Muitos viajantes escolhem as cidades para as férias com base na oferta artística e cultural. Como resultado, houve um aumento no número de museus e galerias inaugurados em todo o mundo. Com obras clássicas e contemporâneas em instituições de prestígio internacional, além de achados em galerias menos visitadas, aqui ficam, segundo a Forbes, as dez cidades que concentram uma intensa atividade artística.
Veneza, Itália

Formada por 116 ilhas numa lagoa, sem carros, com inúmeros canais, ruas labirínticas e pequenas pontes, Veneza é um dos destinos mais singulares do mundo. A cidade é a sede da Bienal de Arte, considerada a mais prestigiada exposição de arte contemporânea do mundo (próxima edição em 2026), que ocupa todos os cantos da cidade, dos principais polos – Giardini e Arsenale – a museus, fundações, igrejas, galerias e palácios. Em anos alternados, ocorre a Bienal de Arquitetura. Fora do evento, há muito mais a explorar. A Galeria Peggy Guggenheim, localizada na antiga residência da colecionadora americana, exibe arte europeia e americana do século 20. Já a Gallerie dell’Accademia di Venezia abriga a maior coleção de pinturas venezianas do mundo, com obras de Tintoretto, Ticiano e Veronese. Para fugir das multidões, é possível pegar um barco até o Lido e aproveitar a praia.
Florença, Itália

Conhecida como o berço do Renascimento, Florença abriga algumas das mais importantes obras de arte do mundo. É possível ver “O Nascimento de Vénus”, de Botticelli, na Galeria Uffizi, e o “David” de Michelangelo – uma escultura de 5,2 metros feita a partir de um único bloco de mármore – na Galleria dell’Accademia. O Duomo, uma das maiores igrejas do mundo, pode ser visitado gratuitamente e guarda obras de Michelangelo, Donatello e Giotto. Para uma vista panorâmica da cidade, há 463 degraus estreitos até ao topo da cúpula. Para arte contemporânea num ambiente descontraído, o jardim do hotel Four Seasons oferece exposições de escultura e um restaurante com terraço.
Paris, França

No século 19, Paris era considerada a capital mundial da arte. As suas escolas, museus e salões atraíram artistas de diversas partes do mundo, sendo o berço de movimentos como Impressionismo, Cubismo, Art Déco, Arte Abstrata e Arte Moderna. Hoje, é possível conhecer as obras desses e de outros estilos em museus como o Louvre, o Musée d’Orsay, o Musée Rodin, o Musée de l’Orangerie e o Musée Picasso. O Louvre é uma visita essencial, não apenas pelas obras conhecidas como “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci, e “Vénus de Milo”, mas também pelas alas mais tranquilas, como a Richelieu, com obras de Rubens, Rembrandt e Vermeer. Para arte contemporânea, a Fondation Louis Vuitton, na periferia da cidade, também é um ponto em destaque.
Londres, Reino Unido

Considerada a capital criativa da Europa, Londres reúne algumas das principais instituições artísticas. A National Gallery, as duas Tates, a Hayward Gallery e a Royal Academy são apenas algumas das 857 galerias públicas da cidade, muitas delas com entrada gratuita. Entre os espaços menos conhecidos estão a Kenwood House, em Hampstead Heath, que possui um raro quadro de Constable, um Vermeer que não pode ser transportado por fragilidade, e pinturas de Turner. No centro, a Wallace Collection abriga obras de Fragonard, Canaletto, Rubens e Ticiano. Para quem deseja adquirir arte, a cidade é a sede de feiras como a Frieze, a London Art Fair, a Photo London e a 1-54, esta última voltada exclusivamente para a arte contemporânea africana e da diáspora.
Lisboa, Portugal

Na zona de Belém, em Lisboa, o MAAT (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia) exibe uma coleção permanente de arte portuguesa e exposições temporárias, com vista para o rio Tejo e a Ponte 25 de Abril. No centro da cidade, os jardins do novo Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, redesenhado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, oferecem um espaço agradável para arte moderna. Outro destaque recente é o Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, anexo a um hotel e com acervo de mais de 600 obras que incluem arte moderna portuguesa e internacional, do final do século 19 até aos dias atuais. O museu também realiza exposições temporárias.
Madrid, Espanha

Madrid concentra três dos museus mais famosos do mundo. O Reina Sofía é um dos principais museus de arte moderna e contemporânea, com destaque para obras de Dalí, Miró e o mural “Guernica”, de Picasso. O Museu do Prado, inaugurado em 1819, reúne obras de Goya, El Greco, Rubens e clássicos como “As Meninas”, de Diego Velázquez, e o “Jardim das Delícias”, de Hieronymus Bosch. O Museu Thyssen-Bornemisza possui uma coleção privada extensa, que vai do Renascimento à Pop Art. Para quem procura arte contemporânea para compra, a Calle del Doctor Fourquet reúne diversas galerias comerciais.
Amesterdão, Países Baixos

O Rijksmuseum abriga obras-primas da Idade de Ouro holandesa, como “A Ronda Noturna”, de Rembrandt, “A Leiteira”, de Vermeer, além de obras de Frans Hals e Jan Steen. Já o Museu Van Gogh exibe a maior coleção do artista no mundo, com 700 obras. Nas proximidades está o Stedelijk Museum que apresenta exposições de arte contemporânea com nomes como Mondrian, Warhol e Ai Weiwei.
Viena, Áustria

Antiga capital do Império Habsburgo, Viena concentra museus que beneficiaram de séculos de investimento imperial. O Palácio Belvedere exibe obras célebres como “O Beijo”, de Gustav Klimt. O Museu Albertina possui uma vasta coleção de desenhos e gravuras, com obras de Dürer, Monet e Picasso. O Museu Leopold concentra a maior coleção de Egon Schiele do mundo. É possível também visitar cafés históricos frequentados por Freud, Mahler e Klimt e experimentar a tradicional Sachertorte.
Cidade do México, México

A capital mexicana é marcada por uma fusão entre tradições artísticas indígenas, coloniais e modernas. Com festivais gratuitos quase todos os fins de semana, a cidade tem uma vida contemporânea vibrante. É possível conhecer arte asteca no Templo Mayor e no Museu Nacional de Antropologia. A antiga casa de Frida Kahlo, conhecida como La Casa Azul, hoje é um museu com obras e objetos pessoais da artista. Murais de Diego Rivera estão espalhados por diversos locais, como o Palácio Nacional e o Museu Mural Diego Rivera.
Nova Iorque, Estados Unidos

Nova Iorque assumiu, no início do século 20, o posto de principal centro artístico do mundo, com movimentos como o Expressionismo Abstrato e artistas como Pollock, Rothko e, mais tarde, Frankenthaler. O Pop Art surgiu com Warhol, Lichtenstein, Basquiat e Keith Haring. O Metropolitan Museum of Art (The Met) é um dos maiores museus do mundo, com acervo que vai do Egipto Antigo à moda contemporânea. Já o MoMA (Museu de Arte Moderna) reúne uma das coleções mais importantes do século 20 e 21, com obras de Picasso, Warhol, Pollock, Faith Ringgold e Joan Mitchell. O Whitney Museum destaca a arte americana e o Guggenheim, com o projeto arquitetónico de Frank Lloyd Wright, é conhecido pelas exposições inovadoras. Para quem deseja comprar arte, feiras internacionais como The Armory Show e Frieze New York são algumas das referências.
Com Forbes Internacional/Joanne Shurvell