “Dentro do que é um ‘show’ de entretenimento, o cinema tem o seu preço, mas acho que para um convívio familiar ou para irem sozinhos, seja o que for, ainda tem uns preços aceitáveis, senão não podemos proporcionar as melhores condições”.

Nuno Aguiar defendeu ainda a fruição e o ato cultural de ir ao cinema, mesmo que coexistam ecrãs e plataformas alternativas de exibição.

“Se calhar o paralelo não é este, mas uma coisa é ir a um estádio e outra coisa é ver futebol em casa; uma coisa é ir a um concerto e outra é ouvir música em casa. Os filmes são feitos para serem vistos no cinema”, disse.

Esta remodelação dos cinemas Amoreiras acontece num ano em que a NOS Cinemas encerrou a exploração de salas no MaiaShopping, em janeiro, no distrito do Porto, e no Tavira Grand Plaza, no distrito de Faro, em agosto passado, como contou o diretor-geral.

Sobre as razões do encerramento, Nuno Aguiar disse que “acabou o contrato e o promotor preferiu mudar para outro tipo de atividade”, sublinhando que o setor da exibição em Portugal é dinâmico.

“Encerrámos em Maia e em Tavira, mas podem surgir outras oportunidades de reabrir, porque depende dos promotores, de nós e de oportunidade. Não mudou grande coisa”, disse.

Com estas alterações, a NOS Cinemas detém atualmente 202 salas de cinema espalhadas por 28 complexos – todos em centros comerciais -, incluindo nos Açores, e é líder num mercado que dispõe de cerca de 500 salas.

“A NOS é assumidamente um exibidor comercial de cinema e para que se consiga, nos moldes que nós exibimos cinema, ter uma massa crítica que permita suportar um determinado cinema, temos que ter no mínimo cinco salas”, disse.

Segundo Nuno Aguiar, não existem muitos espaços em todas as capitais de distrito “que tenham este tipo de infraestruturas”.

“Se me pergunta se está no espírito da NOS gerir cinemas individuais em alguns distritos? Eu diria que não”, respondeu, sublinhando que no panorama da exibição de cinema no país, apesar das assimetrias no acesso a esta atividade cultural, “há espaço para todos”.

“E todos queremos que o cinema em sala tenha futuro”, disse.

Segundo o ICA, em 2024 a exibidora NOS Cinemas acolheu 7,7 milhões de espectadores nas salas que explora, o que representou 65,2% do total de audiências em sala de cinema em Portugal. Em termos de audiência, arrecadou 50 milhões de euros de receita bruta de bilheteira, ou seja, 68,2% dos 73 milhões de euros contabilizados na exibição.

A reabertura das sete salas no centro comercial Amoreiras, com mais de 600 lugares, é assinalada na quarta-feira com a exibição do filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” (2001), de Jean-Pierre Jeunet.

Sílvia Borges da Silva/Lusa

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